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Crítica | ‘Divertida Mente 2’ reforça o poder da Disney e Pixar em nos entregar produções grandiosas e atemporais

Nove anos depois do primeiro filme, a aguardada sequência chega como uma das maiores promessas do ano.
INSIDE OUT 2 – MEET ANXIETY — Disney and Pixar’s “Inside Out 2” returns to the mind of newly minted teenager Riley just as new Emotions shows up unexpectedly. Among them is Anxiety, voiced by Maya Hawke, who isn’t the type to take a back seat, which makes Riley’s core Emotions—Disgust (voice of Liza Lapira), Sadness (voice of Phyllis Smith), Joy (voice of Amy Poehler), Anger (voice of Lewis Black) and Fear (voice of Tony Hale)—more than a little uncomfortable. Directed by Kelsey Mann and produced by Mark Nielsen, “Inside Out 2” releases only in theaters June 14, 2024.


A teoria de que “filmes animados” são apenas entretenimento infantil já está descartada há muito tempo, sendo a Pixar uma das grandes responsáveis por apresentar um teor emocional e psicológico que, mesmo envolto em cores e personagens adoráveis, atinge em cheio muito mais os mais velhos com algum conhecimento de mundo — sem deixar sumir o encantamento e o lúdico inocente.

Talvez por ter executado tal façanha com tamanho empenho e acerto nas últimas décadas, o estúdio — que atua sob as forças da Disney há algum tempo — é sempre um dos mais visados quando novas produções são anunciadas, gerando expectativa de bilheterias, filmes inteligentes e que serão comentados por anos e anos. Foi assim com o primeiro Divertida Mente, que colocou em personagens divertidos as principais emoções humanas: Raiva, Tristeza, Alegria, Nojinho e Medo para mostrarem de forma lúdica o funcionamento do emocional e do psicológico humano.

O acerto foi tamanho que tais personagens se enraizaram na cultura pop e ajudaram milhares de pessoas a compreender, discutir e acolher melhor as diferentes emoções e suas importâncias para o funcionamento de uma pessoa e até da sociedade. Claro que não podia parar por aí: quase uma década depois, Riley, nossa garotinha que abriga tantos dilemas relacionáveis está de volta, com problemas maiores e emoções mais… Complexas.

Agora com doze anos, o temido “Alerta da Puberdade” dispara na cabeça da garota, fazendo com que uma revolução tome conta da “sala de controle” e cinco novas emoções apareçam querendo tomar conta do pedaço: a Vergonha, a Inveja, o Tédio, a Nostalgia e a terrível e agitada Ansiedade. Essa última, dublada no Brasil por Tatá Werneck, parece tentar ser o grande carro chefe da vez, e com 10 emoções em confronto, já é possível imaginar parte do dilema enfrentado na trama.

© 2024 Disney/Pixar

Com a mesma duração do primeiro filme e sem a necessidade de tantas explicações e contextualizações, a trama se desenvolve em pouco mais de um final de semana. O tempo “real” parece mais que o suficiente para demonstrar esse choque de titãs, mas a trama é tão bem desenvolvida que o espectador quase se perde dessa marca, e tem a sensação de que tudo se desenvolve por muito mais tempo — tamanhas as trapalhadas e complexidades dos atritos emocionais.

Novos “conceitos” psicológicos são introduzidos também na narrativa, como a fundação do “ser” e as noções de personalidade que são fundamentais para a construção humana, como “ser uma pessoa boa”, gentil, amigável, egoísta, fracassada etc, mas o que realmente arrebata a audiência é ver, em uma tela colorida, a grande vilã do século, a ansiedade, tomar conta e paralisar o sistema.

A forma como as demais emoções tentam coexistir, lidar com o papel importante de cada uma e entender a hora de atuar e de deixar o controle faz com que a continuação do filme siga magnética, com o carisma característico e com dilemas que fazem o espectador encarar reflexões profundas e enfrentar o imagético de realidades e inseguranças que muitas vezes, tentamos esconder ou suprimir — quando na verdade é justamente o trabalho de entendimento que nos ajuda a resolver e seguir em frente.

Sem dúvidas, a continuação do filme reforça o poder da Disney e Pixar em nos entregar produções grandiosas e atemporais, capazes de dialogar com públicos distintos e emocionar gerações, trazendo debates pertinentes capazes de expandir o entendimento e fortalecer a compreensão e acolhimento de diferenças, unindo pedaços que nos fazem humanos — mesmo que esses às vezes nos machuquem e pareçam fora de lugar.

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