Imagine estudar em um colégio católico enquanto só pensa em arranjar um namorado e ir pra festas, ter um grupinho de amigas eclético e renegado do colégio, e viver tudo isso durante uma guerra civil na Irlanda durante os anos 90.
A premissa de Derry Girls pode até parecer batida, mas o humor e as situações mirabolantes em que as amigas Erin, Claire, Orla, Michelle e o britânico James vivem em Derry, cidadizinha da Irlanda do Norte que passou por diversos conflitos durante a guerra civil entre as Irlandas, é de valer a pena.
Em meio a situações que envolvem um padre gato, uma santa que chora e um brownie suspeito durante um velório, a série mostra com bom humor que as situações mais bizarras da adolescência ficam mais leves quando feitas em grupo. Principalmente se o grupo é formado pela prima estranha de um jeito bom, a amiga que ama arranjar confusão, da amiga nervosa e a voz da razão e do amigo britânico que é o único menino em um escola só para meninas.
O grande destaque de Derry Girls vai para a novidade para nós, da américa, em termos contato com uma série de adolescentes irlandeses. A Inglaterra sempre teve destaque nas produções da Grã-Bretânha e raramente vemos séries dos países vizinhos.
Inclusive, na série, o personagem James que é londrino sofre bullying dos colegas irlandenses pelo sotaque e pela desavença entre Irlanda do Norte e Inglaterra.
Além das loucuras das amigas, os pais das personagens são uma diversão a parte. O sogro que pega no pé do genro por nenhum motivo, a mãe super protetora que briga e tenta manter as aparências e a tia misteriosa que ninguém sabe por onde anda.
Tudo fica ainda mais divertido com a ambientação nos anos 90, os looks são caracteristicos da época, além das referencias ao período, como se vestir de uma spice girl no auge da carreira da girlband e esperar a visita do presidente americano Bill Clinton. A produção que só tem duas temporadas, com 30 min cada episódio, é rápida, leve e vai arrancar muitas risadas.