Crítica | Armas na Mesa expõe o novo ser humano da sociedade contemporânea

Que tal um bom filme para assistir no fim de semana? A dica do semana é “Armas na Mesa”

Que tal um bom filme para assistir no fim de semana? A dica de hoje  é “Armas na Mesa”

O Brasil vive um de seus momentos mais obscuros dessa era moderna numa sociedade politicamente polarizada. Desde a última eleição se discutiu muito sobre a posse de arma e o novo modelo de cidadão de bem. Eu particularmente amo filmes com críticas sociais, ainda mais quando se trata de uma crítica que critica justamente o uso de armas, ou melhor, a posse dela.

Armas na Mesa (Miss Sloane) é um filme francês lançado em 2016 e dirigido por John Madden, o longa retrata a esfera política de Washington D.C. Na trama, Elizabeth Sloane (Jessica Chastain) é uma das lobistas mais poderosas dos Estados Unidos, conhecida por usar uma série de estratégias ilegais para atingir os seus objetivos. Um dia, é abordada para apoiar a bancada mais poderosa do congresso americano: os senadores pró-armas. Contrária à ideia, ela pede demissão e passa a trabalhar para o lado oposto, na intenção de conseguir leis mais rígidas para o porte de armas. Sloane começa a sofrer um série de ameças pessoais e profissionais.

Jessica Chastain “Miss Sloane” (Armas na Mesa) | Créditos Kerry Hayes© 2016 EuropaCorp – France 2 Cinema

Elizabeth é uma grande advogada e em certos pontos eu até diria que ela é prima de Annalise Keating (da série How To Get Away Murder) pois as duas tem muito em comum: sua sede por vitória, custe o que custar. Mas se engana quem pensa que o filme só quer passar uma advogada fodona tentando vencer uma briga, no longa iremos mergulhando em questões muito similares ao da vida real, e o Brasil entra fácil nessa.

Elizabeth passa a jogar muito duro e até friamente, para conseguir derrubar uma gangue de poderosos dentro da política, que tenta manipular as decisões públicas e fazer com o povo acredite que o bom para eles, é o que os poderosos dizem, e Elizabeth vai fundo nisso, para mostrar a todos o sistema podre em que vivemos, mesmo que custe a sua própria carreira e em especial, sua imagem. O longa consegue maravilhoso por mostrar como é o novo ser humano da sociedade moderna, manipulando decisões de interesses público para tirar suas próprias vantagens.

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