Crítica | Daisy Jones & The Six, “Aurora”

Banda fictícia lança álbum que traz toda a essência do rock dos anos 1970

Daisy Jones & The Six foi uma banda dos anos 1970, que em seu auge, após o lançamento do álbum “Aurora”, de 1979, declarou o seu fim. Essa é a história criada por Taylor Jenkis-Reid em seu livro de 2019, que em 2022 ganha uma adaptação em série distribuída pela Amazon Prime Video.

Junto com o programa, o grupo fictício lançou na última quinta-feira o álbum Aurora, em que Sam Claflin e Riley Keogh, intérpretes de Billy Dunne e Daisy Jones, cantam as músicas do livro e algumas inéditas. 

A história se passa nos anos 1970, logo, as canções buscam emular a sonoridade da época. E já vemos isso em seus singles Regret Me, Look At Us Now (Honeycomb), duas canções que exprimem bem como o rock estava na época, mais melódico, sem perder o peso nas guitarras e baterias, algo que também vemos More Fun To Miss.

Ademais, é impossível não se encantar com a voz da rock royalty, Riley Keogh (neta de Elvis Presley) como Daisy Jones e de Sam Claflin, como Billy Dunne. A combinação vocal dos dois é eletrizante e harmônica, pois ao mesmo tempo que os dois parecem estar em uma batalha pelo domínio da música, tudo é feito da forma mais prazerosa de se ouvir.

Vale ressaltar que, mesmo em seus solos, os dois brilham. Com a balada Two Against Three, Keogh mostra uma voz consistente e melódica, unido a um instrumental simples, mas muito bem feito. Em Please, vemos um Claflin exalando uma vibe Steppenwolf, em “Born To Be Wild”

Além disso, não dá para ouvir este álbum sem pensar na influência de bandas como Supertramp, mas principalmente, Fleetwood Mac. Quando ouvimos os vocais, as guitarras e os teclados, é impossível não associar ao álbum Rumours (1977). Em canções como, Let Me Down Easy, The River e Aurora, dá pra imaginar Stevie Nicks, Lindsay Buckingham, Christine McVie, John McVie e Mick Fleetwood tocando essas músicas.

Bem como as letras que foram alteradas no livro para a série, é importante afirmar que foram necessárias para que a música tivesse um ritmo mais cativante. Não dá pra esquecer que elas forma escritas num período em que a autora não imaginava que sua história se tornaria algo mais tangível. Por isso, ressalto que mesmo sem a icônica frase em Regret Me: “Quando você pensar em mim, espero que isso arruíne o Rock n´Roll”, as letras permanecem fortes e muito bem feitas.

Portanto, o álbum Aurora se mostra muito divertido e consegue exprimir suas referências às bandas dos anos 1970, sem perder sua originalidade. Para os fãs é uma ótima forma de viver cada parte da história de forma intensa e finalmente ouvir seus personagens vivendo e criando arte.

95/100

Total
0
Share