Em novembro de 1989 a Sire Records anunciou a “Blond Ambition World Tour“, esta que viria a ser uma das mais importantes turnês do pop, considerada como um marco divisor no segmento de shows da cultura, a turnê de divulgação do álbum “Like a Prayer” foi apresentada para um público de aproximadamente 800 mil pessoas ao redor do mundo e gerou uma receita de US$ 62,7 milhões. Contando com 57 apresentações totais, dividindo-se em América do Norte, Europa e Ásia, a tour de Madonna foi considerada controversa, desafiadora e inovadora pela crítica.
A revista Rolling Stone declarou: “elaboradamente coreografada, extravagantemente sexual e provocativo” elegendo-a como a melhor turnê do ano. Neste mesmo cenário a genialidade de Madonna foi posta em evidência, nomeada como revolucionária e criativa, tendo em vista que seu show fora composto de 5 atos temáticos, figurinos diversificados, cenários e coreografias elaboradas, coisas que para a época eram vistas como inovadoras. Segundo o crítico Drew Mackie, da People, a divisão do show em 5 atos representava “não apenas um nível de planejamento criativo incomum para shows na época, mas também o grande volume de material com o qual Madonna teve que trabalhar”.
Além das críticas positivas o grande ato pop eternizado por Madonna levantou questionamentos e a reação de grupos religiosos acerca da performance de “Like a virgin“, onde a cantora aparecia em uma cama vestida com um espartilho e cercada por dois dançarinos que durante a performance simulavam uma masturbação. A igreja saiu em ato contra a cantora e o próprio Papa pediu para a comunidade cristã que não participasse do concerto em forma de boicote. De contra partida Madonna declarou:
“A turnê de nada prejudica os sentimentos de ninguém. É para mentes abertas e faz com que elas vejam a sexualidade de uma maneira diferente. Elas mesmas e outras”.
Madonna
Apesar de todas as críticas e boicotes, anos depois, mais exatamente no ano de 2017, a revista Rolling Stone declarou que Madonna reinventou o conceito de megatour pop, além de listar Blond Ambition com um dos “50 maiores concertos dos últimos 50 anos“, a Q magazine listou o grande show de Madonna como um dos “10 maiores shows de todos os tempos”
Além das marcas no mundo musical Madonna deixou seu legado na moda, o espartilho, rabo de cavalo e o famoso sutiã pontudo foram tendência na década de 90 e anos 2000, o visual utilizado por Madonna foi inspiração para personagens no cinema, dentre os fãs e influenciaram artistas posteriores. Katy Perry, Lady Gaga e Rihanna recriaram e utilizaram o tão famoso espartilho de Madonna, nesse contexto El Hunt escreveu:
“Pense nos chicotes e correntes de ‘S&M’ de Rihanna, ‘Side to Side’ de Ariana Grande e inúmeros outros grandes nomes do pop que surgiram depois de Madonna, e vestígios de Blond Ambition permanecem em todos os seus movimentos”. Nina Terrero, da Entertainment Weekly, declarou que Madonna “nasceu um grande momento da moda quando ela se apresentou com um espartilho de sutiã rosa em sua turnê Blond Ambition”.
A forma como os shows mega pop foram conduzidos e trabalhados após a transformação do cenário por Madonna são marcas na indústria, cada vez mais evoluídos e com maiores recursos artistas como Katy Perry, Taylor Swift, Kylie Minogue, Beyonce, a própria Madonna e tantos outros são exemplos de como o efeito Blond Ambition perdurou durante estes 30 anos, troca de figurinos, bailarinos, cenários e blocos temáticos ainda são considerados como padrões de uma Tour criativa e bem trabalhada.
O legado deixado por Madonna e sua tour sempre serão algo para se lembrar e se admirar e mesmo tendo se passado 30 anos ainda respira-se este ar jovial e divertido.
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