Há alguns anos, Carol Biazin está aos poucos construindo uma carreira sólida na música, e os frutos dessa evolução vem sendo devolvidos em shows lotados, presença nos maiores festivais do país e incorporações de novos estilos musicais e visuais. Mas todo esse resultado não é surpresa para quem já prestava atenção na artista desde a época que ela era apenas uma participantes de competições musicais na TV. O que Carol tem agora é o que poucos conseguem: ter ido além do reality show e e se provado muito mais que apenas uma cantora para durar poucos meses após um estouro televisionado.
O primeiro grande ponto de atenção foi sua voz, que segue sendo uma das suas maiores forças na carreira. Ela canta com um sentido dominante que poucos possuem, como se cada gênero que escolha se arriscar se torne algo minúsculo perto do quanto ela pode fazer com seus vocais. Seu canto é forte, áspero e imponente de uma forma que parece não haver força alguma necessária para soltar uma simples sílaba.
Todas essas qualidades já haviam ficado claras logo no seu primeiro grande lançamento, ‘Beijo de Judas‘ de 2021. Mas é agora com ‘REVERSA‘, seu segundo álbum, que ela decidiu surpreender e provar que seus limites estão longe de serem atingidos. É até curioso imaginar aquela que cantava baladas românticas como ‘Talvez‘ hoje fazendo jogos de palavras sensuais, dançando e tendo produções tão ricas que nada deixam a desejar em relação a grandes artistas internacionais. Mas conhecer Carol Biazin é também entender que existe uma pegada bem camaleoa em sua carreira, hoje um pop mais animado pode ser o foco, mas isso em momento algum é um estilo cravado e determinado para toda sua vida.
A partir de agora será difícil não prestar atenção em uma artista que parece mais destemida do que nunca. Carol se mostra tão segura no estado que se encontra que sua confiança já é razão o bastante para ficar de olho na cantora. Sua discografia já tem uma variedade notável de estilos para quem tem apenas dois discos, mas existe um ótimo grau de balanço que não soa como alguém atirando para todos os lados, e sim como uma mulher que vai ficando cada vez mais inteligente musicalmente e não se acomoda em fazer apenas o básico.
A cada ano que chega ela vai saindo de um espaço onde apenas buscava referências para se tornar um exemplo musical, de visuais e atitude. E esse crescimento é um resultado orgânico de uma carreira que começou pequena e agora explora uma liberdade tão sonhada.
Carol Biazin toca no sábado, 25 de março, na 10ª edição do Lollapalooza Brasil. Mesmo dia dos headliners Blink-182 e Tame Impala.