Crítica | Heartstopper traduz uma jornada de representatividade e autoconhecimento

Para não se contentar com pouco, Heartstopper é uma chuva de representatividade numa linda história de amor.

Baseado na história em quadrinhos de Alice Oseman, o novo fenômeno da Netflix, Heartstopper, conta a história de Nick e Charlie – uma dupla formada por um jogador de rugby e um jovem nerd nada-atlético que se conhecem numa aula de matemática e acabam descobrindo o amor à primeira vista. Mas esse romance não se desenvolve tão fácil assim.

Charlie (Joe Locke) mantém um caso em segredo com Ben Hope (Sebastian Croft) e, por sua vez, acaba se encontrando no meio de uma relação tóxica. Enquanto isso, numa trajetória um pouco conturbada, Nick (Kit Connor) inicia sua jornada de autoconhecimento ao perceber que seus sentimentos por Charlie são diferentes de tudo que o atleta já havia sentido antes.

Comparando com outras adaptações, Heartstopper consegue ser absurdamente fiel à sua origem. Seu elenco escolhido a dedo parece ter ganhado vida diretamente dos desenhos de Alice Oseman, enquanto as aberturas e transições te levam a sensação de folear uma página das HQs.

O seriado traz para as telinhas uma proposta super otimista para o catálogo de produções LGBTQIA+ do mercado, abordando assuntos como bullying e homofobia de uma maneira mais leve e didática, sem focar com exclusividade nos obstáculos que surgem para os protagonistas. Heartstopper tem como prioridade os sentimentos mútuos e positivos do casal, levando toda a esperança transmitida pelos protagonistas à quem decidir acompanhar.

A nova aposta da Netflix se solidifica com sua comunicação moderna e alto-astral, certamente direcionada ao público jovem, trazendo bastante de uma representatividade sem remorso.

Em um grande show de expressividade, o elenco primário do seriado (formado inteiramente por jovens adolescentes) demonstra um desempenho impecável em cena, transmitindo muita tensão, ansiedade e esbanjando naturalidade em sentimentos roteirizados.

Tendo em média de 30 minutos de duração por episódio, a série é ainda mais prazerosa e digna de ser maratonada.

O futuro sucesso da Netflix já tem data marcada: no dia 22 de abril, Heartstopper estará disponível para todos os assinantes da plataforma.

Nota: 100/100

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