Louis Tomlinson explora conexões genuínas no primeiro álbum solo “Walls”

O álbum que consolidou Louis Tomlinson como artista solo completa cinco anos em 2025

Quando Walls foi lançado em 31 de janeiro de 2020, Louis Tomlinson já carregava consigo uma bagagem emocional e profissional que tornava esse projeto muito mais do que um simples álbum de estreia. Depois de anos compondo, revisando e questionando sua própria voz artística, ele finalmente entregou um disco que resgatava suas influências do britpop e traduzia sua própria trajetória em melodias e versos honestos. 

O álbum, que estreou de vez a carreira solo do cantor, teve seu lançamento na melhor e pior hora possível, simultaneamente: a pandemia de COVID-19 assolou o mapa pouco depois de ouvirmos Walls pela primeira vez, isolando qualquer esperança da aguardada tour tão cedo. Em retrospecto, sua música — que busca verso a verso encontrar sentido em meio ao luto e ao caos — nunca foi tão necessária como naquele momento. Foi nesse cenário obtuso que Walls tornou-se um refúgio para muitos, consolidando Louis como um artista de identidade própria, canções honestas e carisma de sobra. Cinco anos depois, o álbum continua ressoando profundamente com aqueles que se identificaram com suas histórias de perda, amadurecimento e resiliência. 

Desde o começo, Walls se destacou por sua sinceridade. Com faixas que conversam entre si, o disco se faz entendido por completo quando ouvido por inteiro. Para muitos fãs, ele resgatou o Louis que conheceram na One Direction, agora amadurecido e preparado para mostrar a que veio.

Desde os primeiros acordes de “Kill My Mind”, fica evidente que Louis queria criar algo enraizado no britpop – um gênero que, em muitos aspectos, reflete sua própria identidade. A influência do Oasis e do Arctic Monkeys se mistura com os trejeitos do sotaque de Doncaster, tornando a experiência sonora autêntica e nostálgica. Essa abordagem é sustentada ao longo do álbum, com faixas como Walls evocando a grandiosidade de “Champagne Supernova” e “We Made It” trazendo uma energia vibrante que, desde então, se tornou essencial em seus shows ao vivo.

A escolha de manter uma sonoridade tão próxima do rock britânico dos anos 90 pode ter parecido conservadora para alguns, mas para os fãs, era exatamente o que precisavam. O Louis de Walls é aquele que muitos estavam sentindo falta: a voz por trás da One Direction, agora munida da maturidade conquistada por meio das dores singulares que viveu. Embora ainda houvesse elementos da banda em suas composições, isso apenas reforçou o quanto ele havia sido essencial para o seu sucesso. 

Se a produção de Walls resgata um som nostálgico, suas letras são o ponto de maior impacto. Simples e diretas, as composições de Louis são permeadas por uma honestidade que só o aproxima ainda mais dos seus fãs. Ele não se segura – e aqueles que duvidam de sua capacidade como artista encontram suas respostas nas músicas que ele compõe. “Two of Us” é um exemplo claro disso. Escrita para sua mãe, Johannah Deakin, que faleceu em 2016, a canção transforma o luto em uma promessa de continuar vivendo por ela: “So I will keep you day and night / Here until the day I die / I’ll be living one life for the two of us.”

Mas Walls também fala sobre outras perdas. “Too Young” reflete sobre arrependimentos amorosos, mas muitos fãs interpretam sua letra como uma despedida ao One Direction e a inocência da época. Defenceless, por sua vez, continua a história de “Habit” e “Too Young”, abordando suas falhas e inseguranças de maneira translúcida. Enquanto isso, “Only the Brave” é a faixa que equilibra um som mais introspectivo com uma energia crescente, funcionando como um hino inesperado pelos fãs, celebrando a coragem necessária para ser quem é e seguir adiante, uma mensagem que se alinha com o espírito do álbum como um todo. Juntas, essas faixas formam um mosaico de vulnerabilidade, transformando o disco em um espaço seguro para quem se identifica com suas palavras. 

Quando chegou a hora, a turnê de Walls fez muito barulho pelo globo, se tornando um capítulo essencial na história do álbum e de todos os fãs que tiveram o privilégio de acompanhá-la ao vivo. Adiada pela pandemia, tornou-se um momento de reencontro, como visto nos relatos compartilhados no site especial criado para comemorar os cinco anos do disco. Depoimentos de todas as partes do mundo demonstram como o disco ajudou pessoas a atravessarem tempos difíceis, provando que sua mensagem continua forte.

Manu Pelegrini relembra como Fearless a fez sentir que não estava sozinha e a empolgação com o anúncio da turnê no Brasil. Já Yuvi Bhata, no Oriente, também descreve o álbum como “puro mágico, cada canção falando direto ao coração”. Na Europa, Asmi fala sobre como “Two of Us” foi uma cura inesperada: “Ouvi essa música seis anos após a morte da minha mãe. Sou médica, a morte nunca foi novidade para mim, mas pela primeira vez me senti ouvida. Walls foi uma jornada de cura que eu não esperava”. Enquanto Kae, na África, conta: “Descobri Walls em 2021, e ele me puxou através de muitos momentos difíceis, especialmente após a pandemia. É um álbum sem faixas puláveis”. 

Louis reconhece essa conexão. Em um post sobre o aniversário do disco, o cantor compartilhou: “Eu me lembro do dia do lançamento vividamente, tudo ainda parecia tão incerto naquela época, eu não fazia ideia do que esperar. Olhando para trás, me sinto realmente orgulhoso do álbum! Obrigado a cada pessoa que apoiou o álbum e continua apoiando. Lançar esse disco possibilitou tantas coisas que eu nunca imaginei que seriam possíveis por conta própria. Sinto que percorremos um longo caminho desde então.” 

E ele tem razão. Desde Walls, Louis Tomlinson cresceu artisticamente, consolidou ainda mais sua comunidade fiel de fãs e demonstrou um amadurecimento notável na maneira como enxerga sua própria evolução. Mais do que um álbum de estreia, Walls foi o começo de algo muito maior – um capítulo de superação, coragem e conexão genuína.

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