Um ano atrás, Olivia Rodrigo nos presenteava com o SOUR, seu álbum de estreia. Aos 18 anos, a cantora surpreendeu apresentando um trabalho coeso, diverso e brutalmente honesto. Os singles se tornaram hits instantâneos, dominando a internet e causando debates intermináveis: alguns criticavam os sentimentos cantados, outros apontavam similaridades com outras obras. Teve quem a defendia de tudo e quem apenas curtisse as músicas, sem se importar com as discussões.
De toda forma, talvez nem toda comparação apontada tenha sido apenas coincidência, uma vez que a banda Paramore foi creditada na composição de “Good 4 U” como autores de sample, pela similaridade de arranjos que fizeram história em “Misery Business” lançada em 2007.
Pensando nisso, analisamos alguns outros álbuns que podem ter servido de referência para Olivia na construção do SOUR, que você pode ouvir se gostou do debut arrebatador e quer aprofundar em estilos e narrativas similares.
“Under My Skin” da Avril Lavigne (2004)
A honestidade e azedume em algumas das letras do SOUR nos lembram muito os primeiros álbuns da Avril, especialmente o Under My Skin de 2004. Embora esse segundo seja um pouco mais sombrio, os arranjos mais rockeados são muito envolventes e melancólicos, casando bem com os melhores mundos de SOUR: o pop rock que retorna e as baladas lentinhas cheias de emoção.
“Riot!” do Paramore (2007)
Esse aqui é um essencial. Além de ter estabelecido um patamar de exelência e referência para o pop rock nos anos 2000, esse álbum apresentaa famosa (e polêmica) “Misery Business”, que citamos o sample anteriormente. As músicas realmente combinam demais, e todo mundo que viveu o comecinho do paramore ficou nostálgico quando viu o vídeo com o mashup que trouxe o debate à tona, causando inclusive o retorno de “Misery Business” para as paradas de sucesso, quatorze anos depois!
“Red” da Taylor Swift (2012)
Agora é para quem amou as baladas românticas: é impossível a gente não indica o Red. Esse álbum veio pra marcar a transição da Taylor entre o country e o pop (que viria forte no álbum seguinte, o 1989), e traz composições impecáveis e melodias muito marcantes. Em SOUR, Olivia até usa um trechinho de “New Years Eve”, da Taylor – que mesmo só presente no álbum Reputation, de 2017, reforça a admiração e inspiração entre as artistas.
“Pure Heroine” da Lorde (2013)
Outra artista que foi muito lembrada com o trabalho da Olivia foi a veterana Lorde, muito por conta da produção dos vocais e nas harmonias do álbum – como podemos notar em “drivers license”. O instrumental de algumas músicas também nos deu uma impressão de que há uma pitada em algo mais experimental, por mais que tenha sido entregue no SOUR de uma forma bem diluída e palatável. Melodrama, da Lorde, também traz muito de instrumentais com experimentações deliciosas e pode te agradar nesse sentido!
“don’t smile at me” da Billie Eilish (2017)
Por último, não podemos nos esquecer da irreverência trazida pela Billie, que nos lembra também a acidez no conceito da Olivia. Em algumas faixas de SOUR, a produção dos vocais também nos lembra muito o trabalho da Billie, que arrasa nos arranjos das harmonias, deixando as músicas bem mais “desenhadas” sonoramente e com uma pegada quase angelical, funcionando muito bem em ambos os trabalhos.
Mesmo com toda discussão e debate, o fato é que o álbum trouxe um frescor e referências que fizeram com que ele fosse extremamente relacionável, contribuindo com a nostalgia para uma audiência um pouco mais madura, que pegaram as referências – conscientemente ou não -, para uma audiência mais nova que não viveu tanto do pop rock que consagrou o gênero, e também com a cultura pop, trazendo tantos elementos de volta ao aclamado mainstream.