Inhaler rompe rótulos e ganha força com “Open Wide”

“Open Wide” revela faceta de Inhaler ainda mais confiante e disposta a correr riscos

Em 2025, adjetivos como “promessa” ou “estrelas em ascensão” já não fazem jus ao Inhaler. Isso se consolida graças ao lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, intitulado Open Wide, onde a banda atinge um ponto de virada em sua trajetória revelando uma nova faceta: mais confiante, disposta a correr riscos e repleta de novas referências.  

Produzido pelo premiado Kid Harpoon— que também assina obras como o álbum do ano do Grammy de 2023, “Harry’s House“, de Harry Styles, o sucesso “Flowers”, de Miley Cyrus — Open Wide se junta a essa lista de obras de destaque por um motivo claro: é o álbum em que Inhaler assume de vez sua veia mais pop, trazendo influências marcantes dos anos 80, synths à la The Cure e riffs inspirados em grandes bandas como Kings of Leon e The Killers.

Em entrevista ao podcast italiano Est and Guest, o vocalista Elijah Hewson falou sobre como a banda se identifica no atual cenário musical. “Sempre nos sentimos mais como uma banda pop. Por exemplo, “Nevermind”, do Nirvana, é um álbum pop. Não soamos como a Sabrina Carpenter, e isso também é pop. Não somos pop nesse sentido, somos no sentido de que amamos música e grandes refrões, isso sempre foi o que buscamos. Acho que limites nunca nos pareceram atraentes, nunca foi natural para nós dizer: ‘vamos fazer esse tipo de álbum'”, explicou.

Inhaler para a NME (reprodução)

Somos apresentados ao novo capítulo da história do Inhaler com a enérgica “Eddie in the Darkness”, que juntamente com faixas como “Your House”, “Even Tough” e “Little Things”  compõem alguns dos pontos altos do disco. Aqui é possível observar com clareza a evolução artística do quarteto em todos os aspectos. Desde a instrumentalização —consideravelmente mais amadurecida— em especial a guitarra de Josh Jenkinson, muito bem explorada em faixas como “X-Ray”, até as letras mais introspectivas, onde a banda reflete sobre experiências de crescimento pessoal de forma nostálgica, abordando-as como lembranças distantes.

Dizer que o Inhaler demonstra mais maturidade em seu terceiro álbum pode soar clichê. Afinal, este é o caminho natural de quando se começa muito jovem nesta indústria, onde tanto os ouvintes quanto os artistas (que também são ouvintes em certo ponto) são expostos à novas referências e tendências constantemente. Contudo, a evolução entre o Cuts and Bruises, de 2023, e Open Wide é tão expressiva que merece ser destacada.

De um grupo de jovens no começo da vida adulta ainda se reconhecendo em um ambiente pós pandêmico, buscando encontrar uma identidade própria além da inevitável influência do U2, a verdade é que o Inhaler deu um passo maior que o esperado em sua trajetória. A banda conquista a cada dia mais novos fãs em um período em que grupos não são mais tão colocadas em evidência no mainstream, e isso de fato é algo a se prestar atenção. Inhaler prova neste ponto da carreira que conseguem ir além de qualquer rótulo e de que, de fato, não conhecemos nem a metade de seu talento criativo.

81/100

Related Posts

Total
0
Share