Os 50 melhores álbuns internacionais de 2021

Foram diversos ábuns lançados em 2021, mas apenas 50 configuram o posto de melhores do ano

O ano de 2021 foi repleto de sonoridades e isso é muito bom. Ao contrário de 2020, onde artistas buscaram exportar seus sentimentos represados de forma obrigatória, esse ano temos um resultado mais otimista, com obras que refletam um esgotamento emocional recém curado e uma positividade de que tudo pode ficar bem em breve – ou pelo menos desejamos que sim.

Ao todo, dentro da rota de lançamentos que a redação acompanhou durante o ano, foram mais de 150 projetos liberados, semana a semana, dentro dos mais variados gêneros. Essa lista elege os 50 melhores álbuns internacionais de 2021, sendo eles dentro do pop, rock, alternativo, indie, experimental e por aí vai.

Ouça a playlist

Escolha sua plataforma favorita e ouça as músicas presentes nessa lista especial:

Spotify, Deezer e Youtube Music

50. “Reverie”, Ben Platt

Thiago Santos

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“Diferente do 1º projeto, aqui, Ben Platt resolve se aventurar e experimentar uma roupagem mais pop, contagiante e dançante em algumas canções. Há algo de novo e fresco para o estilo do cantor, em músicas como ‘leave my mind’ e ‘dance with you’. É como se de alguma maneira, o artista começasse a se conectar um pouco mais com o cenário da música pop e com um estilo até mais radiofônico, sem deixar de lado seus fundamentos adquiridos na Broadway.

A experiência de ouvir ‘Reverie’ é formada pela teatralidade e dramaticidade já característica de Ben Platt – com canções que são intimas, emocionais e sonoramente orquestradas –, mas também de algo que começa a separá-lo um pouco do ator e conectá-lo com a música de uma forma diferente e mais próxima do universo comercial.”

49. “OK ORCHESTRA”, AJR

Diego Stedile

O quarto álbum de estúdio do grupo AJR veio para surpreender e acrescentar no ano sua sonoridade única e já conhecida como assinatura sonora. “OK ORCHESTRA” é repleta de letras reflexivas com melodias acompanhantes animadas, o que é marca registrada deles. Ryan Met, produtor do álbum, consegue extrair nos mais de 45 minutos o que há de melhor na banda, entregando um projeto harmonicamente vocalizado, hiper-centrado em memórias pessoais, misturando a vibe atmosférica de pop, hip-hop e doo-wop com ritmos peculiares.

48. “TYPHOONS”, Royal Blood

Diego Stedile

Chamado de ‘o melhor trabalho do Royal Blood’ até o momento pela NME, “TYPHOONS” trabalha para exercer sua função no rock moderno. Aqui, Royal tenta se reinventar aprimorando o que há de melhor dentro da carreira – e mesmo que escorregue em alguns momentos, consegue manusear um projeto coeso repleto de riffs, arranjos bastante texturizados e harmonias bem alocadas. Em certo pontos, a carga melódica que “TYPHOONS” tem pode até se sentir pesada no papel e em teoria, mas derrapa na realidade até conseguir alcançar o ritmo. Dentre os fatores que o tornam falho, ainda é considerável que seja uma peça fundamental em 2021 dentro do nicho e gênero. “Boilermaker” se encaixa aqui como a melhor faixa e peça central do disco.

47. “Carnage”, Nick Cave / Warren Ellis

Diego Stedile

Mesmo trabalhando juntos desde 2005, Nick Cave e seu braço direito Warren Ellis estão juntos pela ‘primeira vez e de forma inédita’ no estupendo “CARNAGE”. Fora da banda The Bad Seeds, Nick encara aqui sua melhor versão, mesmo após tanta estrada percorrida na carreira. Ouvir o álbum é como relembrar seus maiores hits – não os comerciais, que também são bons, mas os que Nick Cave assinou e sorrateiramente entregou desde 93.

Sua liricidade bebe do abstrato, com diversos caminhos e indicações nevoadas, mas permeiam assuntos como força e amor, liberdade e por vezes, orações. Cave e Warren estão inusitados, menos polidos e mais improvisados em um projeto pessoal e duplamente carregado de emoções que fazem parte de suas histórias.

46. “Voyage”, ABBA

Diego Stedile

O retorno aguardado do grupo ABBA finalmente aconteceu em 2021 e foi tudo – absolutamente tudo – que os fãs pediram. Não foi perfeito, até porque nada nessa vida é, mas entregou o prometido e preencheu lacunas nostálgicas abertas há mais de 40 anos com o fim eminente da banda. “Voyage” vai contra ao espírito inovador ou de reinvenção própria, e nada na correntesa do conformismo. Aqui, Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad decidiram encerrar de vez a banda (que já havia terminado em 73) resgatando o que há de melhor dentro do grupo.

Dentre as 10 faixas inéditas trazidas para o reencontro, o novo álbum do grupo acerta em cheio ao entregar o que fãs esperavam: canções que conversam inteiramente com suas melhores qualidades desde seu primeiro hit e preservam uma longa história musical. Aqui, ABBA se reinventa dentro de seu próprio universo – e isto está longe de ser algo ruim.

45. “Medicine At Midnight”, Foo Fighters

Letícia Finamore

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“Gravadas em uma casa mal assombrada na Califórnia, as doze faixas do disco fogem da sonoridade construída ao longo dos anos, mas acertam em cheio no que o mundo precisa ouvir no contexto atual. “Waiting on a War”, a quarta faixa do álbum, deixa isso ainda mais claro com a iminência inesperada de conflitos em todo o planeta. O forte de “Medicine At Midnight”, sobretudo, são as letras esperançosas e repletas de amor pela vida. Se esse teor já era perceptível nos trabalhos anteriores do Foo Fighters, agora ele é óbvio.”

44. “One Foot In Front of The Other”, Griff

Luis Hora

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“A sensação após ouvir a mixtape é perceber que seu trabalho foi feito com capricho… não apenas relacionado as músicas, mas também na forma como ela foi montada. Desde sua capa totalmente condizente com seu título até a escolha e ordem da tracklist, o crescendo de suas faixas e as diversas formas de definir temas em suas letras. 

Griff não só sabe ser uma ótima cantora, mas reforça que é tão boa quanto sendo uma musicista, sua poucas idade não é empecilho algum para a execução de uma obra perfeita para apresentá-la oficialmente ao mundo. ‘One Foot In Front of The Other’ é uma das maiores forças da música pop atual, e se qualquer projeto tivesse um pouco de sua essência esse gênero seria mais imbatível do que nunca.”

43. “Rebecca Black Was Here”, Rebecca Black

Luis Hora

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“Não havia necessidade para que Rebecca Black se provasse para qualquer pessoa, por isso esse lançamento não deve ser encarado como um grande divisor de águas em sua carreira, e seu crescimento como mulher e artista é seu maior ganho em todos esses anos. Ver a cantora finalmente encontrando seu caminho após ter se mostrado tão forte mesmo com pouca idade é a maior vitória, ‘Rebecca Black Was Here’ tem gosto de uma grande prévia do que ela ainda pode fazer, e sua atitude segura de si é a chave para que a artista siga em um ótimo caminho pop.

A sensação que fica é que durante todo esse tempo poucas pessoas deram uma chance de forma séria para sua música, mas o melhor de tudo é que ela não se importa nem um pouco… já que enquanto alguns ainda tendem a se prender no passado e encará-la como um sub ato, ela segue fazendo seu trabalho com foco. Provavelmente parando em alguns momentos para ter sua vez de fazer o que tanto fizeram com ela, rir um pouco da cara daqueles que riram primeiro.”

42. “Cinema”, The Marias

Augusto Alvarenga

Talvez eu esperasse mais do som introspectivo que eu conheci com “Only In My Dreams”, mas logo em suas primeiras músicas ‘Cinema’ aposta em um som bem mais pop. Claro, não o pop radiofônico das grandes divas, mas algo que surpreende os fãs mais indies e deixam no ar um desejo de alcançar mercados mais comerciais.

As faixas alternam entre o inglês e o espanhol, e ajudam na construção de identidade do álbum (já que músicas previamente lançadas pela banda também faziam isso), mas às vezes essa identidade se perde em suas experimentações – como quando o álbum começa na instrumental Just a Feeling, indo para a mais comercial Calling U Back, e até caindo em Hush, que soa como algo que poderia ser produzido por Finneas e que caberia bem em um dos primeiros trabalhos de Billie Eilish. Há mais sintetizadores e batidas eletrônicas, sem dúvidas, mas é em músicas como Hable com Ella que The Marías me lembra o motivo de ter conquistado meu coração pela primeira vez: quando os instrumentos mais orgânicos tomam frente e as canções mais românticas e intimistas reafirmam seu lugar no mundo – e nas minhas playlists mais preciosas.

41. “Mercurial World”, Magdalena Bay

Luis Hora

Criar uma sonoridade que vai do simples ao mais complexo em poucas músicas é o que faz a viagem que é ouvir “Mercurial World” tão única. O duo Magdalena Bay consegue criar uma atmosfera que começa desde a capa de seu disco até a última nota de ‘The Beginning’, que curiosamente (com este título)  é a faixa que fecha o projeto. A forma como conduzem sua música parece um chamado, que insiste em prender o ouvinte por todos os lados e direções. É possível aproveitar a obra de qualquer maneira, fazendo com que cada um possa ter a experiência pessoal mais catártica possível.

40. “In The Meantime”, Alessia Cara

Diego Stedile

Alessia Cara construiu sua carreira abordando temáticas de como crescer sendo uma outsider em seus grupos. Em “In the Meantime”, ela aborda o mesmo, mas ainda mais madura e de olho no que vem a seguir. O álbum, que é seu terceiro de estúdio, traz suas dores no término de um relacionamento e almejos do que o amor deve ser a seguir. Aqui, Cara está em sua fase mais madura até agora e demonstra um crescimento sonoro orgânico que já se fez presente em seu último projeto, o EP “This Summer” de 2019.

Este é um álbum sobre sentir tudo de uma vez, e Alessia Cara corta seu próprio caos com uma escrita afiada. Seus vocais em camadas florescem em harmonias exuberantes, intensificando a sensação interna do disco, mostrando que a obra consegue crescer a cada ouvida.

39. “Red (Taylor’s Version)”, Taylor Swift

Mariana Magalhães

Em mais uma das regravações da Taylor, aqui chegamos ao seu álbum mais bem avaliado antes da pandemia e um dos mais queridos pelos fãs. Desde que a loira anunciou que sua maior música da carreira segundo alguns críticos seria lançada na versão de 10 minutos, All Too Well se tornou o carro chefe do álbum, proporcionando até um filme curto. Entretanto, não é só por isso que o álbum foi um dos maiores do ano. Com as regravações de músicas já conhecidas mas tão conceituadas – como State of Grace, por exemplo – e com o lançamento de inéditas e parcerias com Ed Sheeran, Chris Stapleton e Phoebe Bridgers, Taylor se consagra com mais um sucesso na carreira.

38. “Still Over It”, Summer Walker

Mariana Gomes

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“Compositora de letras bastante melancólicas, a cantora chama atenção pelo seu jeito tímido e bastante reservado, um diferencial da personalidade daqueles que geralmente ganham fama e visibilidade. A dona e proprietária dos singles ‘Girls Need (Some) Love’ com o Drake em 2018 e ‘Playing Games’ com Bryson Tiller em 2019, mostra em suas músicas muito do que vive em seus relacionamentos, e é bastante comum as reflexões mais profundas da artista comparecerem em suas letras. Com “Still Over It” não poderia ser diferente.”

37. “OK Human”, Weezer

Letícia Finamore

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“Mesmo com melodias alegres e simples, as letras das doze canções do último álbum do Weezer não se apresentam tão otimistas, e promovem reflexões sobre o uso de telasquestões matemáticas e até mesmo sobre a presença da tristezas nas canções que ouvimos. A sonoridade bem mais calma do que a esperada para um trabalho da banda surge em um momento oportuno em meio à exaustão pandêmica generalizada.

O grupo californiano integra elementos de uma orquestra composta por 38 peças para um trabalho técnico completamente analógico. Não só por esse ponto, a banda também evoca elementos sonoros instrumentais das décadas de 1960 e 1970, como por exemplo “Nilsson Sings Newman”, de Harry Nilsson. Não existem guitarras elétricas, tampouco reverberações, click tracks ou loops. “OK Human” é um álbum verdadeiramente simples, porém contemplativo e agradável.”

36. “Vince Staples”, Vince Staples

Diego Stedile

O quarto álbum autointitulado de Vince Staples traz à tona um movimento caótico ao simplismo e interpessoal. Diferente do que vimos em seus trabalhos anteriores como o “Big Fish Theory” ou o “FM!”, aqui Staples faz do direto seu ponto forte. Começando por uma fotografia em close já na capa e letras que abordam seu convívio diário e vida rotineira do recente período que o mundo inteiro passou, Vince Staples aposta em batidas reducionistas, mas alocadas propositalmente em pedaços chave do projeto inteiro buscando retratar memórias sutis. O álbum não esconde sua despretenção em não conversar com o ouvinte e joga na cara que, apesar de ser uma obra pessoal-pública, dialoga com seus próprios elementos.

35. “monsters”, Tom Odell

Diego Stedile

Tom Odell sempre foi meio monótono em seu espírito romantista indie-pop desde seu primeiro álbum “Long Way Home” de 2012. Esse estilo foi se moldando nos dois álbuns seguintes, mas ainda sim tímidos no quesito articidade fora de nicho. Mesmo que Odell conversasse diretamente com a vertente pop, seu trabalho sempre permeou uma espécie de bolha confortável e foi nessa estrutura que ele se catapultou para mais longe.

Oito anos e três álbuns depois, a direção do pop mais empolgante mudou para a música de gênero escorregadia e pesada – os discos pop mainstream agora assumem uma estrutura mais experimental, muitas vezes pontuada por interlúdios conceituais e produção que bebem do hip-hop alternativo, sintetizadores, pianos e vocais arrastados. “monsters”, seu quarto álbum, é a tentativa de Tom Odell de se envolver e agitar as coisas fora da sua própria cabeça.

capa do álbum roadrunner da banda brockhampton

34. “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE”, BROCKHAMPTON

Letícia Finamore

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“Todos os três álbuns da série SATURATION estabeleceram um alto patamar do que é qualidade para o BROCKHAMPTON. “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE”, por mais que não chegue a esse nível, chega muito perto. Assim como qualquer trabalho do coletivo, o álbum fica melhor a cada nova escuta. Novos elementos podem ser percebidos a cada play, o que agrega ao disco uma áurea surpreendente e descolada, por mais que esses já sejam termos comumente associados à boy band. Os destaques do álbum são as faixas “BUZZCUT”“I’LL TAKE YOU ON” e “OLD NEWS”.”

33. “Heaux Tales”, Jazmine Sullivan

Diego Stedile

Jazmine Sullivan não é novata no R&B. A artista, que já compôs para diversos artistas negros norte-americanos como Jennifer Hudson e Frank Ocean, entrou em 2021 com seu terceiro álbum de estúdio, “Heaux Tales”. Dialogando com tópicos como a importância da voz feminina e negra e sua liberdade como artista dentro desse meio, Sullivan permenece acima de tudo autoral, mesmo com auxílio de alguns outros escritores ao longo da obra. Pontos fortes de “Heaux Tales” estã nos momentos onde sua voz explana sensações exuberantes em meio a guitarras e melodias intrísecas, que apesar de expôr situações particulares, ainda é capaz de dialogar com diversos tipos de pessoa e suas conviências.

32. “Juno”, Remi Wolf

Eduardo

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“Há uma enorme cena de artistas talentosos que poucos conhecem e que desejam que o mundo possa abocanhar e apreciar junto deles tamanha preciosidade. Um contexto como esse gera um ótimo ciclo de apreciação, pequeno, mas que pelo menos existe. E quando conhecemos tal cantor ou cantora que mexe a alma, só queremos sair espalhando aos quatro ventos o seu som. Ao escutar o disco debut de Remi Wolf, o Juno, essa é a sensação que fica, além da vontade de sair do chão com todas as 13 faixas.

O cenário pop que o álbum passa por cima deve ser visto como uma das coisas mais autênticas e puras do ano; seja por causa de uma excelência vocal que parece implementar cores para as músicas, ou devido a produção incrívelmente bizarra e que prospera cada vez mais conforme o tempo. “Buttermilk“, “Sally“, “Volkiano“, por exemplo, parecem ganhar uma energia imprudentemente e ardilosa assim que se capta os seus esplendores se mantermos as faixas em repetição. E o caso não é que seja preciso escutar mais de uma vez para gostar, mas em uma segunda visita, tais obras crescem mais.”

31. “Revelación” EP, Selena Gomez

Ricardo Costa Luna

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“O resultado é um EP extremamente bem produzido, porém, o que poderia ser um ato de genialidade por parte de Gomez, bebe em uma fonte do que está bombando no momento e com poucos ataques de individualidade. É um conjunto harmônico e agradável de ouvir, mas que parece se distanciar das tão citadas raízes latinas tradicionais para abraçar músicas de curta duração no padrão streaming.”

30. “Dancing With the Devil… The Art Of Starting Over”, Demi Lovato

Ricardo Costa Luna

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“Com momentos altos e baixos, faixas animadas e outras introspectivas, e uma levada do country ao mid-tempo, o que chega até mesmo espantar é o zelo por criar um disco extremamente coeso. A impressão que “Dancing With The Devil… The Art of Starting Over” passo no final é de leveza. Apesar de uma profunda imersão em algumas letras trágicas, Demi Lovato não é mais a “menina” de ‘Skyscraper’. E toda essa maturidade ressoa em um conteúdo lírico ponderado e na medida certa. Um perfeito “recomeço” para Demi Lovato.”

29. “Lately I Feel Everything”, Willow

Letícia Finamore

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“WILLOW é punk – seja nos palcos ou fora dele, não se resumindo apenas à sua carreira enquanto musicista. Um exemplo dessa afirmação é quando, após uma performance de uma versão punk de “Whip My Hair”, primeiro lançamento de sua carreira, WILLOW teve seu cabelo raspado enquanto ainda estava no palco, tocando sua guitarra “feminista”. “lately I feel EVERYTHING”, apesar de inconstante, é consistente e maciço.

Todo o estranhamento que pode causar à primeira escuta é proposital e até mesmo bárdico. Afinal, não seria essa a natureza punk? O universo musical urge por mais exemplares de WILLOW: mulheres fortes, ousadas, versáteis e punk.”

28. “Ancient Dreams In A Modern Land”, Marina

Ricardo Costa Luna

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“Apesar de ter tido momentos icônicos em sua carreira, principalmente em seus 3 primeiros discos, Marina agora é uma mulher de 35 anos de idade muito mais consciente do que quer para sua vida.E esse amadurecimento e evolução são refletidos em seu trabalho. Apesar de sua rebeldia e sangue nos olhos de 10 anos atrás, no “The Family Jewels” (2010) soarem surtos de genialidade, o jogo agora é outro. A diferença é que, ao contrário de seu disco anterior, “Love + Fear”, Marina sai de uma passividade e de um discurso motivacional (que chega a ser pedante em alguns momentos), para trazer novamente sua aura inconformada com o mundo.”

27. “Here Comes Trouble”, Charlotte OC

Diego Stedile

Intenso, pessoal e sincerão. “Here Comes Trouble” é o segundo álbum de Charlotte OC e segue um trabalho igualmente impecável. O disco é naturalmente ousado, enxuto nos exageros, e faz com que os vocais crus de sua intérprete se entrelacem com as letras nuas de uma história de superação

Aqui, Charlotte canta sobre estar no fundo do poço e como é importante se armar de degraus para a subida – e que isso é inevitável. Certa de si e do que está fazendo, em “Here Comes Trouble” temos detalhes um tanto quanto sórdidos de experiências vividas, cartas de despedidas (em “Inevitable” Charlotte canta para seu pai que faleceu no início do ano) e ainda apresenta seu lado sensual e desinibido, como na faixa “Blue Boy”. O disco é inesperado e igualmente gostoso de se apreciar.

26. “Prioritize Pleasure”, Self Esteem

Luis Hora

“Prioritize Pleasure” atua como um comando para que se faça exatamente o que seu nome diz. Self Esteem foi capaz de beirar a perfeição em seu segundo disco, justamente por trazer dilemas tão pessoais sobre ser mulher, independência e como a sociedade julga e dita cada forma de comportamento. O disco tem tantos elementos que fica até difícil determinar onde ele pertence… Há muito pop, um pouco de dance aqui e ali, baladas cruas e relatos dos mais íntimos possíveis. A forma como a cantora se despe de qualquer preconceito e simplesmente canta, grita e late(!) melodias viciantes fazem desse trabalho um daqueles que qualquer um vai se arrepender de não ter dado play.

25. “When You See Yourself”, Kings of Leon

Diego Stedile

Navegando em águas já conhecidas como a nostalgia de seus anos de ouro, Kings of Leon retorna com o oitavo disco da carreira “When You See Yourself” – nome sugestível ao conteúdo do projeto que traz à tona o que conhecemos da banda mesclando o comodismo de fórmulas prontas com inusitadas invenções. “When You See Yourself”consegue se diferenciar de outros projetos mas quando comparado no quesito ‘fora da curva’ continua apertando na tecla do que, em uma carreira experiente, pode transparecer vícios em estilos do que fazer. Mesmo que com esse sentimento de acomodação, a maturidade dos membros que estão na ativa desde 99 exerce um papel não muito divergente no disco e exala o bom rock alternativo que continua a beber em pingos do southern rock – gênero esse que a banda mergulha desde seus primórdios.

WYSY é moderno na maioria de seus aspectos e cumpre seu papel no pódium, mas peca em relação ao comodismo de permenecer com um pé no passado, tentando atrair nostalgia e no fim se misturando em certa aversão ao que sempre se foi feito.

24. “The Off-Season”, J. Cole

Diego Stedile

J. Cole sempre entregou trabalhos que permenem no topo ao lado de grandes lendas do rap, assim como ele. Em “The Off-Season” acontece o que chamamos de resultado agridoce: Jermaine larga sua intenção de criar o lendário e se apodera do relaxamento artístico, podendo aflorar novos caminhos antes não explorados em sua carreira.

Quando olhamos de perto seu êxito em colaborações, esse desabrochar fica nítido como água. J. Cole aposta aqui sua sonoridade mais crua e a fumina com letras incandescentes, que tendem a instigar o ouvinte a prestar atenção a cada verso dito, até aos que não necessitam de palavras.

23. “Loving In Forever”, Jungle

Diego Stedile

Ao contrário da vibe de seus projetos anteriores, o duo JUNGLE composto por Tom McFarland e Joshua Lloyd-Watson resolveu trocar o acelero passo para o caminahr tranquilo, presente em diversos momentos do “Loving In Stereo”. Introduzido no início do pelos singles inergéticos “Talk About It” e “Keep Moving” – que aparecem em nossas lista de melhores clipes, os clipes mais criativos e as melhores músicas do ano – o álbum busca equilibrar o ritmo dançante já conhecido pelo duo e intercalar com boas doses homeopáticas de sentimentos mais relaxantes sem perder o passo.

the battle at garden's gate

22. “The Battle at Garden’s Gate”, Greta Van Fleet

Letícia Finamore

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“Greta Van Fleet mostra com ‘The Battle at Garden’s Gate’ que, por mais que vacile com sua aproximação aos vocais de Robert Plant, é uma banda com sangue jovem motivado, capaz de entregar sons cada vez mais sóbrios e, como é da natureza da banda, espectrais. Greta Van Fleet falha ao entregar um disco aos fãs, cansados de comparações pouco fundamentadas, porém não desanima aqueles que acreditam no potencial da banda que, ao longo de seus cinco anos de atividade, não precisa mais ser reforçado.”

21. “CALL ME IF YOU GET LOST”, Tyler, The Creator

Diego Stedile

Tyler, The Creator – ou Tyler Gregory Okonma – sempre foi conhecido por sua alta gama de referências inseridas em seus trabalhos e em sua nova mixtape não seria diferente. “CALL ME IF YOU GET LOST” aborda a raíz rapper de Tyler em sua mais pura forma e status, reverberando sonoridades que podem ser encontradas até em trabalhandos iniciantes de seus ídolos como Pharrell e Gravediggaz.

O formato popular de décadas passadas aqui é aplicado como um conglomerado de hits que soam conectados de todas as formas. A produção suja e crua traz consigo elementos elegantes em formato de um manifesto pessoal e grotesco, refinado em suas bases externas e extretamente solúvel no interior.

20. “Collapsed In Sunbeams”, Arlo Parks

Diego Stedile

A estreia da britânica Arlo Parks foi surreal por diversos motivos. De uma profundidade poética escondida entre os versos do Collapsed In Sunbeams, até a produção despretenciosamente bem feita, Arlo em seus 20 anos coleciona momentos dos quais aborda ao longo de seu primeiro álbum.

Aqui todos são protagonistas, menos ela. Parks roteiriza seus últimos anos de forma poética e que abraçam o ouvinte a cada música sequencial.

19. “FLOWERS for VASES / descansos”, Hayley Williams

Thiago Santos

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“Neste novo trabalho, Williams ainda apresenta uma marca muito interessante de sua carreira: a evolução continuada de sua musicalidade e voz. Se com o Paramore a cantora trouxe à tona uma vibe que conversava bem com adolescentes de forma agressiva e imposta, em seus últimos trabalhos (tanto na banda quanto solo), ela demostra que amadureceu e essa maturidade é ferramenta para suas criações.

Em ‘Petals for Armor’ Hayley estava submissa a sentimentos intrínsecos e cantou sobre isso, demonstrando um aperto no coração de quem precisava expor ao mundo o que sentia. Já em ‘FLOWERS for VASES/descansos‘ Hayley desapega de tudo isso e mergulha em uma sensação de livre arbítrio, escolhendo por conta própria, se desvencilhar do que a fez sofrer, abrindo espaço para novos ideais e formas de sentimento.”

18. “Californian Soil”, London Grammar

Diego Stedile

Energético é a palavra certa para definir “Californian Soil”, terceiro álbum de estúdio da britânica London Grammar. A produção massiva com fortes instrumentais demonstra que o objetivo do trabalho é ser um extremo diferente de seus antecessores que marcaram pela sonolência sonora – em um aspecto positivo, claro.

Apesar de alguns erros, “California Soil” expande o escopo da fórmula do pop-eletro, assim como os temas das composições do trio. Não há nada tão íntimo quanto o single “Hey Now”, mas em troca, o restante das canções evita a mesmice dos álbuns anteriores. Embora o disco nem sempre atinja sua ambição, ele ainda sugere que quanto mais som esse grupo faz, mais vale a pena ouvir.

17. “Solar Power”, Lorde

Eduardo

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“Em pontos líricos, Lorde com esse disco se firma ainda mais com uma das melhores da atualidade. São letras incisivas sobre si mesma que nunca deixam de provocar um sorriso automático nos seus fãs íntimos. De maneira musical, ele não desaponta por se manter dentro de sua própria identidade, o problema acabou sendo para muitos, a bagagem da artista.

A imersão de sentimentos aqui é mais simples, no tópico sonoro, mas ainda assim apresenta obras que são de fato, especiais na discografia da artista. No fim, o resultado é um saldo que deve perdurar por muito tempo, e lá frente, ao absorvermos melhor essa sua libertação do inverno, iremos confirmar o óbvio: Lorde não pertence a um único verão.””

16. “Magic Still Exists”, Agnes

Diego Stedile

O pop disco da sueca Agnes fez seu nome em 2021. Presente na indústria há quase duas décadas, a artista não é nenhuma iniciante e vem lançando coisas desde sempre. Mas foi com o magnífico “Magic Still Exists” que ela mostrou sua potência total dentro da disco music em sua face muito mais pop.

Em “Magic Still Exists” nada contra a maré e põe em destaque seu sonoro afiado, suas letras instigativas e durações massivas, contrariando a narrativa que se segue atualmente. O álbum, que é uma bela entrada dentro de um ano repleto de influências do tipo, é tão elegante quanto “What’s Your Pleasure” de Jessie Ware, tão divertido quanto o “Disco” de Kylie Minogue e tão corajoso e excêntrico quanto o “Future Nostalgia” da Dua Lipa – e vale a comparação pois não ganhou a decida atenção que merece.

15. “star-crossed”, Kacey Musgraves

Luis Hora

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“Se Kacey Musgraves tinha alguma dúvida sobre como narrar uma tragédia amorosa, ela acerta em cheio transformando situações ruins em momentos de glória na sua carreira. Optar por uma escrita que vai direto ao ponto da forma mais transparente possível é o bastante para contradizer quem achar que só porque há uma inspiração em Romeu e Julieta significa que tudo deveria ser maximizado musicalmente. Deixar o apelo visual ser o bastante para traçar essa influência foi o correto, e as canções se provam mesmo sendo compostas por arranjos simples, acompanhadas de um ou outro momento mais agressivo. A sensação de satisfação é imensa, e a artista segura muito bem o trabalho árduo que é lançar algo após outro trabalho de imensa qualidade.”

14. “Blue Banisters”, Lana Del Rey

Eduardo

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“Sem Jack Antonoff na produção pela primeira vez em dois trabalhos seguidos (“Norman Fucking Rockwell!” e “Chemtrails Over The Country Club”), quem assina dessa vez são Gabe Simon, Drew Erickson e Barrie-James O’Neill; que certamente pesam de maneira absurdamente positiva para a construção ímpar do disco, onde temos um levante que prioriza voz e sentimentos, sem muitos batimentos pesados (a impecável “Interlude – The Trio” é a que mais possui isso), e quando de repente aparecem, são sucintos e incríveis diante da proposta do projeto.

Esse é, ao menos musicalmente, o melhor período que Del Rey poderia estar. Seus três últimos discos colocam em plano o quanto a artista deve ser considerada mais do que nunca, uma lenda. E aqui ela alcança um feito implacável para tal nomenclatura.”

13. “Jubilee”, Japanese Breakfast

Eduardo

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“Se há uma palavra essencial em meio a várias outras que servem como elogio para descrever o que Michelle Zauner traz com o Japanese Breakfast (projeto encabeçado pela musicista, diretora e autora coerana-americana) é pureza. É verossímil sentir as cores e sensações que suas produções evocam de longe. E hoje, todas as variações possíveis que a artista podia emanar com suas obras, dão vida ao que é um dos melhores trabalhos do ano: o seu 3º álbum de estúdio, o ‘Jubilee“’.”

12. “Daddy’s Home”, St. Vincent

Eduardo

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“Com a história de fundo do retorno da prisão de seu pai para casa (que aparece explicitamente apenas em faíscas líricas), as 14 faixas levam o ouvinte por 43 minutos para uma atmosfera que nunca deixa de se promover com grooves profundos e detalhes sonoros que são trazidos logo na abertura, com “Pay Your Way in Pain” – lançado em março, esse foi o primeiro single da nova fase. Quem tinha resquícios do álbum anterior se deparou com um labirinto contorcido por melodias que se apartam por uma explosão contínua e inovadora num compasso sexy.”

11. “If I Can’t Have Love, I Want Power”, Halsey

Eduardo

Nas linhas que tornam os versos do quarto álbum de Halsey uma verdadeira máquina feita através das poderosas mãos de uma mulher que afirma com todas as forças as suas forças, a cantora estadunidense parece ter uma sede incontrolável que resulta em sons imperiais e estridentes. Onde “Easier than Lying” mostra isso usando um som grave e apostando no rock escuro que queremos ver mais dela, “I am not a woman, i’m a god” traz com uma tendência mais apelativa digna de ganhar o mundo. Ao decorrer de mais de 40 minutos ela sabe como balancear tais condutas que a tornam imponente.

10. “An Evening With Silk Sonic”, Silk Sonic

Diego Stedile

O ritmo do blues na década de 70 tomou conta em dose dupla. O duo Silk Sonic, recém formado por Bruno Mars e Anderson .Paak, estourou a bolha do mainstream atual de referências superficiais para adentrar a fundo em uma época de ouro da música.

Mesmo tendo apenas 8 canções e uma introdução, “An Evening With the Silk Sonic” cumpre seu papel de ser uma obra completa e que gere boas reações pra qualquer pessoa que o escute. Paak e Mars são artistas extremamente completos que aqui não brigam por protagonismo, ao invés disso, focam cada um em sua parte que juntas somam grandes acertos do puro suco sonoro de décadas atrás. Há quem discorde da sonoridade referenciada ou mesmo até a montagem enxuta do material que poderia ser mais agressivo e inovador, mas uma coisa é certa: a nostalgia e qualidade combinadas aqui superam qualquer pré-percepção.

09. “MONTERO”, Lil Nas X

Eduardo

Depois de ganhar o mundo com um hit, a estrela agora chegou ao gosto de basicamente toda uma população insaciável por músicas que mexem com nossos sentimentos e nos fazem cantar com todos os pulmões. Devemos agradecer, já que Lil entrega isso. O primeiro registro completo de estúdio do rapper deve e precisa o colocar em um patamar que o honra com excelência o papel de ser um artista completo, e insamente mágico. Talvez desde o primeiro momento já era possível prever que ele iria mover montanhas, mas agora, com as 15 músicas do seu disco debut, isso se confirma.

08. “Planet Her”, Doja Cat

Eduardo

Não dá pra negar, o disco inteiro parece ter sido feito com uma única intenção: estourar mundo afora. Se as canções fossem ao menos genéricas e incabível ao que Doja é capaz de proporcionar, isso seria meticulosamente ruim, mas aqui toda essa ode ganha força com uma energia simplista o suficiente para afirmar que tal conduta ou vontade é apenas insana, e no fim das contas, funciona muito. São produções chicletes e dançantes que nos fazem mover como a artista almeja, e ainda revitalizam o posto de hitmaker que Doja Cat merece com todas as garras possuir.

07. “WE ARE”, Jon Batiste

Diego Stedile

A mente criativa por trás de grandes acontecimentos como a trilha sonora de Soul da Disney/Pixar e o clamado álbum solo “Hollywood Africans” de 2018, Jon Batiste, lançou seu oitavo disco solo esse ano e já pode ser considerado um marco. O ex-líder da banda do The Late Show With Stephen Colbert tinha um retorno altamente aguardado e não fez por menos. “WE ARE” é um álbum comovente que une o funk, gospel e R&B dos anos 70 com reflexões e mensagens afiadas sobre vivência não só sobre si mas como um geral racial.

Batiste apresenta um projeto estelar que conecta um rico nível de tradição e modernidade entre si, provando que seu genitor é tão impregnado de gospel clássico, soul, jazz e funk quanto o pop e hip-hop das últimas duas décadas. Isso o torna um disco que deve ser admirado tanto por sua musicalidade e composição intrincada quanto por sua capacidade de se enquadrar no hall da música contemporânea de hoje.

“Dedicado a todos os sonhadores, videntes, artistas e contadores da verdade que se recusam a nos deixar cair totalmente na loucura.”

06. “El Madrilleño”, C. Tangana

Mariana Gomes

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“Durante o “El Madrileño” inteiro é visível que o artista pretende se desprender uma imagem mainstream, de ritmos batidos ou ideias conhecidas sobre si com base em seus projetos antecessores. Aqui, Tangana busca se aproximar ainda mais de uma criação pessoal, bebendo de fontes culturais presentes em sua vida e no que consome. Pra que isso funcione bem – como funcionou – o artista precisou largar mão de crenças impostas pela indústria aos artistas latinos baseadas em um molde que não os pertence, e isso sim foi o maior acerto do álbum. Ao se reconectar com origens, nosapresentou a fundo os ideais sonoros de um artista puro e em processo de lapidação.”

05. “30”, Adele

Letícia Finamore

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“É uma surpresa gostosa se deparar com uma Adele que investe em ritmos como R&Blo-figospel hip-hop – além, é claro, do pop. O tal do pop, onipresente na indústria musical. “30” é, assim como dito anteriormente, um disco visceral da cantora, porém que cativa em seu caminho comercial, justamente por meio do pop, e não vê a música apenas como um produto. É claro que estamos falando da indústria musical, não podemos nos esquecer que números são importantes. Mas a questão de ’30’ é que se trata de um álbum realmente vendável, mas que não deixa de escancarar os sentimentos de Adele.”

04. “A Touch of the Beat Gets You Up on Your Feet Gets You Out and Then Into the Sun”, Aly & Aj

Diego Stedile

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A Touch of The Beat chega como um arrebatamento na imagem de “jovens da Disney” e prova que o talento sempre esteve tímido perto do que as duas gostariam de entregar em suas carreiras. Após uma pausa demorada, mas muito benfeitora para as irmãs, Aly e Aj se destacam em 2021 com um dos melhores projetos entregues no ano.

O disco, sonoramente falando, soa como uma obra atemporal e um registro de viagem de verão. É algo único, com nuances sendo descobertas a cada ouvida, surfando na contra mão do mainstream e se preocupando unicamente com a experiência de quem escuta. Aly e Aj querem entregar algo único e sentimental, pessoal, que deslize fluidamente a cada faixa – e foi exatamente isso que elas apresentaram.”

03. “SOUR”, Olivia Rodrigo

Luis Hora

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“Estar com dezoito anos em 2021 não é a mesma coisa que atingir essa idade dez anos atrás. A sensação de que a geração de agora cresce e amadurece mais rápido é perceptível sem muitas dificuldades, e perguntar a um jovem como é sua vida amorosa pode desencadear uma redação inteira sobre amores que deveriam ser eternos e desilusões que machucam como o fim de um casamento de vinte anos. A tal da angústia na adolescência agora parece dar lugar a uma mistura de sentimentos que quase ninguém costumava ter antes da vida adulta. É impossível deixar mais claro que isso em ‘brutal’, a faixa de abertura que diz exatamente sobre o quanto pode ser normal ter tantos problemas mesmo com pouca idade.

Uma coisa é clara: a cantora não é ou deve ser algo passageiro, a forma como ela coloca exatamente o que é em sua música transmite confiança sobre o que foi feito, e o trabalho do produtor Dan Nigro também deve ser enaltecido, já que a força da parceria com a artista maximizou o impacto que ela vem tendo até então.”

02. “Blue Weekend”, Wolf Alice

Eduardo

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“O mar que qualquer obra, ainda mais sonora, pode explorar é imenso. Porém, o que melhor culmina um bom resultado é a inserção de explorações com devida cautela. Ninguém gosta de presenciar inúmeras coisas ao mesmo tempo que não façam sentido. Por isso, é importante saber subtrair para poder somar. Dentro do ramo musical, artistas inserem diversas camadas musicais que a cada vez que se ouve o trabalho, desbrava-se sonoridades novas, que logo, põem em órbita uma nova experiência. E esse ano, quem soube mesclar grandiosas cores e ondas dentro de músicas, foi a banda Wolf Alice com o 3º álbum de estúdio, o Blue Weekend.

O quarteto retorna após os trabalhos do “Visions Of a Life” (de 2017) com um disco que auto expande a sua estética e atmosfera de maneira mágica por através de jogos musicais que evidenciam grandeza. Com as guitarras sendo o ponto chave para fazermos nos adentramos no azul e opaco universo, ela as vezes chega a imitar um mar de loucuras dignas de se prestigiar com o coração e a alma, em produções que não poupam aprofundar-se o tempo todo em suas próprias águas turbulentas.”

01. “Happier Than Ever”, Billie Eilish

Eduardo

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“O esperado segundo disco da Billie Eilish chegou esse ano e a responsabilidade da cantora em oferecer um projeto maduro e original foram mais do que além. Isso porque as prévias da nova fase não soaram exatamente como algo extraordinário. mas sempre estiveram dentro da bolha que a cantora, ao lado do seu irmão, o FINNEAS, ousam em estourar agora que temos o projeto inteiro em mãos.

Happier Than Ever não possui as semelhanças interiores do álbum de estreia da cantora, mas ainda assim não foge das regalias que lhe dão o seu nome. Aqui, há um crescimento inovador dentro das jornadas que ela decide explorar. Algo que é seu, mas que se explana para todos os lados com primor, fazendo ainda mais sentindo quando se prestigia tudo junto, e curiosamente, os três singles lançados como preparação mostram isso. Aqui, unidos do do esqueleto inteiro, soam mais fortes e ganham uma nova embalagem externa digna de admirar.”

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