Crítica | 10 anos do “21” da Adele

Álbum da cantora britânica, completou 10 anos e marca o fim de um relacionamento e o início de uma era musical marcante na carreira de Adele.

Emotivo, envolvente e maduro, o 21 foi um marco na carreira de Adele e com certeza da indústria musical. O segundo álbum da cantora completa 10 anos de seu lançamento e continua a tocar nas emoções de quem o ouve com muita verdade e intensidade.

Um dos mais premiados álbuns de 2011, – que rendeu a cantora uma quantidade de Grammys difíceis de carregar – o cd se consolidou em vendas, numa época em que o streaming e os downloads já representavam uma possível crise para as mídias físicas. 

No 21, Adele apresentou fortes elementos do soul, toques de blues e pinceladas do pop, criando um projeto intimista que se destaca não só pela voz incrível da britânica, mas por arranjos instrumentais de alto padrão. Em 11 faixas com composições fortes, que tocam os ouvintes e causam enorme conexão, a cantora apresenta letras cheias de dor e sinceridade, expondo fases do fim de um relacionamento de forma única.

Expor sentimentos com tanta verdade e transpor angústias amorosas é uma marca registrada nas composições do 21

O cd, lançado 3 anos depois do 19 (álbum debut da cantora), é marcado não só pelo amadurecimento vocal de Adele, mas pelo uso intenso de instrumentos de orquestra. Uma combinação que o torna ainda mais visceral e tocante, fazendo cada canção soar como soco musical na boca do estômago.

Cada uma das letras presentes no projeto, exprime de forma íntima e pessoal as fases do fim de um relacionamento. Adele foi capaz de transformar em músicas de alto padrão, seu sofrimento pessoal, o que torna o álbum atemporal e marcante, já que sofrer por amor é algo inerente ao ser humano e vai seguir acontecendo até o fim dos tempos.  

É impossível falar disso sem citar as grandes composições como ‘Rolling In the Deep’, ‘Set Fire To The Rain’ e ‘Someone Like You’, que exprimem angústia, sofrimento e superação. Músicas que ganharam grande espaço não só entre os fãs, mas se tornaram materiais poderosos de divulgação para o reconhecimento mundial da cantora, ocupando lugares de destaque nas rádios de todo o mundo e compondo as trilhas sonoras de novelas no Brasil.

Rumor Has it’ e ‘Turning Tables’ também são grandes marcas na história do 21, a primeira trazendo fortes batidas e um coro de backing vocals que arrepia, enquanto a segunda, mostra a potência emocional da voz da cantora e palavras que evocam a aprendizado e superação.

Além delas, outras canções de grande delicadeza e profundidade, compõe com brilhantismo o renomado álbum, mas infelizmente foram menos valorizadas e não chegaram a alcançar o sucesso estrondoso das citadas acima. ‘One And Only’, ‘He Won’t Go’ e ‘Don’t You Remember‘ são algumas das músicas que encantam os fãs e recebem o título de maiores hinos do projeto.

Outros fatores apontados na época sobre o 21, são as referências, inspiração musical e até mesmo visual – com a vibe intimista vista no DVD Live At The Royal Albert Hall – na cantora Amy Winehouse, que trouxe de volta toda beleza melódica do soul, R&B e do folk.

Aclamado pelo críticos, o álbum ocupou por mais de 20 semanas o 1º lugar nas paradas musicais e se consolidou como um dos mais vendidos da história. O 21 antes de mais nada, é um hinário atemporal, uma vez que, sofrer por amor nunca irá sair de moda e ouvir Adele pode ser uma ótima forma para se curar ou pelo menos para viver intensamente todo o sofrimento que este sentimento acarreta.

“21” marcou com canções fortes o fim doloroso de um relacionamento, mas também o começo da grandiosa carreira mundial de Adele. Um álbum inesquecível, indispensável e que mesmo daqui a 20 ou 30 anos seguirá sendo grandioso e atual.   

Nota do autor: 95/100

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