Ser indicada em 2 categorias do Grammy Latino (Melhor Álbum Pop Contemporâneo quanto em Melhor Canção em Língua Portuguesa) num início de carreira é já mostrar um porte um tanto grande, e isso certamente deixa um currículo ainda mais impressionante.
Quem conseguiu isso foi Xênia França, com o disco “Xenia“, lançado em 2017, e que serviu para marcar a primeira bandeira da baiana em um território marcado por grande influência do MPB. Em uma nova frequência, que não poupa testar e gerar frutos excelentes, Xênia se destaca.
Com toques de soul, R&B e afro-beat, a faixa “Minha História” tem beats racionais que não excluem formalidades em ser dançante e digna de fazer o ouvinte se levantar e entender junto de França o momento que ela decide correr sozinha. “Pra Que Me Chama“, “Miragem (Sem Razão)“, “Perfeita Pra Você” e “Tereza Guerreira” são mais algumas faixas obrigatórias para passar pela tracklist do disco.
As canções resplandecem um brilho único no que Xênia conseguia colocar em altos pico para um primeiro trabalho. Por batidas excepcionais, ritmos calorentos, instrumentos encaixados com primor e a exaltação da negritude e empoderamento como principais linhas de afetos, aquele tornou-se um momento ideal para passarmos a agradecer pela artista simplesmente mostrar sua música pro mundo, seja qual for a densidade.
Estando envolvida na maioria da produção, o primeiro registro conseguiu marcar sua estreia sintonizando em um tipo único de traçado. Essa sintonia ganharia o dobro do brilho com o vindouro “Em Nome da Estrela“, lançado em 2022, elevando ainda mais sua carreira.
Viagem entre cosmos é o que mais define o melhor trabalho de Xênia
Toda a questão estelar é como achar um pote de ouro, onde as sensações dos cosmos ganham reverberações técnicas e se incluem na voz ímpar de Xênia França. Mais uma vez, imersa dentro da produção do projeto, a artista consegue deixar sua assinatura com um frescor ainda mais gigante e, além disso, reafirma sua maestria artística.
“Renascer“, o lead single da fase, “Interestelar“, “Ancestral Infinito“, “Ânimus x Anima” e a regravação de “Magia“, de Djavan, são alguns dos melhores fragmentos da constelação que é criada especialmente para a estrutura do projeto.
Com apenas 2 projetos na discografia, tudo o que Xênia já conseguiu colocar em execução nos faz criar um alarme para ficar atento. É fascinante imaginar os próximos infinitos que ela não apenas visitará, mas construirá visando ir atrás do futuro e o pós-futuro.
Mais que isso, a música brasileira precisa estar honrada em ter o som de Xênia em sua programação, pois sua contribuição é inegavelmente valiosa. Afinal, tudo que vimos até aqui não só a coloca num pódio visceral, mas também a consagra como uma estrela em ascensão.
Xênia França se apresenta no dia 19 de maio, sexta-feira, primeiro dia do C6 Fest em São Paulo. Ingressos já disponíveis.