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Crítica | “Eu Sou: Celine Dion” mostra vulnerabilidades de um dos maiores ícones da música

Disponível na Amazon Prime a partir do dia 25/06, o documentário nos leva aos bastidores da vida e carreira da estrela.

Desde sua explosão com “My Heart Will Go On”, música tema do filme Titanic, lançada em 1997, a voz de Celine Dion ecoa pelo mundo e encanta fãs em álbuns com milhares de cópias vendidas, shows esgotados e residências aclamadas. Mas e quando esse império parece ameaçado?

Em 2022, enquanto o mundo ainda sentia alguns impactos diretos e recentes da pandemia de COVID-19, Celine divulgou um vídeo emocionante com uma mensagem triste: agora ela fazia parte de um seleto grupo diagnosticado com uma doença bem rara: a Síndrome da Pessoa Rígida.

O choque da notícia trouxe tristeza e espanto, uma vez que várias apresentações da cantora foram canceladas e novidades reveladas faziam parecer que o estado da cantora era cada vez mais crítico. Agora, em documentário exclusivo para a Amazon Prime Vídeo, acompanhamos Celine nos bastidores da sua vida enquanto a cantora reflete o diagnóstico, a carreira e seu sucesso.

Enquanto mostra a rotina de remédios, fisioterapias e cuidados voltados para a melhoria da condição — que “aperta” seus músculos, dificultando sua locomoção, o canto e até mesmo tarefas mais simples e vitais, como engolir —, vemos como a paixão da artista realmente é se apresentar e poder entreter e encantar as pessoas com sua voz. Através de contextualizações familiares, o espectador pode entender de onde vem a paixão pelo canto e pela arte, e como toda a vida da cantora está respaldado nessas bases.

No entanto, mesmo com imagens vulneráveis e de apertar a garganta, a montagem e direção do documentário soam, muitas vezes, superficiais e quase desconexas. A escolha narrativa de levar Celine a seu galpão — com milhares de sapatos, brincos e artigos de suas apresentações e vida particular com os filhos —, por exemplo, faz o documentário perder boa parte de sua potência. Claro que gostamos de ver os acessórios e o carinho que a cantora tem por cada elemento de sua trajetória, mas o vai-e-vem entre remédios e seu sacrifício para usar sapatos independente de sua numeração, em certo momento, não trabalham juntos para a construção total do material.

As imagens de arquivo tampouco engrandecem a história. Claro que em um documentário de uma artista dessa magnitude veremos imagens de arquivo, performances especiais e teremos números musicais emocionantes, mas a disposição dos mesmos pelo documentário também não parece somar a história ou engrandecer a narrativa. Seja pela ausência de uma remasterização ou um cuidado especial, muitas vezes parecemos estar apenas vendo performances e clipes no Youtube, ao invés de ter no elemento potência para emocionar e abrilhantar a história da estrela.

De fato, ao longo do documentário temos uma Celine aberta e disposta a falar, se exibir e se permitir ser vista, mas o apanhado técnico parece ter pouca sensibilidade para acompanhar e agregar no comando. Magnética e carismática, a artista brilha em todas as suas aparições — mas é quase desconfortável ver que elas parecem se esforçar para ter alguma relevância sem um direcionamento competente e funcional.

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