A Netflix lançou a parte 3 que fecha a trilogia de filmes baseada nos livros ‘Para Todos os Garotos que já Amei’ de Jenny Han. No novo filme ‘Agora e para Sempre’, Lara Jean (Lana Condor), está prestes a se formar no colegial e iniciar sua trajetória na faculdade e como todo bom romance teen clichê, isso representa inseguranças para a protagonista, principalmente relacionadas ao seu namoro com Peter Kavinsky (Noah Centineo).
Lara já demonstra ter tudo planejado para que seu relacionamento se mantenha e evolua lindamente, com os dois estudando na mesma faculdade e passando muito mais tempo juntos, a jovem acredita que este será o pontapé inicial de seu futuro e da vida que tanto quer construir ao lado do amado. Assunto já combinado e bem definido entre ambos, Stanford é a universidade escolhida pelo casal, Peter já conseguiu uma bolsa de estudos por conta dos esportes e agora, eles (ela principalmente), aguardam a aceitação da jovem pela instituição.
As coisas começam um pouco sair do cronograma dos dois quando Lara Jean não é aceita pela universidade, mas tudo ainda pode se encaixar, já que existe um plano B de estudar em outra faculdade, apenas 1h de distância da de Peter e pedir transferência depois de um ano. O problema realmente começa quando, saindo totalmente dos planos, a jovem se encanta por Nova Iorque e pela sua terceira opção de estudo a NYU.
Com algumas diferenças do livro e um recorte que foca mais no romance e nas inseguranças da protagonista sobre seu futuro amoroso e educacional, o filme se desenrola entre cenas dos “dates” do casal e de momentos de Lara em viagens com a família e com a turma da escola. Além de lidar com sua ansiedade, insegurança e medo do que pode ocorrer ao seu relacionamento, a jovem precisa se acostumar com as mudanças na própria família, já que seu pai pediu a namorada e vizinha Trina (Sarayu Rao) em casamento.
Para um filme teen água com açúcar, falta açúcar nesta conclusão
Com quase 2 horas de duração, Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre segue o formato dos anteriores e apresenta um filme delicado e romântico. Em alguns aspectos esta última parte, inclusive lembra a atmosfera do primeiro longa da trilogia. Momentos cômicos e visual fofo, até tornam o longa agradável, mas sendo um filme teen água com açúcar, falta um pouco de açúcar para compor o roteiro.
Em Para Todos os Garotos que já Amei, a diversão fica por conta da história do falso namoro, enquanto em P.S: Ainda Amo Você temos o conflito de Lara dividida entre dois amores. Na parte final, no entanto, a questão da escolha da faculdade e do futuro do relacionamento não parece sustentar muito a trama, mesmo com toda delicadeza e romance, ele não parece prender muito a atenção de quem o vê.
O roteiro acaba sendo morno, um tanto frágil e pouco desenvolvido, quase meio entediante. Salve as cenas das viagens de Seul e Nova Iorque, que dão um ar mais dinâmico e divertido, não há grandes momentos no longa. O novo casamento do pai de Lara Jean, que poderia apresentar uma camada mais dramática e emocional à história, é pouco explorado e parece jogado em meio ao filme só para se fidelizar mais ao livro. O relacionamento amoroso da jovem, embora perfeito e cheio de compreensão, derrapa já que há conflitos muito simplórios e que enrolam demais para ser resolvidos (como o caso de um erro cometido por ela ao enviar uma mensagem para o namorado). Outro fator que parece ter enfraquecido, mas que ainda é um bom respiro para o filme, são as tiradas levemente ácidas de Kitty (Anna Cathcart), irmã da protagonista. A menina é sempre muito esperta e divertida nos momentos em que aparece na tela.
De modo geral, o filme encerra a trilogia de forma sensível, graciosa e com uma certa maturidade. A evolução de Lara Jean de menina para mulher é visível e enriquece bastante a personagem, que mesmo sendo apaixonada, entende que precisa realizar seus sonhos e desejos pensando principalmente em si mesma. A química de cena entre Noah e Lana é notável e fofa, mas talvez a escolha de fazer um filme de quase duas horas tenha tornado longa algo que prende pouco o espectador e em determinados momentos até cansa. Sobra fofura e romance, mas falta diversão para que o filme cative mais o espectador.
Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre, acaba não convencendo muito como filme solo e parece mais uma extensão dos anteriores, os problemas e inseguranças apresentados parecem ser os mesmos de toda a trilogia, sem muita inovação mas com uma mensagem final sobre o inicio da vida adulta, decisões maduras e crescimento que fica clara.
Assista ‘Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre’ na Netflix