Confessional, etéreo e bruto: Luiz Libardo estreia EP solo “Roma”

Remetendo a atmosfera do indie-folk, Luiz Libardo lança primeiro EP solo

Luiz Libardo é um artista e compositor de Brusque que mistura a bagagem melancólica do pós-punk da Torvelim com a calma do folk, as texturas do Lo-Fi e a responsabilidade lírica do Songwriting. Formado na cena do rock catarinense há 10 anos e fundador de bandas como Stall The Orange e Torvelim, Libardo traz à luz referências quase que escondidas dentro dos seus trabalhos anteriores. Destacam-se letras em tom confessional, um clima etéreo junto de instrumentações acústicas, uso intenso dos violões e das texturas deliberadamente pouco renderizadas.

Seu primeiro EP, Roma, é um convite às incansáveis linhas de pensamento que traçam temas desde a contemplação da vida pacata interiorana, a aflição com a esquiva das próprias consequências, a tragédia, a amizade, a morte e no amor.


Roma conta com 3 faixas, a abertura fica por conta de “Roma”, música enfatizada pelos riffs de violão, e atmosfera que remete ao indie folk e ao estilo sing-songwriting de artistas como Phoebe Bridgers e Sufjan Stevens, junto à referências literárias de Chico Buarque e Charles Bukowski. A música surgiu em uma das turnês da Torvelim em São Paulo, e, como uma metrópole fundida em meio à um cotidiano caótico, industrial, destacada por ser o retrato falado da desigualdade, pode abrigar também tanta gente que respira cultura de formas tão maravilhosamente afrontosas para com aquela cidade em sí, um encontro quase secreto de dores, sentimentos tão pessoais e amigos que moram em tantos cantos por aí, como um catártico último episódio de férias feliz e triste.

“A Vista do Meio Pra Baixo II” é o segundo single do EP, a música originalmente da Torvelim, composta por Luiz Libardo é a mais melancólica usa influências da cena de Rock Triste do Brasil, também como no revival do Post-Punk em bandas como Fontaines DC, tem a participação das vozes da designer e esposa Laura Cadorin Marchi e do produto musical e amigo, Davi Carturani.

A terceira faixa do disco, é um Spoken Word, um poema musicado, inspirado pelo primeiro disco de Spoken Word do Brasil chamado Nosferatu do compositor e amigo Vitor Brauer, amigos que já trabalharam em composições juntos, como em “A Última Ilusão” (Torvelim) e “A Floripa Do Dr. Moreau” (Vitor Brauer). A letra é a mais introspectiva do EP, escrita em um funeral familiar, traz uma reflexão sobre a morte, a fama e a religião, um paralelo direto entre o falecimento do papa Francisco e o luto pela perda de entes queridos.

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