Inspirado por teoria queer e narrando a história de uma inteligência artificial que entra em conflito depois de entrar contato com humanos, o multiartista ALI lançou seu primeiro disco nessa sexta-feira (16). “GLITCH” chega após uma série de singles e terá show de lançamento no festival Transforma Música, em São Paulo (SP).
Cada música do projeto retrata as diferentes fases que essa inteligência artificial enfrenta a partir das experiências que a vida em sociedade lhe provoca. Com sonoridade eletrônica e futurista, o trabalho explora timbres típicos de estilos como industrial, trance, braindance e techno microtonal. “GLITCH” reúne sete faixas que exploram temas como corpo, identidade e tecnologia.
A persona tecnológica surge no mundo humano em “01” e compreende seu próprio corpo em “TECNOGÊNERO”. Na sequência, experiencia amor e sexualidade em “LEITE”. A partir disso, começa a se questionar e torna-se um ser rebelde, como retratado em “REGRAS” e “NEM”, acabando por se tornar radicalmente niilista ao compreender a complexidade das emoções humanas.
“Eu queria criar uma ópera eletrônica que explorasse a dualidade entre a frieza da tecnologia e o calor da emoção humana, contando uma história que se relacionasse com a realidade que estamos vivendo atualmente, na era das fake news, inteligências artificiais, sexo virtual, intervenções cirúrgicas e harmonizações faciais”, explica o artista. “O que isso nos informa sobre o que estamos nos tornando? Qual é o limite para a ciborguização dos corpos feitas por celulares, telas, hormônios ou outras tecnologias?”, questiona ALI.
O álbum foi produzido, gravado e mixado no Estúdio Sala Secreta, em Suzano (SP), com colaborações com Joe Irente e FKOFF1963 na produção musical, criando uma sonoridade que desafia as expectativas do ouvinte em uma jornada experimental.
Os três singles que antecederam o trabalho são “GLITCH”, com direção da fotógrafa Marcela Guimarães, “LEITE”, dirigido pelo cineasta Daniel Nolasco (Vento Seco), e “NEM”, uma videoarte 3D assinada pelo artista visual Pedro Rocha. Os vídeos são atravessados por referências de contrassexualidade e das criações de Andy Warhol.
ALI é a persona musical do filósofo queer paulista Ali Prando, criador de projetos como Politizando Beyoncé e Björk.exe, além do festival Transforma Música, que recebe o show de estreia do disco neste sábado (17), em São Paulo (SP). Saiba mais.
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