Enquanto se prepara para entrar em turnê, LP nos cedeu um espaço para falar sobre o processo de composição e como se sente a respeito da recepção de seu novo álbum ‘Love Lines‘, lançado em setembro deste ano.
O álbum que foi trabalhado ao lado de Ashton Irwin (5 Seconds Of Summer) e Andrew Martin (Palaye Royale) carrega uma sonoridade ainda mais alternativa e puxada para o indie-rock.
LP começou a carreira muito jovem, com dois trabalhos promissores: Heart-Shaped Scar, de 2001, e Suburban Sprawl & Alcohol, de 2004, que incluía a música “Wasted”, abertura da série South of Nowhere, da Nickelodeon. Após se tornar um dos destaques do festival South By Southwest (SXSW), começou a compor para diversos artistas, como Rihanna, Cher e Rita Ora. O caminho para o sucesso mundial veio com o álbum Lost On You, de 2017, cuja faixa-título é seu maior sucesso até agora, contabilizando mais de 650 milhões de streams.
No ano seguinte, lançou Heart to Mouth, um álbum sobre amor, luxúria e inseguranças, que conta com o hit “Girls Go Wild”. Com público fiel no Brasil, LP passou pelo palco do Lollapalooza 2022, para divulgar o álbum Churches (2021), e já esteve de volta para um show no início deste ano. Nos próximos seis meses, LP levará Love Lines ao redor do planeta, começando pela América do Norte neste outono. Em fevereiro, se dirigirá à Europa, em turnê até o final de março.
Com a chegada do álbum, estreia também o vídeo da canção “Dayglow”, capturado durante o Festival Prague Pride. O diretor Juan David Salazar registrou a energia vibrante de uma multidão de 70.000 pessoas, tendo a rica arquitetura de Praga como pano de fundo. O vídeo retrata a essência do orgulho LGBTQIA+: amor, aceitação e celebração da própria identidade.
“O vídeo de ‘Dayglow’ pode ser a coisa mais representativa da comunidade LGBTQIA+ que já fiz. Foi emocionante participar do Pride em um dos lugares mais belos do mundo, Praga! Agradeço à comunidade do Prague Pride pela calorosa recepção. Foi uma honra mostrar todos vocês neste vídeo! Tenho certeza de que o amor e a alegria serão percebidos como deveriam e contagiarão a comunidade global.”, comenta LP, que utiliza o clipe para destacar o direito ao casamento LGBTQIA+ na República Tcheca e no mundo em parceria com a Vodafone.
“Nós parecíamos uma banda. Todos nós nos sentimos muito livres e era um espaço totalmente tranquilo para explorarmos tudo aquilo que sentíamos vontade. Nós começamos a apreciar nossa amizade e a companhia musical um do outro. Isso teve um grande impacto no meu estado mental” disse a cantora sobre trabalhar com os músicos, “As vezes a gente trabalha com pessoas que nem conhecemos, é quase como se estivessemos num encontro do Tinder, tentando se encaixar para fazer aquilo funcionar.” completou.
Na estrada desde 2001 com seu primeiro álbum “Heart Shaped Scar“, LP diz ter aprendido a lidar com as críticas negativas de uma forma que soasse mais generosa para si mesmo, acima de tudo. Falando sobre a recepção do novo projeto, e como as pessoas sempre acham que tudo soa diferente, por exemplo, ‘Love Lines‘ é “o mais LP possível” segundo LP.
“Eu até fico meio confusa pois muita gente me diz que essa gravação é diferente das outras e eu fico tipo ‘tem certeza?’. Quer dizer, eu sinto que é um som mais fresco, mas, eu acho que é extra essência LP” disse. Conforme explica, seu novo álbum carrega ainda mais sua personalidade e soa como um café extremamente forte.
“Eu meio que fico numa bolha, as vezes, quando estou me preparando pra sair em turnê (…) Seja como for, posso dizer que as pessoas estão gostando do disco pelo fato de que os ingressos estão vendendo muito bem” disse. “As únicas pessoas que eu me importo são aquelas que escutam as minhas músicas e estão nos meus shows, o resto precisa apenas aproveitar a própria vida… E tá tudo bem.“
Ser uma pessoa intensa na vida pessoal pode dizer muito sobre a capacidade de um artista em termos de composição. Portanto, uma conexão criada com os fãs, quase sempre, é fruto da sensação de reconhecimento transmitido através das letras.
“Essa é a meta de ser um artista, entende? Colocar essas emoções, esses sentimentos, essas coisas internas todas para fora. Compartilhar coisas que acabam se tornando conexões com desconhecidos, que podem fazer alguém se sentir empoderado por outra pessoa que teve uma experiência semelhante. E no fundo é apenas algo que só me pareceu bom e catártico de escrever e cantar sobre.” afirmou. “É isso que eu almejo, eu meio que fico num estado constante dessa recepção, sempre que estou escrevendo eu me permito sentir e absorver todas as coisas. Sinto tudo o tempo todo, é meio exaustivo as vezes, mas é parte do meu trabalho.“
Parte da comunidade LGBTQ+, LP também comentou sobre a recente proibição do casamento homoafetivo no Brasil.
“Eles nunca vão parar de nos perseguir, sabe? Nós somos livres. Tem pessoas gays desde o início da vida, e vão ter pessoas gays para sempre.” disse. “Infelizmente é impossível não se importar e não ficar chateado com essas leis estupidas, sabe? Elas sempre vão aparecer e incomodar todos nós.”
Love Lines, sétimo trabalho de uma carreira de sucesso: uma imersão profunda e reflexiva em suas vivências, abordando relações românticas, familiares e o autoconhecimento. O álbum, que conta com doze faixas escritas entre as Ilhas Cayman e Palm Springs, com colaboração de Ashton Irwin (5 Seconds of Summer), Andrew Berkeley Martin (Palaye Royale) e o produtor-compositor indicado ao GRAMMY, Matthew Pauling, resgata a essência musical que tornou “Lost on You”, tema da personagem Petra (Debora Ortiz) de Terra e Paixão, um sucesso global.