Crítica | Coringa vai além de suas próprias promessas

Dirigido por Todd Phillips, um dos filmes mais aguardados do ano finalmente está nos cinemas e o resultado vai além do satisfatório

Na última quinta-feira (03), chegou aos cinema o primeiro filme do solo do Coringa, um dos vilões favoritos do Universo DC.  Arthur Fleck (Joaquim Phoenix) é um homem que trabalha como palhaço durante o dia com o sonho de fazer comédia stand up. Arthur precisa lutar para realizar seu sonho no meio do caos e intolerância de Gotham.

Com boa recepção desde sua primeira exibição, o filme consegue entregar exatamente o que promete: se infiltrar na cabeça conturbada do personagem. A proposta é efetivada de forma tão concreta que em certos momentos você se sente desconfortável por conseguir entender tão bem a loucura do palhaço.

Joaquim Phoenix faz o público sentir todas as aflições do personagem e relutar junto para não se entregar ao que ele sabe que é seu destino. Impossível não citar que o ator trouxe a clássica risada do vilão para outro nível. Para cada situação que o personagem se encontrava, sua risada conseguia transmitir exatamente o que estava sendo sentido. O controle corporal e emocional do ator são excepcionais e necessários para essa nova atuação!

Exceto por ser ambientado em Gotham e trazer a família Wayne, o filme não possui nenhuma outra referência com outros personagem da DC Comics. Isso é uma vantagem porque esse filme só tem espaço para uma estrela: o Coringa! O filme é um círculo completo que não deixa aberturas, mas que pode evoluir para outros, sem dúvida. O diretor, no entanto, já disse que se trata de um filme isolado e que não tem planos para uma sequência.

Todd Phillips desenvolveu um trabalho excepcional junto com Joaquim Phoenix. A dupla conseguiu dar ao público mais uma atuação icônica do personagem, além de uma obra acima da média. Coringa certamente não é um filme que possa ser medido pelos padrões convencionais. As cenas finais do longa te deixam preso na cadeira pelo conjunto total: atuação, fotografia, sonoplastia e referências (ah, as referências finais).

(Reprodução: DC)

Se vale a pena? Com certeza!

O filme deve ser visto por todos: fãs ou não do DC Universo ou de quadrinhos em geral. Esse não é um filme sobre super-heróis ou vilões, mas um filme sobre a loucura – da sociedade como um todo e não só do protagonista. E quando sair do cinema, não se esqueça: put on a happy face 🤡

Nota do autor: 98/100

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