Crítica | A 2ª temporada de His Dark Materials nos prepara para a grandeza que está por vir

Em sua 2ª temporada a série expande seu universo e insere elementos que justifiquem os grandes acontecimentos do que está por vir.

A adaptação para as telas da saga His Dark Materials de Philip Pullman, segue sendo uma produção bem elaborada em seu segundo ano, porém um pouco menos “frenética”, por assim dizer. A série insere elementos sutis para expandir seu universo e indicar a importância do que está por vir e entrega uma 2ª temporada mais densa, com menos aventura, focada em seu tema principal: a crítica às instituições religiosas.

No primeiro ano, pudemos desfrutar de um ar aventureiro e desbravador de Lyra (Dafne Keen) e seus aliados, já nesta temporada, nos deparamos com uma jovem mais madura e até mesmo mais dura consigo mesma diante de tudo que passou. Ela e Will (Amir Wilson) encaram uma jornada mais sombria, que molda a relação dos dois e intensifica seu laço de confiança – algo que inclusive se estende a relação do menino com Pan, o daemon de Lyra.  

Agora, os desdobramentos da série são menos “significativos” e apenas servem como uma expansão de seu próprio universo, quase que uma ambientação. His Dark Materials nos guia de seu ponto inicial ao início de seu fim, adicionando elementos de menos fervor à sua narrativa, mas que nos conduzem ao entendimento maior dos perigos que se aproximam e do “algo maior” que une os destinos de Lyra e Will.

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A série segue usando o desenvolvimento de seus personagens como trunfo.

Desde o início, a produção tem feito um trabalho brilhante no desenvolvimento de suas personagens. São construções ricas, cheias de camadas e escolhas, que vão além dos conceitos de bem ou mal e nos colocam em um lugar de dúvida constante, principalmente quando o assunto é a temida Mrs. Coulter (se tornando cada vez melhor – e pior – por meio da interpretação de Ruth Wilson) e seu ex-amor, Lorde Asriel (James McAvoy), que neste segundo ano, só aparece uma vez. Afinal qual deles está do lado certo? Existe um lado certo, de fato?

Vale salientar que outro grande destaque desta temporada é a Dra. Mary Malone (Simone Kirby), uma cientista do mundo de Will, que estuda as partículas de matéria negra – conhecidas como pó no mundo de Lyra – e acrescenta a visão científica ao universo que até então, trabalha apenas uma discussão sobre a religião.

His Dark Materials entrega uma temporada satisfatória e respeitável, que faz uma boa transição para o seu momento final. A HBO já noticiou a renovação da série para sua 3ª e última temporada – o que é extremamente satisfatório para os fãs, uma vez que, muitas das sagas literárias, quando adaptadas para a TV, ganham desdobramentos além dos livros que acabam frustram seus leitores fiéis.

Assista His Dark Materials na HBO GO.

Nota do autor: 70/100

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