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Crítica | 5 anos de “Honey” de Robyn

Robyn e o álbum “Honey” continuam a soar indestrutíveis, trazendo em seu reflexo faixas que já eram consideradas impecáveis

Para Robyn, que em 2018 lançaria algo novo após anos sem nada unicamente seu, o cristalizado disco tinha a função de revitalizar sintetizadores magnéticos que esbaldam públicos desde os anos 90.

Servindo uma cerimônia radiante e com capacidade de conceber um brilho ligeiramente cegante, nascia então, em 28 de outubro daquele ano, o doce “Honey“. Nesse meio tempo, olhando para toda a trajetória anterior da artista e o que o projeto enquadra hoje, o resultado continua sendo um só: épico.

Missing U” é talvez a faixa pop mais incompreendida vista em muito tempo na música pop recente. A canção tem os batimentos de uma faixa exclusiva e lapidada para não crescer o suficiente sem que perca a elegância. A saudade, aqui, gira em torno da ideia de ser a resposta.

Crédito: Heji Shin + Mark Peckmezian (reprodução)

O ouvinte pode facilmente estabelecer essa abertura como o primeiro degrau que machuca ao mostrar saudade, perda, solitude, prazer e o desejo, mas ele entende que os próximos passos dependem apenas dele para desfrutar completamente da nostalgia, requerendo apenas unicamente de si e a pista.

Surgem a seguir mais oito músicas num nível de produção eletrônica absurda que encharcam a pista de dança com pedaços cristalinos completamente ilesos de causar dor e que servem de assoalho para os ouvintes que sentem a sincronia das batidas junto dos penares. O álbum cria um espaço seguro, no entanto, é o que você traz a tona para ele que parece doer.

Uma voz robótica persegue “Baby Forgive Me” até o ouvinte entregar-se à força e aumentar o volume da música que ressalta uma carta de perdão. Aliás, mais dessa ode sintética está em “Beach2k20“, com a sueca conversando sobre um restaurante. Mesmo sob tecidos pacientes, ainda se ergue um triz movimentado.

“Honey” consegue riscar todos os tópicos que listam atributos memoráveis

Send To Robin Immediately” é um sussurro, do tipo que é necessário achar coragem para dizer. Sempre sendo recitada em tons baixos e proclamando a ideia de que você não deve em circunstância alguma demorar a falar palavras que precisam ser ditas em claro som.

A princípio, para a época, “Honey“, era como algo nunca feito. Hoje, a música que foi o primeiro single da fase, guarda a mesma consciência. Decerto, dá para afirmar que Robyn nunca fez nada parecido com o que ela faz nesta peça e provavelmente nunca fará.

Quando o ouvinte chega no último degrau e as luzes acendem, não há prazer maior em sair da pista com calma, escutar os sintetizadores folgando e a sensação de que passou por tudo enquanto se desfez dos cristais doloridos do peito. E é “Ever Again” que canta nesse momento.

A música é alarmante e espetacular. Um pedaço de sons mesclados com a pura intenção de se autoproclamar grandiosa, criando o cristal principal: o da dor de se apaixonar de novo e jurar não faz isso mais nenhuma vez. Seja como for, a diagramação da faixa é como uma dança nos céus.

Crédito: Heji Shin + Mark Peckmezian (reprodução)

Diante do avanço dentro do repertório de Robyn, nada da armação desse álbum se assemelha com o que há dentro de seus outros trabalhos; não tendo como negar que as repercussões e ecos técnicos são replicados e esticados usando uma maciça estatura magnificente.

No começo, o “Honey” abre uma arena sob cores rosas que causam conforto visual e selado do mundo lá fora. Ao escutar o projeto, você encontra o seu eu junto de um emaranhado de urgências instalados por Robyn que fazem sentido. O decorrer traz músicas executadas bravamente em uma produção com mérito de ser reconhecida como lendária e cristalina.

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