Crítica | Noah Cyrus, “The Hardest Part”

Depois de anos lançando apenas EPs, Noah Cyrus retorna com um álbum de estreia sólido, íntimo e impressionante

Não deve ser um das situações mais fáceis ter um irmão na indústria musical sendo visto como uma potência insana de fãs e números e também se lançar nesse mundo. A família Cyrus veio da música. Miley é uma artista nata e que se reinventa com um apareço gigante pelas suas propostas. E então, a mais nova da família, Noah Cyrus, que surgiu oficialmente nos streamings em 2016, agora está no mesmo patamar sonoro de sua irmã.

The Hardest Part, seu primeiro álbum de estúdio após alguns EPs, é uma peça insana de talento, sem faltar com nenhum tipo de entrega e fragilidade. Na verdade, a única tensão frágil aqui são as fortes pertubações que se deram por amar exclamadas nas letras.

Se por um lado ela se mostra extremamente abalada em deixar o seu amado ir, ela decide não demonstrar isso sonoramente. Não ao menos em força total. Hoje, Noah nos mostra canções country/pop que englobam um tom dançante revigorante, como se fossem desenhadas para causar diferentes devaneios.

Mr. Percocet” e “I Burned LA Down“, os singles, encaixam com uma vitalidade insana dentro das faixas do projeto. Assim que olhamos para as peças de modo separados, não era possível ver o fragmento inteiro como algo tão surreal quanto parece agora. A segunda possui uma construção irregular ímpar, sempre mostrando-se diferente.

Depois de anos, Noah finalmente canta seu estilo

Os produtores Mike Crossey e PJ Harding mostram que as 10 músicas estão em um único tom, mas a diferenciação está em como são montadas junto a voz de suas dona. Seguramente, Cyrus marca um score altíssimo pelos vocais imbatíveis a medida que as cores genuínas do trabalho são tingidas.

Ao conferirmos a voz de Noah interpretando de maneira tão vulnerável as letras que machucam mais e mais qualquer coração já partido, ela soa como uma cantora em um mirante longe de suas fragilidades, a palavra perfeita para definir cada timbre e entoação de palavras é apenas uma: excepcional.

Crédito: reprodução

Are you leaving me?“; de modo cortante ela encerra “My Side of the Bed“, canção feita com piano e artifícios que lembram o que Lorde fez com “Liability”; e a terna “Hardest Part” assume uma nuance de reinventadora dentro do conjunto, já que a música nunca soma em questão de conteúdo e batidas grandes, além de momentos mais rápidos, mas é impressionante como encanta pela feição à voz de Noah.

De repente, diante das suas outras composições, aqui, absolutamente todas as parcelas do The Hardest Part parecem estar centradas em uma única finalidade. Por isso, é como se ela tivesse finalmente encontrado o lugar para fincar sua bandeira. Dessa forma, o resultado são músicas e relatos que abrem e ao mesmo tempo curam feridas com enorme aptidão.

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