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Rachel Chinouriri desafia estereótipos ao redefinir o indie britânico

Da Inglaterra ao mundo: Rachel Chinouriri tem muito a dizer e nós estamos aqui para ouvir

Não existem dúvidas de que a Inglaterra sempre foi um excelente exemplo quando o assunto são talentos emergentes, e com Rachel Chinouriri a história não é diferente. Nascida e criada no sul de Londres, a cantora descendente de zimbabuenses cresceu envolta pelo mundo do Britpop e da música alternativa do Reino Unido, admirando nomes como Blur, Lily Allen, The Libertines, e outros artistas que inspiraram a jovem a investir na carreira musical.

Em 2018, Rachel Chinouriri lançou seu primeiro single “So My Darling”, no SoundCloud, que foi bem recebido por público e crítica. Após outros singles avulsos, a cantora lançou seu primeiro EP, “Mama’s Boy”, em 2019, seguido dos EPs “Four° In Winter”, de 2021, e Better Off Without, lançado no ano seguinte. Estes lançamentos levaram a cantora a diversos festivais como o Tramlines Festival, em Sheffield, e o Glastonbury, o maior da Inglaterra. 

O ano de 2024 foi marcado como a estreia oficial de Rachel Chinouriri, ao lançar em maio deste ano seu primeiro álbum, que recebeu o nome de “What a Devastating Turn of Events”, onde a artista reflete sobre seus relacionamentos amorosos, amizades, e as dores e glórias de ser uma jovem negra na música indie ao longo de 14 canções. A capa do álbum também reflete a origem de Rachel, onde mostra uma casa típica do subúrbio de Londres, tomada por bandeiras do país. Em entrevista para a BBC, Rachel comenta sobre a arte escolhida, afirmando que a Inglaterra é o seu lar, mesmo que por vezes não se sinta bem-vinda. “A primeira reação, principalmente se for uma pessoa negra, seria algo do tipo ‘o que ela pensa que está fazendo?'”, comenta.

A cantora também faz questão de se afirmar como uma artista negra indie, devidas as suas inspirações musicais e o que se propõe a apresentar, como fez no “What a Devastating Turn of Events”, cuja sonoridade é carregada de elementos de rock alternativo, “É importante me definir como sou, uma pessoa negra envolvida na cena indie”, disse Rachel a NME. Para a Rolling Stone UK, Chinouriri declarou que gostaria de ser um exemplo para a nova geração: “o que eu quero é inspirar outras meninas negras de 13 anos que estão confusas sobre sua identidade, mas que amam o rock. Eu quero que eles pensem, ‘Oh Deus, é possível. Isso existe’. Em outra oportunidade, a cantora também declarou em suas redes sociais: “Minha música não é R&B. Minha música não é soul. Minha música não é R&B alternativo. Minha música não é neo soul. Minha música não é jazz. Artistas negros fazendo indie não são confusos. Vocês vêem minha cor antes de ouvir minha música”, desabafou.

Em seu novo auge, Rachel Chinouriri já coleciona fãs em diversos cantos do mundo, alguns deles ilustres, como por exemplo a atriz Florence Pugh, que inclusive protagonizou o clipe de “Never Needed Me” ao lado da cantora. Infelizmente, Rachel teve que cancelar sua participação como ato de abertura da cantora Remi Wolf pelos Estados Unidos, por problemas de custeio. Entretanto, a cantora continua confirmada para abrir os shows da Short N’ Sweet Tour de Sabrina Carpenter pelo Reino Unido e Europa, marcada para iniciar no próximo mês de março. Conforme revelado pela própria Rachel, ela teria sido quem tomou a iniciativa da parceria, ao mandar mensagem para a cantora americana se oferecendo como ato de abertura, que também inclui atrações como Griff e Declan McKenna.

Rachel Chinouriri está desafiando estereótipos frequentemente associados a artistas negros emergentes, mostrando sua singularidade dentro da cena musical britânica. Com apenas um disco lançado e músicas que ressoam nos ouvidos de quem opta por realmente escutar o que ela tem a dizer, só nos resta acompanhar, cada vez mais de perto, seu crescimento exponencial e que tardou, mas merecidamente está acontecendo.

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