BLACKPINK é, definitivamente, revolução. Como o slogan do grupo já define desde o debut, as quatro meninas tem conquistado recordes e escancarado portas já anteriormente abertas por nomes como PSY, Girls’ Generation, Wonder Girls e claro, BTS. Entretanto, o que o BLACKPINK consegue fazer é ter a vasta admiração do público geral.
Talvez os lançamentos espaçados façam com que a expectativa cresça. Talvez o sucesso seja pelas integrantes serem embaixadoras de marcas famosas de moda. Independente de qual seja o motivo, o BLACKPINK tem se tornado um dos carros chefes do k-pop mundialmente, ganhando fãs tanto entre pessoas comuns, como eu e você, quanto de famosos — só lembrar do VMA e de quantos artistas se divertiram com a apresentação delas.
Entretanto, uma das coisas que mais se observa em relação ao grupo é o mau gerenciamento da empresa, YG. Depois de dois anos da estreia do primeiro full álbum delas — o que causa um certo estranhamento dado o número de faixas —, o grupo chega com seu segundo full álbum, e mais uma vez, com poucas músicas, sendo duas anteriormente lançadas. Porém, a produção das faixas que não foram single foi extremamente diferente.
Ora, se observarmos os últimos singles — exceto “Lovesick Girls” —, está claro que o grupo segue uma fórmula. Não que seja errado, afinal, existe a máxima “em time que está ganhando não se mexe“. Contudo, em Born Pink as coisas se tornaram um pouquinho distintas na grande maioria das faixas.
“Shut Down” veio com uma premissa de uso de sample de música clássica. É estranho, principalmente se pensarmos na estrutura das faixas anteriores do BLACKPINK em que se valorizava majoritariamente o hip-hop e o rap — tendo duas das melhores idols femininas que fazem rap na Coreia. E bom, o destaque continuou nelas. Aqui, Lisa e Jennie tiveram linhas grandes de rap, mesmo que parecesse esquisito olhando de fora. O grande acerto dessa música é definitivamente a produção.
Porém, o que parecia ser mais um álbum cheio de linhas pras duas rappers do grupo se mostrou algo completamente diferente. Born Pink serviu pra demonstrar ainda mais as cores vocais completamente distintas das meninas. Afinal, com Rosé com seu timbre mais agudo, Jisoo mais anasalado, Jennie mais comercial e Lisa mais grave, as músicas são construídas exaltando essas diferenças.
“Typa Girl” vem em uma pegada mais hip-hop, tendo assim maior destaque para Jennie e Lisa, como de costume. E ao mesmo tempo, temos “Yeah Yeah Yeah” em uma pegada mais nostálgica e oitentista — que conta com parte da composição feita por Rosé e Jisoo, as vocalistas do grupo, sendo elas as destaques.
Mas a música que mais surpreende no álbum é justamente o que ninguém esperava: um solo. Óbvio, já tivemos solos de quase todas as integrantes — exceto Jisoo —, mas o que nunca tinha acontecido era vir em um álbum do grupo. Mas veio. “Hard to Love” consegue ser melhor do que as duas músicas já lançadas pela Rosé anteriormente, tanto pela produção quanto pela letra (que tem autoria de Natalia Kills). Aqui, a neo-zelandesa conseguiu mostrar sua potência vocal de forma exultante, algo que já há algum tempo vinha sendo questionada.
A parte ruim do álbum vem em uma das músicas que já tinham sido lançadas. “Ready For Love” já nasceu datada. Tropical House é um gênero que lembra bastante obras antigas e que não representa necessariamente a modernidade, e, além de tudo, a música ganhou um MV pobre, sendo lançada no álbum unicamente por pedido dos fãs, como a empresa divulgou.
No fim, BORN PINK serviu pra matar um pouco da saudade dos fãs. Depois de dois anos, os blinks receberam algo que definitivamente não esperavam, e o que é melhor senão surpresa e versatilidade? Após este álbum, a sensação que passa é que conhecemos um pouco mais da veia artística das quatro, justamente pela distinção dos trabalhos anteriores. E, bom, como já dito no documentário do BLACKPINK, definitivamente a Rosé nasceu pra isso.