Crítica | Dan Stump, “Transe Tropical”

O segundo álbum de Dan Stump, “Transe Tropical” é uma celebração do amor ao longo de uma jornada partindo de suas raízes amazônicas

Após três anos desde seu primeiro projeto “Tudo que eu penso são palavras perdidas que tento organizar”, o músico amazonense decidiu trazer o reflexo de sua vivência em meio a maior floresta tropical do mundo através de um projeto extremamente maduro composto por 10 faixas. O cantor Dan Stump nos convidou para uma audição especial do intitulado Transe Tropical e nós do escutai viemos te contar tudinho sobre esse álbum que se apresenta como uma viagem pelo Brasil através de seus ritmos.

O single lançado em novembro do ano passado, deu início à essa trajetória calorosa, aconchegante e cheia de esperança, que chega carregada com a nostalgia que é transmitida em seu novo álbum, além de contar com visuais fortemente expressivos que trazem uma comunicação capaz de disseminar grande sensibilidade ao público que o acompanha ao longo de sua carreira. Seu videoclipe, produzido e dirigido pelo cantor, apresenta o palco onde se passa a história que está prestes a ser contada.

Transe Tropical é um álbum completamente imersivo e te leva pra passear numa jornada iniciada pelo artista em seu ato de abertura “A Última Vida Terrestre” – uma menção honrosa à famosíssima canção “Marciano” de Elis Regina. A partir deste momento, o peso do impacto cultural abarca as raízes do cantor num álbum que transita entre diversos elementos sonoros, produzidos por Viktor Judah.

“A Floresta Amazônica provoca momentos de transe, tem algo sobre o pôr do sol daqui que faz isso. Uma catarse entre sentimentos de agora com a sensação de já ter vivido essas coisas. Eu realmente me sinto em transe ao cantar esse disco”, conta Stump.

Assim como em seu primeiro álbum, o cantor também mistura a conceituada língua portuguesa com as complexidades do estrangeiro em sua última faixa, que soa como um abraço caloroso à luz da lua.

Alguns dos pontos altos de sua nova produção são as colaborações com os cantores Ivyson e Victor Xamã em faixas romanticamente esperançosas e, sem duvidas, a faixa solo intitulada “Ser Sol”.

Ao mencionar fatores admiráveis nas letras de Transe Tropical, a maturidade com que o cantor celebra o amor ao contar sobre um antigo relacionamento e, também, a paixão pela sua cultura, são tópicos que não podem ficar de lado. Para Dan Stump, esse projeto precisou ser mais do que uma trajetória sobre seus amores frustrados.

Seu segundo álbum de estúdio retrata em sua sonoridade a importância de trazer à seu trabalho, a força do regionalismo com a valorização de ritmos amazônicos – assim como as faixas “Rio Solimões” e “Boi-Bumbá”, que relatam ainda mais a sua vivência e conecta o público com a cultura que vem do Norte de nosso país.

Mesmo soando como algo que já escutamos antes em artistas como Potyguara Bardo com uma leve pitada de Marina Sena, o artista em ascensão decide se aventurar e provar os motivos pelo qual também merece conquistar o reconhecimento: pela sua coragem de expor seus sentimentos e pelo seu desejo de trazer de volta a atenção à maior floresta tropical do mundo para que seu público entenda a importância de valorizar as suas origens.

Transe Tropical está disponível em todas as plataformas digitais e você pode ouvir aqui.

Nota: 76/100

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