Crítica | Órfã 2: A Origem supera seu antecessor com plot surpreendente

Órfã 2: A Origem caminha em uma linha tênue mas ainda consegue se diferenciar por um plot twist surpreendente

Provavelmente um dos mais aguardados filmes de terror do ano, Órfã 2: A Origem (Orphan: First Kill, no título original), chegou, e mesmo dividindo opiniões, seu resultado é surpreendente. O longa traz os eventos progressos da vida de Leena Klammer (Isabelle Fuhrman) desde seu período internada, até a criação de Esther, a criança órfã e sociopata que é integrada a famílias e depois as destroe.

O filme estrelado por Isabelle Fuhrman, Julia Stiles, Matthew Finlan e Rossif Sutherland, chegará aos cinemas brasileiros próxima quinta-feira, 15. O escutai foi convidado para conferir Órfã 2: A Origem trazemos agora nossas impressões.

Leves spoilers de Órfã 2: A Origem a partir daqui!

Uma das principais questões que causaram dúvidas no público foi como os produtores iriam convencer a todos de que a atriz Isabelle Fuhrman, atualmente com 25 anos, ia ter uma aparência tão jovem quanto a do primeiro filme, filmado quando ela tinha 12/13 anos. A resposta é: convenceu mas não convenceu.

Há momentos em que a diferença fica extremamete evidente, e mesmo que incomode a princípio, depois de um tempo de tela você se acostuma e já não faz tanta diferença. Apesar disso, é até interessante que os efeitos não a rejuvenesceram tanto, pois agora que sabemos da condição física da personagem, a ambiguidade deixa tudo mais evidente — mesmo que essa não seja a real intenção. Já na questão altura da atriz, o jogo de câmera abordado pelo diretor William Brent Bell ficou excelente e a escolha de dublês de corpo foi bem executada em boa parte do filme.

Mesmo com um início qe se assemelha muito ao seu antecessor, Órfã 2: A Origem acerta em buscar a origem da personagem. Entender como Leena se desenvolveu acresceu bastante nessa continuação (que quase parece um prequel em partes) e muito se dá pelo roteiro de David Leslie Johnson-McGoldrick e Alex Mace. Aqui observamos a rotina de Leena no hospital psiquiátrico, como era a dinâmica do local, além de compreender como efetivamente surgiu seu alter, Esther.

O longa começa a ficar interessante quando entramos em contato com o plot da história. A partir de uma grande descoberta sobre a família Albright, a narrativa dá uma reviravolta chocante, e é isso que mantém o espectador vidrado até o fim. Após o clímax, cria-se uma aura quase novelesca ao roteiro, o que se torna algo inusitado de se acompanhar, isso graças a atuações incrível de Julia Stiles e Isabelle Fuhrmann.

Contudo, Órfã 2: A Origem tem um problema incomodativo e bastante recorrente na história. A crença problemática de que a única questão de Leena/Esther de possuir barreiras por sua deficiência hormonal é a sexual — como se não houvesse nada mais complexo na vida de uma pessoa que, além de ser extremamente violenta, está em um corpo infantil para sempre. Este é um ponto que se fosse melhor explorado no roteiro tornaria o filme ainda mais esclarecedor.

Muitos filmes de terror e suspense que se desafiam a estender histórias para uma sequência estão minados à eterna linha tênue dentre se tornar inovadores ou cair no abismo de uma história clichê. Facilmente, Órfã 2: A Origem se encaixa nesse prelúdio, mas ainda consegue se diferenciar por um plot twist surpreendente que o salva por muito pouco.

A dica aqui é assistir ao longa sem sem esperar uma obra revolucionária ou um slasher cheio de jumpscares, já que Órfã 2: A Origem passa longe dessa categorização. A trilha sonora dá um toque gostoso para a experiência que deve ser apreciada sem muita pretensão.

78/100

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