Diplo não se contenta com poucos gêneros e busca evolução

Com uma carreira sólida em diversos projetos paralelos e com produção, Diplo também mostra que não esqueceu como é ser um DJ de qualidade.

Thomas Wesley tem construído uma carreira bastante sólida como produtor e artista principal em diversos trabalhos. Conhecido musicalmente como Diplo, o artista estadunidense está envolvido em tantos projetos que fica difícil perceber qual é a sua musicalidade principal. Por esse motivo, é até correto dizer que ele não se limita a qualquer subgênero e segue em uma constante evolução do seu trabalho, buscando colocar um pouco do seu charme em cada projeto que participa. Jack Ü e LSD são dois dos projetos que mais evidenciam o quanto não existem tantas amarras em cada momento que o DJ está no estúdio.

Além disso, recentemente, sua decisão de flertar com a música country foi o que gerou um dos mais interessantes, compilando participações de artistas como Sturgill Simpson, Morgan Wallen, Elle King e Orville Peck. O que ele explora nos discos intitulados como “Diplo Presents Thomas Wesley: Chapter 1 – Snake Oil / Chapter 2: Swamp Savant” tem toques do que ele sempre costuma fazer, mas vão para direções muito diferentes dos seus hits mais conhecidos, como quando criou “Sua Cara”, com a participação das artistas brasileiras Anitta e Pabllo Vittar.

Essa quase obsessão por atirar para todos os lados funciona muito bem com Thomas Wesley, porque mesmo transitando entre trabalhos interessantes e outros não tão criativos assim, ainda é possível notar que a graça está em como ele não é previsível.

Diferente de outros DJs que às vezes até arriscam nos vocais, Diplo deixa essa parte para os artistas convidados. No entanto, ele faz questão de que suas produções mais comerciais também tenham um pézinho que remeta ao que ele fazia no passado. Entre 2005 e 2010, ele era um queridinho da amiga (e também presença romântica em sua vida) M.I.A., ao mesmo tempo em que oferecia seus dons para artistas como Robyn, Drake e Santigold. Hoje em dia, o artista já passou por nomes como Madonna da mesma forma que estivesse produzindo para um artista desconhecido.

A forma como sabe ser maleável e sempre procurar entregar um bom trabalho independente do status do artista com que colabora é o que parece fazer com que ele passeie muito bem entre algo mais comercial e experimental. Com uma discografia bastante cheia, é preciso um pouco de foco para decidir por onde começar ou conhecer seus atributos. Tanto a parceria com Skrillex em “Skrillex and Diplo present Jack Ü” quanto o disco “F10RIDA” são duas ótimas pedidas que estão em dois extremos do que ele pode fazer.

Esperar um show de Diplo é saber que o que não pode faltar em sua setlist são os maiores hits que surgiram com sua mágica. Ele apresenta três ótimos exemplos disso com “Where Are Ü Now”, “Lean On” e “Pon de Floor”. Estas duas últimas músicas fazem parte do projeto Major Lazer, onde ele atua com Walshy Fire e Ape Drums. Esse trio já tem um nome tão grande quanto o do próprio produtor, que fundou o grupo em 2008.

A forma mundial como Thomas Wesley enxerga a música também é um dos seus maiores atrativos, pois entre trabalhar com ritmos africanos, artistas de k-pop e até um pouco de funk brasileiro, Diplo mostra que quando o assunto é colocar limites em sua arte, isso ele desconhece.

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Diplo se apresenta no Lollapalooza Brasil 2024 na sexta, mesmo dia dos headliners Blink-182 e Arcade Fire.

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