Maldivas é humor ácido somado a um drama instigante

O escutai assistiu aos três primeiros episódios de Maldivas, nova série nacional da Netflix e você confere aqui nossas primeiras impressões

Após quase dois anos do seu primeiro anúncio, finalmente estreia uma das séries brasileiras mais aguardadas dos últimos tempos, seja pelo elenco de dar inveja a muitas produções nacionais ou por ser roteirizado por uma das mentes mais interessantes e criativas em solo nacional.

Maldivas conta com Bruna Marquezine, Manu Gavassi, Sheron Menezzes, Carol Castro, Vanessa Gerbelli e Natália Klein, que além de ser a roteirista e criadora, atua dentro do núcleo principal. 

Diferente de outras produções brasileiras da plataforma, nessa vemos a assinatura bem clara de Natália Klein: humor ácido somado a um drama muito bem desenvolvido. A mesma roteirista e atriz que nos presenteou, em 2010, com Adorável Psicose, agora volta numa produção exclusiva, com um texto divertido, completamente atualizado e o mesmo talento que vimos em outras produções da criadora.

Indo da comédia mais caricata à um drama mais investigativo, Maldivas surpreende positivamente seus espectadores. Essa mistura de gêneros, em 30 minutos de episódio, diverte e gera a curiosidade que qualquer suspense pode gerar, prendendo a atenção de quem se dispõe a assistir até o último segundo.

A série não tem a premissa de ser a mais inovadora de todas, mas foi muito bem pensada ao trazer um elenco extremamente talentoso somado a um roteiro e direção de ponta. Cada uma das personagens tem sua história bem desenvolvida já no primeiro episódio, que é dedicado a contar detalhadamente cada uma delas, fazendo quem assiste se sentir parte daquele universo e aumentando o interesse pela trama. 

A série da Netflix é produzida pela O2 Filmes e conta com a direção-geral de José Alvarenga, e direção de Daina Giannecchini, conhecida pelo trabalho incrível desempenhado na série nacional “3%”, também da Netflix.

Bem vindo a Maldivas

Na série acompanhamos a vida de 5 moradoras do condomínio Maldivas, localizado no Rio de Janeiro. A história se baseia em um incêndio trágico que acontece em um dos apartamentos e que acaba causando a morte de uma das moradoras. Tudo se inicia quando Liz, personagem de Bruna, sai de Goiânia para a capital carioca para se reencontrar com sua mãe Léia, que a abandonou há anos. O que ela não esperava era descobrir que sua mãe foi a vítima do incêndio no condomínio. Com essa reviravolta em sua vida, Liz agora está disposta a fazer de tudo para descobrir quem foi a pessoa responsável por sua morte, precisando despistar o investigador Denilson.

A cada episódio vamos descobrindo mais segredos das moradoras do luxuoso condomínio carioca. Tendo Liz (Bruna Marquezine) como fio condutor dessas descobertas, a cada minuto vamos nos aprofundando mais e mais na vida de cada um dos personagens.

Marquezine desempenha um papel fundamental. Seu trabalho em cima dessa personagem só mostra que seu talento ultrapassa as barreiras brasileiras, mesmo em uma série de dramédia — se assim podemos chamar. Ela é uma atriz impecável no que se dedica. Manu Gavassi não deixa por menos entregando muita versatilidade ao dar vida à sua personagem Milena que, apesar dos momentos de alívio cômico, merece destaque ao dar toda a vulnerabilidade que a personagem pede. 

Não deixando de lado Sheron Menezzes, Carol Castro, Vanessa Gerbelli e até a própria Natália Klein, estão no ponto certo para as nuances de cada uma de suas personagens — que devem ser exploradas ainda mais nos episódios restantes da série (assistimos apenas o três primeiros à convite da Netflix).

Dessa maneira, Maldivas consegue ser deliciosamente provocativa e sarcástica passeando confortavelmente entre o drama e a comédia, nos mostrando o abismo gigantesco que existe entre a vida real e a vida que essas beldades ricas levam.

Se Maldivas fosse um drink, seria o melhor vinho que você pudesse encontrar num mercado de bairro, ou aquele drink esquecido no cardápio que depois de duas doses se torna delicioso. Não seria a opção mais refinada, mas com certeza teria a qualidade que muitos outros não têm. Perfeito para acompanhar uma tarde com amigos e suprindo todas as expectativas geradas por ele mesmo.

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