Crítica | Vincint, “There Will Be Tears”

Cantor negro e LGBT lança primeiro álbum com parcerias de Alex Newell e Tegan & Sara, com músicas vulneráveis, mas dançantes.

Vincint Cannady, artisticamente apenas VINCINT, é um cantor pop americano ainda pouco conhecido, mas que precisa entrar no radar dos fãs do pop produzido por artistas LGBTQIA+, principalmente após o lançamento do seu álbum debut ‘There Will Be Tears‘. Nascido na Filadélfia, o artista participou do reality show musical The Four, onde mostrou sua potência vocal e talento, moldados desde pequeno por meio da igreja.

O cantor ganhou mais de reconhecimento após lançar ‘Be Me’, canção que fala sobre encontrar a própria liberdade em ser quem se é, a música foi escolhida como tema da 5ª temporada de ‘Queer Eye‘ da Netflix. Abertamente gay desde os 16 anos, VINCINT não deixou de usar suas referências na música gospel como forma de potencializar suas canções, como no caso de um de seus primeiros singles, a canção ‘Marrow’, lançada em 2018, que inclusive, tem clipe gravado dentro de uma igreja com diversos bailarinos e o cantor, exalando sua homossexualidade com orgulho e glamour.

Um álbum feito para chorar um pouco e dançar muito

Em seu primeiro álbum, o artista apresenta 11 faixas que mesclam vocais poderosos, elementos da música eletrônica e dance pop aliados ao coral de backing volcals. O projeto, como o nome mesmo sugere, nasceu da vontade do cantor de criar músicas que tem profundidade em suas letras o suficiente para fazer chorar, junto de ritmos que fazem as pessoas dançarem até cansar nas pistas, como ele mesmo declarou em entrevista para Entertainment Weekly.

“Eu amo a ideia de você poder ouvir uma música e dançar para caramba, tanto que você pode até desmaiar e ainda sim chorar ao mesmo tempo.”

VINCINT, EW (junho/2021)

Em ‘Higher’, VINCINT apresenta um hit dançante, que pode fazer lembrar Rihanna de alguma forma, pois traz no refrão a frase “where have you been all my life”, uma parceria deliciosa de ouvir com Alex Newell (Glee/Zoey Extraordinary Playlist).  ‘Kill My Heart’ e ‘Hard 2 Forget’ são outros grandes sons do projeto, perfeitos para as pistas de dança. ´Getaway’ é a faixa que conta com a parceria do duo Tegan and Sara, com sintetizadores bem marcados e batida animada, a música poderia muito bem ilustrar a trilha sonora de séries como The Bold Type, Younger ou Love, Victor

You‘, ‘Loving You 88‘ e ‘Take Me There‘ são as faixas mais leves, lentas e emotivas do álbum, trazendo mais vulnerabilidade nas letras e na forma de cantar do artista. Nelas ele explora ainda mais sua voz, mas sem deixar de lado elementos eletrônicos que as tornam perfeitamente encaixadas no projeto.

There Will Be Tears’ é literalmente um álbum que exprime os melhores momentos e acontecimentos de uma noite de festa, da dança frenética nas pistas ao choro bêbado e depois de volta aos momentos loucos de pura dança. Cada faixa do projeto carrega elementos clássicos da música pop, eletrônica e da dance music, gerando canções que não só animam, mas também parecem conversar muito bem com o público LGBTQIA+, suas camadas, emoções e influências. O primeiro álbum de VINCINT mostra que ele entende do que faz, ama a música pop e as pistas de dança, um material fluído e gostoso de ouvir que coloca o artista em um lugar para se prestar atenção no cenário de cantores pop, principalmente dos artistas LGBTQIA+. Com músicas que sem dúvida vão precisar ser tocadas nas baladas quando pudermos estar nelas novamente .

Nota do autor: 87/100

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