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7 álbuns feitos para acompanhar filmes (que não são a trilha original)

E, sim, vamos citar Lady Gaga novamente. Mas não só ela!

Desde o começo da era sonora do cinema, marcada pela obra “O Cantor de Jazz” (1927), de Alan Crosland, som e imagem construíram uma relação bastante íntima. Da sincronização de orquestras ao vivo ao surgimento dos musicais nos anos 1950, a trilha sonora evoluiu até se tornar parte essencial do cinema.

Muitos músicos e bandas como Trent Reznor (Nine Inch Nails) e Bjork, por exemplo, têm sido convidados por diretores para colaborar ou criar trilhas exclusivas para seus filmes. Lady Gaga é o nome mais recente da indústria a obter sucesso nesse campo. Em 2018, ela co-escreveu e interpretou várias músicas para o remake de “Nasce uma Estrela” e levou até uma estatueta do Grammy por “Shallow”

Essa relação entre músicos e filmes muitas vezes extrapola a trilha sonora original e trabalhos inéditos surgem em paralelo, não como parte do filme, mas álbuns que os acompanham. E, sim, vamos citar Lady Gaga novamente. Não só ela! Levantamos uma lista com 7 álbuns feitos para acompanhar filmes, mas que não são a trilha original da obra. 

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Lady Gaga, “Harlequin”

Com um anúncio que movimentou os fãs de cultura pop, Lady Gaga lançou no final de setembro “Harlequin”. O álbum traz canções que a artista canta no filme “Coringa: Delírio a Dois” e é uma obra conectada a ele.

Com 13 faixas, “Harlequin” conta com músicas inéditas e regravações de clássicos como “Get Happy”, que Judy Garland canta no filme “Festa no Campo” (1950) e, entre outros, “That´s Life”, de Frank Sinatra

O álbum saiu alguns dias antes do lançamento do filme, e é mportante frisar que a própria cantora advertiu que este ainda não é o “LG7”, seu aguardado sétimo álbum de estúdio. 

Madonna, “I’m Breathless”

“I’m Breathless” é o segundo álbum de trilha sonora da Madonna, lançado em 1990 para acompanhar o filme “Dick Tracy”, de Warren Beatty. O trabalho vem depois de “Evita”, de 1996, um grande sucesso, tanto o filme quanto o álbum. Ambos não são trabalhos oficiais da artista, mas trilhas de filmes. 

No longa de Beatty, Madonna interpreta a personagem Breathless Mahoney. Produzido em colaboração com Stephen Sondheim, o álbum mistura pop, jazz e baladas românticas, traduzindo um pouco da atmosfera noir do filme. 

Faixas como “Hanky Panky”, “I’m Breathless” e “Sooner or Later” merecem atenção, esta última vencedora do Oscar de Melhor Canção Original em 1991. “I’m Breathless” foi bem recebido pela crítica e teve bom desempenho comercial, alcançando a primeira posição na Billboard 200 e vendendo milhões de cópias mundialmente. 

O trabalho é visto como uma obra que representa a evolução artística de Madonna, que mostra sua disposição em experimentar com diferentes estilos e colaborações. O álbum ajudou a solidificar Madonna como uma artista multifacetada, que não só dominava a música pop, mas que também se aventurava pelo teatro e cinema. Algo similar ao que aconteceria com Lady Gaga mais tarde. 

Beyoncé, “The Lion King: The Gift”

Lançado em 2019 por Beyoncé, “The Lion King: The Gift” é uma obra que transcende a trilha sonora. Produzido para acompanhar o remake de “O Rei Leão”, o álbum é composto por  uma coleção de músicas originais que homenageiam a cultura africana, trazendo novos artistas e estilos musicais.

Beyoncé, que também emprestou sua voz à personagem Nala, atuou como produtora executiva do longa-metragem e trouxe uma nova perspectiva à história. Em faixas como “Spirit” e “Brown Skin Girl”, a identidade negra e a força feminina são celebradas. Os temas se conectam ao filme ao retratar sobre família, amor e responsabilidade. 

Assim como em seu aclamado álbum “Lemonade”, “The Gift” também ganhou visuais e se tornou o filme musical “Black is King”, outro marco de sua carreira.

Prince, “Batman”

O álbum “Batman”, lançado em 1989, conecta a identidade artística de Prince à estética sombria e vibrante do filme dirigido por Tim Burton. Prince não apenas criou músicas para o filme, mas também se envolveu profundamente na produção. 

Faixas como “Batdance” e “Partyman” capturam a essência de Gotham e seus personagens, enquanto outras músicas oferecem uma visão mais introspectiva, que podem caracterizar os conflitos internos do próprio Batman. 

A sonoridade do álbum mescla rock, funk, R&B e pop e traz uma faceta inovadora de Prince ao combinar tudo isso sem ser piegas. O trabalho se tornou um de seus maiores sucessos, além de uma trilha sonora sempre lembrada.

Spice Girls, “Spice World”

“Spiceworld” é o segundo álbum de estúdio da girlband britânica Spice Girls, lançado em novembro de 1997. O trabalho é uma continuação do primeiro disco, “Spice”, e foi acompanhado pelo filme homônimo, “Spice World”, que estreou no mesmo ano. 

Produzido por Matt Rowe e Richard Stannard, a obra trouxe uma mistura de pop, dance e influências de R&B, mantendo um pouco a sonoridade que fez do grupo um fenômeno global.

As faixas principais incluem “Spice Up Your Life”, que celebra a diversidade, “Stop”, uma balada pop com influências de soul, e “2 Become 1”, que aborda o amor e a união. Com letras alegres e cheias de positividade, o trabalho traz bastante a vibe das Spice Girls.

Sucesso comercial, “Spice World” ficou em primeiro lugar nos charts de vários países e vendeu milhões de cópias ao redor do mundo. O filme que acompanhou o lançamento do álbum também foi bem recebido, e ajudou a cimentar o status cultural das Spice Girls.

Pink Floyd, “The Wall”

Um clássico quando o assunto é a dobradinha música e cinema, o álbum conceitual do Pink Floyd, “The Wall”, lançado em 1979, acompanha o filme de mesmo nome. Uma das obras mais ambiciosas da banda britânica, traz temas pesados como isolamento, alienação e a luta interna do indivíduo. O álbum conta a história de Pink, um personagem que se isola do mundo à sua volta, construindo um “muro” emocional para se proteger de experiências dolorosas.

Embora “The Wall” seja considerado um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos, sua relação com o cinema se intensificou com o lançamento do filme homônimo em 1982, dirigido por Alan Parker. O filme é uma adaptação visual do álbum e, embora contenha as músicas do disco, não se trata de uma trilha sonora convencional, já que o álbum foi lançado antes do filme e é considerado uma obra independente. Um caso onde o filme acompanha o álbum. 

O filme combina animação e ação ao vivo para contar a história de Pink, incorporando as músicas de “The Wall” para enfatizar a narrativa emocional e psicológica da obra. O trabalho concentra grandes clássicos da banda como “Another Brick in the Wall, Part 2” e “Comfortably Numb”.

Arcade Fire, “Reflektor”

Quarto álbum da banda canadesa Arcade Fire, “Reflektor” teve seu lançamento em 2013, no mesmo ano em que o filme “Her”, de Spike Jonze, veio ao mundo. A banda foi convidada pelo diretor para a produção da trilha sonora do filme e, na esteira, o grupo lançou o álbum paralelamente. Embora o trabalho não esteja necessariamente conectado ao filme de forma explícita, muito da temática da obra de Jonze está presente. 

Tanto o Arcade Fire quanto Spike Jonze cultivam uma forte relação entre cinema e música. A banda explora bastante a sétima arte em seus projetos e Jonze começou sua carreira dirigindo videoclipes. Ele está por trás de clipes de sucesso como “Sabotage” dos Beastie Boys, “It´s So Quiet”, da Bjork e, entre outros, “Da Funk”, do Daft Punk

“Reflektor” apresenta uma mudança significativa no som da banda, incorporando influências de música eletrônica, disco, e elementos de art rock. Com uma sonoridade mais expansiva e experimental, “Reflektor” foi inspirado por diversos temas, como a mitologia grega, principalmente o mito de Orfeu e Eurídice, além da alienação na era digital e da busca por conexão humana, ponto essencial que liga o álbum a “Her”. 

Produzido por James Murphy, do LCD Soundsystem, o álbum foi aclamado pela crítica por sua ousadia criativa e complexidade. A relação entre “Reflektor” e “Her” vai além da colaboração na trilha sonora do longa. O som atmosférico e introspectivo do Arcade Fire cai como uma luva e “Her”, que traz um personagem solitário e entristecido que se relaciona com uma inteligência artificial. Inclusive, a “Supersymmetry”, que aparece nos créditos finais do filme, foi inicialmente concebida como parte de “Reflektor” e acabou sendo integrada à trilha sonora do filme, criando uma ponte entre os dois projetos. 

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