ARCA não sabe o que é descanso, pelo menos não parece praticar muito esse ato, diante de tantos lançamentos que vem jogando sem dó na cara de seus ouvintes. Oficialmente, desde 2013 temos músicas e músicas sendo atiradas nos momentos mais inesperados, a última overdose da cantora foi quando ela decidiu simplesmente soltar quatro discos em um intervalo de quatro dias.
Acompanhar sua carreira é esperar o inesperado, se compararmos Xen de 2013 com a pentalogia Kick (2020 – 2021) podemos perceber uma quase obsessão pela reinvenção do próprio som. E essa evolução não é algo didático, é extremamente volátil e transgressora.
É possível ouvir novos toques de produção que não existem em seu primeiro grande lançamento, da mesma forma que existem músicas que poderiam facilmente se conectar com algumas do passado. A musicalidade da artista é tão elástica que não só se resume as suas produções, mas também em seus vocais e visuais, e sua impressão na indústria foi feita de forma tão concreta que agora é muito mais difícil tentar conecta-la a outra possível influência musical, ARCA agora é a influência.
Seu catálogo atual é invejável, e com certeza uma setlist tem poder de deixar alguns fãs bem raivosos por uma possível falta de determinada música. Quando isso acontece é a prova de que estamos lidando com alguém que tem material de qualidade, o que torna a curadoria interna difícil de ser realizada.
Esperar uma apresentação de ARCA não é somente pensar em que músicas serão tocadas… por muitas vezes categorizada com uma das que fazem o som do futuro, ela mostra que seu barulho vai além; deixando as pessoas imaginando qual vai ser o visual, que roupas ela vai usar e até qual será a interação com o palco e aproveitamento visual em telões.
Tudo isso faz com que seu show seja um dos mais aguardados do Primavera Sound. A expectativa criada é de no mínimo alguns dos momentos que vai ser a cara do festival, já que contamos com o ‘combo completo’ de como um ato musical sabe, pode e deve ser em cada performance.
ARCA toca no domingo, 06 de novembro, na primeira edição do festival Primavera Sound no Brasil, que acontece em São Paulo. Mesmo dia dos headliners Travis Scott e Lorde.
