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Crítica | FLETCHER, “Girl of My Dreams”

FLETCHER sempre foi transparente sobre suas relações amorosas, mas em Girl of My Dreams ela está mais sem vergonha do que nunca.

Acompanhar a carreira da cantora FLETCHER sem saber sobre sua vida pessoal pode até ser legal, mas quando se vai a fundo para saber sobre seus amores, tudo fica mais divertido.

E isso não é algo difícil, já que a cantora sempre fez questão de tratar suas músicas como um diário aberto. Em entrevistas é possível ouvir ainda mais detalhes, porque da parte dela não existe vontade alguma de esconder sobre tudo que já sentiu (e que ainda sente).

Quando há alguns meses veículos jornalísticos participaram de uma chamada com a cantora ela respondeu algumas questões interessantes. O escutai perguntou: “Você sempre foi muito transparente sobre suas relações pessoais em sua arte. Em algum momento se sentiu vulnerável ou que estava compartilhando demais neste álbum?”.

Sua resposta foi que, em alguns momentos sentia que até poderia estar compartilhando demais, mas sua escrita sempre foi honesta, então é algo que faz parte da forma como se identifica e se comunica com a música. Mesmo que isso seja um método um pouco arriscado, é certo dizer que essa facilidade que tem para se abrir sobre si mesma é o que faz de Girl of My Dreams um disco leve, elétrico, dançante e em algumas vezes até possível de se identificar.

FLETCHER, “Becky’s So Hot”

Desde o EP ‘THE S(EX) TAPES‘ é possível entender que não existe FLETCHER sem ela abrir o coração. Para alguns, essa emoção sáfica que ela transborda pode parecer mágoas não superadas ou feridas que a própria evita deixar que cicatrizem. É impossível ouvir sua música sem se deixar permitir estar de braços abertos para tudo que ela despeja quanto canta. Existe muita dor em suas palavras, mas na maioria das vezes ela subverte o que canta através de batidas frenéticas e produções que dão um toque pop muito bem executado.

A canção que melhor define seu trabalho é ‘Becky’s So Hot‘, justamente por ter tudo isso reunido de uma vez. A polêmica sobre a música até citar o nome de uma pessoa envolvida com a ex-namorada da cantora já foi feito no intuito de causar mesmo, e essa é uma palavra que define muito bem sua personalidade provocativa.

Se tem algo que combina com sua voz são produções mais pesadas. ‘Conversations‘ faz com que ela grite com mais frequência, e guitarras acompanham muito bem a emoção que ela passa quando se pergunta a razão de se questionar diariamente. O maior momento no disco é com ‘Serial Heartbreaker‘, a batida passeia numa pegada com inspiração oitentista, mas são os toques de dance que modernizam.

O melhor de Girl of My Dreams é não oferecer obstáculo algum para que a jornada seja aproveitada e entendida. Tudo que é importante para as histórias escritas são bem desenvolvidos do começo ao fim, pois nada parece estar exagerado.

Nenhuma música soa como se estivesse incompleta ou omitindo o ponto de vista da cantora, e isso é o momento onde se percebe que saber tudo da vida de FLETCHER é o seu charme. Ela é complicada, imperfeita, inconsequente e mais sem vergonha do que nunca, fazendo questão de mostrar todas essa faces, para que o público decida se vale a pena ou não seguir sua voz.

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