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Crítica | Minions 2: A Origem de Gru vai na contramão de seu próprio antecessor

Mirando em uma continuação que se aprofunda na história de Gru, Minions 2 decepciona por esquecer de sua própria essência

Não é novidade que os grandes estúdios, principalmente os norte americanos, estão dispostos a requentar e espremer qualquer produto que faça um sucesso considerável baseados em itens já conhecidos, prolongando possíveis bilheterias, merchandising e universos pouco exploráveis.

Isso nos traz a Minions 2: A Origem de Gru (Rise of Gru, no título original), uma continuação do spin-off de Meu Malvado Favorito, que já rendeu 3 filmes por si só e com um quarto anunciado. Cinco filmes de um universo pode significar muitas coisas: profundidade nas narrativas, personagens melhores explorados, cenas de encher os olhos e sequências de tirar o fôlego, mas não se engane, infelizmente nada disso está presente aqui.

(CNS photo/Universal Studios)

Com a premissa de nos contar como Gru se tornou o vilão que conhecemos — e até certo ponto, criamos afeição —, o filme já traz um enorme erro em seu plot mais básico. Mesmo trazendo o nome dos Minions no título, o roteiro coloca Gru no primeiro plano, enquanto os seres amarelos e muito populares assumem as laterais de um filme que, teoricamente, deve ter eles como principal assunto.

Além dessa problemática no tema principal do longa, o filme entrega pouca criatividade no sentido e contar uma nova história. O roteiro em si não é muito surpreendente, emotivo ou engajador. Mesmo com muitos estímulos visuais e sonoros que aqui estão muito bons, pouco é aproveitado e permanece com os espectadores: não há uma reflexão, moral, traço marcante ou super engraçado — mesmo com a dublagem do humorista Leandro Hassum que sempre entrega um ótimo trabalho nesse sentido.

A melhor personagem aqui é a inédita freira, único elemento que soa fresco e até arriscado demais, mas que chega pontualmente bem. Suas aparições conseguiram arrancar gargalhadas genuínas e, talvez, sua presença garantiria a audiência — ou pelo menos a curiosidade para trazer o público — em um possível próximo filme.

Saímos da sala de cinema com a impressão de que, infelizmente, Minions 2 corrobora a ideia errônea e antiquada de que animações são produtos vazios, coloridos e barulhentos apenas para entreter crianças que não precisam de substância, indo na contramão de tantos filmes históricos e premiados que tem buscado seu lugar na linha de frente do cinema.

Nota: 38/100

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