Em momentos de turbulência mental, a música pode servir como espaço de acolhimento e acalento, carregando a capacidade de liberar neurotransmissores associados ao bom humor e à felicidade.
Artistas também passam por esse processo e usam a criação como ferramenta de cura e externalização da dor, transformando períodos difíceis em grandes obras de arte. De Hayley Williams a Letrux, confira uma seleção de álbuns sobre saúde mental para se ouvir neste Setembro Amarelo.
Kesha, “GAG ORDER”
No disco que encerra o seu contrato com o produtor acusado de abusá-la sexualmente e psicologicamente, Kesha parece encontrar paz interior no final de Gag Order. O álbum que marca a sua liberdade funciona como uma profunda reflexão da cantora direto do seu lugar mais íntimo possível. Com produção mais intimista e experimental, Kesha foge das fórmulas de seus maiores hits para criar uma obra densa e notável.
Indicamos: Eat The Acid, Happy e Fine Line
Mac Miller, “Circles”
Com Circles, primeiro álbum póstumo de Mac Miller, os fãs puderam entender um pouco mais sobre as nuances que levaram o rapper a ter um fim trágico. O disco faria parte de uma trilogia que não pôde ser completada e funciona como um diário dos últimos meses de vida de Mac Miller, expondo sua luta contra o vício e pensamentos suicidas.
Indicamos: Good News, Everybody e Circles
Lady Gaga, “CHROMATICA”
Lady Gaga sempre fez questão de ser aberta publicamente sobre suas condições mentais, mas foi em Chromatica que a cantora expôs de forma crua toda a batalha que teve com si mesma nos anos que antecederam o disco. No seu sexto álbum de estúdio, a Mother Monster convida o ouvinte a participar de uma jornada pelo planeta fictício em busca de cura, através de batidas eletrônicas e muita dança.
Indicamos: 911, Replay e Fun Tonight
Ariana Grande, “Sweetener”
Após passar por um dos momentos mais traumatizantes de sua carreira, Ariana Grande deu um passo para trás e criou seu disco mais pessoal até hoje. Sweetener aborda temas como depressão, ansiedade e a busca pela cura depois de períodos sombrios. Embora seja um álbum com muita carga emocional, Ariana soube administrá-lo de forma otimista e leve, eternizando toda sua dor em um trabalho muito íntimo e especial.
Indicamos: breathin, get well soon e no tears left to cry
Hayley Williams, “Petals For Armor”
Após um divórcio conturbado e uma pausa na trajetória de Paramore, Hayley Williams se dedicou ao seu primeiro disco de estúdio como intérprete solo. Petals For Armor é um grande desabafo sobre as dores do fim de um casamento, a busca pelo amor próprio e a reconstrução após um período depressivo.
Indicamos: Leave it Alone, Watch Me While I Bloom e Roses / Lotus / Violet / Iris
Letrux, “Letrux Aos Prantos”
Obra do destino ou não, Letrux lançou seu segundo disco no dia em que o país se fechava por conta da pandemia de Covid-19. Aos Prantos soa como um presságio de todas as mazelas que o Brasil enfrentaria nos próximos meses, um alerta de que algo estava para acontecer. Tratando de assuntos como morte, luto, política e saúde mental, o segundo álbum da cantora é um convite para um enorme choro coletivo.
Indicamos: Abalos Sísmicos, Déjà-Vu Frenesi e Esse Filme Que Passou Foi Bom
Clarice Falcão, “Tem Conserto”
Conhecida por seu incrível dom para o humor, Clarice Falcão surpreendeu ao lançar seu terceiro disco em 2019. Tem Conserto é recheado de canções carregadas de letras honestas sobre sua luta com sua própria mente em momentos depressivos e ansiosos. Embora o álbum trate de assuntos difíceis, a cantora soube combiná-los com batidas eletrônicas de forma inovadora em sua carreira.
Indicamos: Minha Cabeça, Morrer Tanto e Só + 6
Twenty One Pilots, “Trench”
Embora todos os discos da dupla pudessem facilmente aparecer nesta lista, foi com Trench que Twenty One Pilots atingiu o seu auge. Inspirado pelas lutas mentais sofridas por Tyler Joseph, o quinto disco da banda é uma carta aberta aos fãs sobre a relação entre depressão e vida pública, e a importância de uma rede de apoio em momentos como esses.
Indicamos: Jumpsuit, Morph e My Blood