Crítica | EPEX, “Youth Chapter 2: YOUTH DEFICIENCY”

Segundo álbum completo do grupo sul-coreano homenageia a juventude e quem veio antes

Em abril deste ano, o grupo de k-pop EPEX — que debutou no cenário musical em 2021 — lançou seu primeiro álbum completo, Youth Chapter 1: Youth Days, composto por oito faixas. O disco atingiu o topo do Circle Album Chart na Coreia do Sul e rendeu uma continuação, o segundo álbum completo do grupo, Youth Chapter 2: YOUTH DEFICIENCY, apresentado ao público nesta semana.

Seguindo a tendência atual do k-pop (e do pop ocidental, em menor escala) de criar grandes blocos narrativos divididos em álbuns capitulados, EPEX consegue fazer com que essa divisão, aparentemente estética, realmente faça sentido. YOUTH DEFICIENCY de fato soa como uma sequência de seu predecessor ao se aprofundar em sentimentos mais agridoces da juventude, explicitando essa mudança através de abordagens rítmicas nostálgicas, que evocam lembranças que vão desde o emo pop do início dos anos 2000 até o melhor da segunda geração do k-pop.

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é epex-2nd-full-album-youth-chapter-2-youth-deficiency-v0-6ewqnnso94xd1-1024x768.jpg

Assim como o primeiro capítulo de sua história, YOUTH DEFICIENCY também possui oito faixas, e tal detalhe apenas contribui para a coerência de elementos que este álbum busca construir junto ao anterior. Mesmo trazendo diferentes ritmos e influências em cada uma das canções, é inegável a existência de uma linha narrativa que amarra todas as ideias apresentadas. 

Em termos de análise, Universe, a abertura do álbum, deixa o ouvinte à vontade com um bubbly pop alegre, que abraça a positividade e possibilidades da juventude, trazendo inspiração com partes em coro, uma característica presente em outras canções do lançamento; em seguida, My Girl — single liberado no meio de outubro — reforça uma tradição recente no gênero, que parece ser lançar a pior música do álbum como single. Não que seja uma canção ruim mas, em meio a suas companheiras de encarte, My Girl soa genérica e um tanto monótona.

1997 é a primeira faixa do disco que reflete as influências da segunda geração do k-pop mencionadas anteriormente. Começando a puxar para a nostalgia, este é o momento em que o álbum dá os primeiros indícios de sua trajetória emocional. Logo depois, a melancólica It is what it is denota as intenções do grupo de levantar o ânimo de seus fãs, assim como a sexta canção deste capítulo, Wonderful. Ambas possuem muitos elementos em comum, com Wonderful parecendo uma resposta mais esperançosa a It is what it is.

Para levantar os ânimos, Attosecond surge como um bálsamo. A faixa traz as sensações mais impulsivas da juventude para os holofotes com muito rap, um refrão poderoso e ritmo dançante. Ainda falando em refrões bons, temos Closer, que possui inspiração gritante no emo rock e pop dos anos 2000, um final catártico e grande carga de nostalgia. Essas duas faixas em questão são, definitivamente, as de maior destaque para o álbum, já que contribuem imensamente para a narrativa a que pertencem, enquanto exalam individualidade. Loner finaliza o segundo capítulo de Youth Chapter sem grandes pretensões, apenas como um carinho aos fãs, terminando o álbum em uma nota mais calma, confortável e segura.

Com Youth Chapter 2: YOUTH DEFICIENCY, o octeto sul-coreano dá mais um passo na direção certa, construindo uma jornada que certamente agradará aos fãs do grupo e que tem muito potencial para agregar mais admiradores. 

76/100

Related Posts

Total
0
Share