“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” e a cultura asiática como protagonista

Jonathan Schwartz (produtor), Destin Daniel Cretton (diretor), Simu Liu e Awkwafina falam sobre a represntatividade em foco no novo longa da Marvel
(L-R): Xialing (Meng’er Zhang), Shang-Chi (Simu Liu) and Katy (Awkwafina) in Marvel Studios’ SHANG-CHI AND THE LEGEND OF THE TEN RINGS. Photo courtesy of Marvel Studios. ©Marvel Studios 2021. All Rights Reserved.

A contagem regressiva já começou: no dia 2 de setembro chega aos cinemas disponíveis Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, uma nova aventura épica da Marvel Studios que gira em torno da misteriosa organização dos Dez Anéis e apresenta Shang-Chi, um novo super-herói dentro do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, sua sigla em inglês). No filme, Shang-Chi embarca em uma viagem de autodescoberta, confrontando o passado que ele acreditava ter deixado para trás quando ficou preso na teia dos Dez Anéis, organização ligada à sua infância e família.

Imagem: Marvel Studios 2021

O filme, em seus trailers e clipes, mostra incríveis cenas de ação com artes marciais, seu grande impacto visual e o elementos de humor e emoção que caracterizam todos os filmes da Marvel, mas também está deixando sua marca no MCU por ser a primeira história ligada à cultura asiático-americana, com uma coleção de personagens interpretados por talentosos atores e atrizes de origem asiática. Além disso, o projeto conta com uma equipe criativa asiático-americana por trás das câmeras, alinhada ao forte compromisso do estúdio de contar histórias representativas, com um olhar autêntico e respeitoso tanto na frente quanto atrás da tela.

Para encontrar o ponto de partida da história de Shang-Chi, a equipe criativa da Marvel – liderada prelos produtores Kevin Feige e Jonathan Schwartz – traçou sua origem mergulhando nos quadrinhos da Marvel dos anos 1970, fortemente influenciados pelo cinema de kung-fu da época. “Embora a arte e a ação desses quadrinhos sejam incríveis, Shang-Chi precisava de uma importante atualização. Vendo-a hoje, quarenta anos depois, e vendo como as histórias são contadas, Shang-Chi não parecia adequado para o público moderno. Tivemos que pensar em como queríamos que essa voz fosse ouvida em um filme da MCU”, explica Schwartz.

Imagem: Marvel Studios 2021

Nesta história de origem, o reimaginado Shang-Chi vive em São Francisco, onde trabalha como manobrista no estacionamento de um hotel. Quando um grupo de assassinos rouba um pingente que sua mãe lhe deu quando era jovem, Shang-Chi e sua melhor amiga Katy abandonam suas seguras vidas e viajam para Macau, para alertar a irmã de Shang-Chi, Xialing, que o perigo também se aproxima dela. Conforme o filme avança, Shang-Chi deve enfrentar o passado que ele pensava ter deixado para trás. Quando se vê atraído pela rede da misteriosa organização dos Dez Anéis liderada por seu pai, Shang-Chi percebe que deve impedi-lo e aos membros dos Dez Anéis.

“O problema central de Shang-Chi reside em não saber quem ele realmente é. Ao longo do filme, ele deve aprender a ser o dono de cada parte de si mesmo. Em seu interior ficam os resquícios com os quais ele não lidou, as coisas traumáticas que aconteceram com ela quando criança. Esta história é, em essência, ver um jovem lidar com seus problemas pela primeira vez. Ele deve olhar para dentro e entender que há coisas negativas em sua história, mas também há muitos aspectos positivos nela. Se ele não se permitir ver tudo, o bom e o mal, a luz e a sombra, não alcançará todo o seu potencial”, descreve Destin Daniel Cretton, diretor do filme.

Em última análise, são essas características e dilemas essencialmente “humanos” que tornam a história autêntica. “Queríamos contar essa história da maneira correta e ver cada personagem como um ser humano multidimensional para tentar evitar todos os estereótipos que, há muito tempo, existem em torno de personagens asiáticos e asiático-americanos”, conclui Cretton.

Desde o início, a equipe criativa por trás de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis sabia que a história deveria ser contada por talentos que refletissem fielmente o espirito dos personagens e suas circunstâncias. Sob essa premissa, os cineastas reuniram o primeiro elenco de origem basicamente asiática em um filme da Marvel, com a grande maioria dos atores e atrizes de ascendência ou origem asiática. “Ter um elenco de rostos asiáticos representando tanto a cultura dos Estados Unidos como a chinesa foi incrível. Ver como esses jovens personagens asiáticos vivem suas vidas é algo que nunca me aconteceu antes”, confessa Cretton.

Liderado pelo ator sino-canadense Simu Liu, que interpreta Shan-Chi, o elenco inclui a renomada atriz e comediante Awkwafina (“Katy”), o lendário ator de Hong Kong Tony Leung (“Xu Wenwu”), a atriz sino-americana Fala Chen (“Li”) e a icônica atriz malaia de origem chinesa Michelle Yeoh (“Ying Nan”).

Imagem: Marvel Studios 2021

Para Simu Liu, a representação asiática no filme é um ponto-chave que o deixa extremamente orgulhoso. “Este é o primeiro super-heróis asiático-americano do MCU. Este é um marco importante para nós. Esperamos muito tempo por um momento como este, vendo-nos retratados desta forma na tela. Muitos de nós, filhos de imigrantes, nunca pudemos nos ver autenticamente nas telas. Vimos caricaturas e estereótipos. Estou animado para ver o que tem acontecido nos últimos dois anos e acredito que esse filme vai ser uma parte importante dessa conversa”, explica Liu.

Na mesma linha, Awkwafina acrescenta: “Será muito importante para aquele menino e aquela menina que não veem muitas pessoas de origem asiática, ou outras minorias, na tela. Quando você vê um super-herói, você vê a si mesmo. Acho que esta é a grande importância de filmes como este. Eles permitem que meninos e meninas sintam essa possibilidade. Seguindo essa ideia, tomara que abra as portas para mais filmes como este”.

A representação asiática no filme também esteve, desde o início, presente por trás das câmeras, quando a equipe criativa da Marvel saiu em busca de um diretor de origem asiática para contar a história.

Imagem: Marvel Studios 2021

Cretton, nascido no Havaí, demonstrou interesse em dirigir o projeto, após ouvir que a Marvel estava procurando um diretor asiático-americano para dar vida a história. O diretor diz: “Na minha infância, meus amigos eram filipinos, chineses e japoneses. No Havaí, se você é asiático, faz parte da maioria. Quando viajei para o território continental dos Estados Unidos, foi a primeira vez que me senti deslocado. Foi a primeira vez que alguém em um bar veio até mim e me chamou de Bruce Lee. Foi aí que percebi e pensei: ‘Ah, sim, aqui sou diferente”.  Cretton compartilhou a experiência com os cineastas e a associou à jornada de Shang-Chi no filme. A Marvel respondeu com entusiasmo à sua visão e Cretton foi rapidamente convocado para cadeira do diretor.

Desde então, o processo tornou-se colaborativo e o DNA asiático-americano foi rapidamente impresso no projeto. O estúdio contratou Dave Challaham, roteirista do filme de origem sino-americana, e também trouxe a designer de produção Sue Chan, nascida em Nova York e com ascendência chinesa. A equipe de edição conta com Harry Yoon, de origem coreana-americana.

Com a representação asiática como verdadeiro protagonista, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis está escrevendo uma importante página na história da Marvel Studios, enquanto estabelece um precedente valioso para os projetos que estão por vir. Por sua vez, o público se prepara para desfrutar do filme com seus cinco sentidos e conectar-se mais uma vez com uma história que, repleta de ação, mistério e emoção, traz o indiscutível selo da Marvel tão amado pelos fãs.

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis estreia no dia 2 de setembro apenas nos cinemas disponíveis.

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