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Crítica | Juliette, “Ciclone”

Um gole de amor próprio e um novo posicionamento levaram Juliette ao resultado controverso de “Ciclone”, seu primeiro álbum de estúdio

O título de ex-BBB fica no passado quando Juliette reforça posicionamento amadurecido em seu novo disco “Ciclone“. Revelando parcerias com grandes artistas do cenário nacional, seu primeiro álbum de estúdio é a reviravolta de uma persona criada por seu próprio público.

Sem perder sua essência, a cantora transita em sentimentos incertos e canções que abraçam sonoridades comuns e que se destacam pelas colaborações assertivas. Dilsinho, João Gomes, Marina Sena e Nairo são os nomes que compõem parte do disco e destacam

O problema acontece quando pensamos no disco como um todo. A produção ainda soa exatamente como uma coletânea de tudo que já podíamos esperar: um forró que flerta e se entrelaça com a música pop para se encaixar, assim, no topo com os maiores hits do momento.

Algumas canções também soam extremamente genéricas, mas “Quase Não Namoro” e “Não Sou De Falar De Amor” não fazem parte desta descrição. A parceria com Marina Sena é definitivamente um dos maiores destaques do álbum. Ocupando a terceira faixa do disco e exalando sensualidade, a canção se distancia a largos passos da mesmice e encanta com melodia envolvente. Já a colaboração com João Gomes é um forró de muita qualidade para os tímidos e apaixonados que marca outro ponto alto do projeto.

Apesar de seu novo posicionamento artístico parecer firme e ter evoluído a cada lançamento, “Ciclone” não surpreende quando pensamos no conceito de um álbum que nos deve contar uma história, mas recebe seu devido carinho quando falamos da faixa-título. A composição de Juliette e Seu Pereira, é a definição do que a cantora deseja alcançar: transparecer suas vivências em letras dramáticas mas que ainda vestem o amor próprio. Isso é muito claro quando relembramos seu EP de estreia, um trabalho de composições inteiramente assinadas por terceiros, que não deixou nenhum espaço para a recém-confinada encontrar seu próprio assento na indústria.

A tentativa de se aventurar em sonoridades diferentes, resultou num projeto que não conversa muito entre si, mas não o torna uma tentativa falha. Juliette se sai incrivelmente bem no que quase soa como um R&B ao lado de Dilsinho em “Nós Dois Depois” e isso poderia, enfim, ser um ponta-pé para apostar em um som mais experimental.

Se considerarmos toda a proposta que foi apresentada durante os últimos meses, o que deveria ser uma viagem emocionante repleta de variedade sonora, é apenas um esforço ainda limitado para se inserir no mainstream — só que dessa vez, seguindo tendências visuais com um pouco mais de personalidade e atitude, características essas que Juliette, definitivamente, ainda vai nos apresentar.

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