Crítica | Fate: A Saga Winx tem 2ª temporada mais consciente e evoluída

Em seu retorno, a Saga Winx parece escolher caminhos menos infantis e mais evoluídos, tornando a 2ª temporada mais agradável e envolvente.
Crédito: Steffan Hill/Netflix

Série baseada no colorido e purpurinado desenho das Clube das Winx, Fate: A Saga Winx parece ter abandonado um pouco de sua infantilidade ou desejo de se aproximar o máximo possível da animação. Em sua 2ª temporada a série aposta em escolhas mais maduras e até mesmo mais “obscuras” para compor sua narrativa.

Se no lançamento a série pecou no uso de clichês (leia aqui a crítica da 1ª temporada), agora ela consegue usá-los de forma mais inteligente e cria uma atmosfera que chega a envolver o espectador, mesmo não sendo ainda um grande marco do audiovisual.

Embora se passe em uma escola para fadas, a produção decide praticamente abandonar esse aspecto em sua nova fase. Sim, as personagens ainda se mostram com pouco conhecimento em alguns assuntos e até mesmo desejando aprender novas habilidades, mas isto já não é uma dinâmica tão presente a ponto de atrapalhar a trama real.

Crédito: Steffan Hill/Netflix

Com o retorno de Rosalind (que nesta temporada passa a ser interpretada não mais por Lesley Sharp, mas sim por Miranda Richardson) ao cargo de diretora, o clima em Alfea não é dos melhores. Além do autoritarismo, paira no ar a vontade de muitos na escola de não permitir que a segunda fada mais poderosa do reino siga com grande influência e consequentemente dando ordens na escola.

Bloom (Abigail Cowen) ainda é o ponto focal de tudo, mas há mais espaço para que, principalmente Aisha (Precious Mustapha) — que foi deixada de lado no ano anterior — brilhe. Stella (Hannah Van Der Westhuysen), Terra (Eliot Salt), Musa (Elisha Applebaum) e até mesmo a complicada Beatrix (Sadie Soverall) conseguem ter mais tempo para que suas tramas paralelas cativem os fãs.

Outro ganho para o elenco foi a entrada de Paulina Chávez no papel de Flora — personagem original do desenho que ao que tudo indicava teria sido substituída por outra fada da natureza: Terra —, que surge como a melhor amiga/prima da personagem com poderes similares.

O romance clichê entre Bloom e o popular Sky (Danny Griffin) — que ao que tudo indica saiu do universo da tela e se tronou real — também melhorou bastante e apresentou mais maturidade com camadas mais sensíveis para a narrativa de ambos.

Crédito: Steffan Hill/Netflix

A temporada de modo geral rendeu bons momentos e não há como negar sua evolução, mas ainda existe um caminho bem complexo a ser trilhado pela série, principalmente quando o desafio do showrunner Brian Young e sua equipe, é entregar um live-action interessante e que cative os fãs, que ainda estão fortemente ligados às fofuras, doçuras e brilhos da animação.

A diversidade ainda é uma magia difícil de ser executada pela Saga Winx

Desde que surgiu, ‘Fate: A Saga Winx’ parecia querer desesperadamente trabalhar a diversidade em seu enredo, porém todas as tentativas de explorar o tema pareceram meio furadas ou fracas demais. A produção pecou muito ao não escolher para o casting uma atriz asiática para interpretar Musa e acabou apostando tudo em Aisha, personagem negra, e Terra, personagem gorda.

Neste sentido, ‘Fate’, ainda não parece entender como estruturar ou desenvolver bem estes temas e acaba jogando-os na história de forma muito pouco prática. A questão LGBTQIA+ presente na temporada, por exemplo, é extremamente mal inserida na história e acaba sendo ajustada à uma personagem importante por pura falta do que construir para ela nesse novo momento da série.

Com um episódio a mais do que em sua 1ª temporada, ‘A Saga Winx’, apresenta sua trama com muitas reviravoltas em 7 episódios. Sua considerável evolução ocorre levemente nos efeitos visuais, mas principalmente por conta da melhora na química entre as personagens principais.

Fate: A Saga Winx’ convence mais e até envolve o espectador, a série cresceu e soube se encontrar nos erros que cometeu anteriormente, mas ainda precisa costurar melhor sua narrativa e de certa forma, trabalhar com mais inteligência o medo que tem de desagradar os fãs, o que às vezes a impede de dar passos que poderiam ser de grande riqueza para o show e que simplesmente à movem para cumprir tudo o que lhes é solicitado, sem trabalhar com maior criatividade a produção.

Assista a 2ª temporada de ‘Fate: A Saga Winx’ na Netflix.

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