Em noite quente, Imagine Dragons derrama sua magia em São Paulo

Imagine Dragons ao vivo se torna gigante perante o que conhecemos da banda

“Brasil, obrigado por ter nos esperado, espero que vocês saibam o quanto nós te amamos”, diz um emocionado Dan Reynolds, vocalista do Imagine Dragons, em frente a um Allianz Parque lotado.

O grupo norte-americano, que havia cancelado sua turnê no último ano por conta de problemas de saúde do cantor, chegou ao Brasil nesta terça-feira, 28, com a “Mercury World Tour”, em São Paulo – o primeiro dos três shows da banda no país. Em quase duas horas, o quarteto original de Las Vegas desfilou seus maiores hits para 45 mil pessoas. De ‘Radioactive’ a ‘Bones’, a banda ganhou o público não apenas por seus hinos de arena, mas também por sua entrega.

A simpatia e o gogó de Dan — que tem muita facilidade em explorar seus falsetes —  impressionam, é verdade, mas há muito mais na apresentação ao vivo dos estadunidenses que tornam suas performances históricas.

Entre papéis picados, fumaças e a voz ecoante do vocalista, o público se entrega com facilidade aos refrões gigantescos criados pelos quatro estadunidenses – um dos maiores destaques da discografia. São dezenas de centenas de casais apaixonados, jovens esperançosos e pais ao lado de seus filhos inquietos, sorrindo e pulando ao escutar suas músicas favoritas ao vivo pela primeira vez. Essa mistura homogênea entre gerações torna o espetáculo mais vistoso, mais apaixonante.

Um pouco rock ali e muito pop aqui, os estadunidenses querem conversar com as multidões se distanciando das limitações quadradas dos gêneros; e assim cumprem o seu papel com fervor. Há momentos em que eles diminuem o ritmo, como nas acústicas ‘Next To Me’ e ‘Wrecked’, mas na maior parte do tempo o quarteto de Nevada coloca a adrenalina lá em cima através dos enormes singles de sucesso ‘Believer’, ‘On Top of the World’ e ‘Enemy’. Tudo isso enquanto pregam a palavra do amor em suas diferentes formas, como se estivessem quase em um movimento ativista. Esse discurso não é apenas importante por desconstruir padrões ultrapassados nos jovens fãs, mas também por acalentar todos os que enfrentam problemas pelo que deveria ser naturalmente respeitado. É como se o grupo recepcionasse o público com um abraço apertado em um ambiente extremamente confortável.

Em quase vinte faixas o público se encanta pelos backing vocals que dão segurança para Dan ser o sentimental e poderoso showman que é. Há momentos em que o protagonismo fica com os riffs poderosos de Daniel e seu charme rockstar setentista ou que o baixo de Ben McKee dita o ritmo, mas a poeira nunca abaixa. É como se o grupo fizesse todo show como se estivesse pela última vez em cima do palco. Haja energia!

“Espero que todos estejam se sentindo bem. Estamos aqui, hoje, sem pensar no presente e no futuro, para celebrar“, completa Reynolds em uma das transições da apresentação. É através dessa afirmação que a síntese do Imagine Dragons ao vivo se agiganta: ainda que criticados por alguns não tão justos, eles estão há dez anos sendo trilha sonora de cidadãos de todas as idades ao redor do mundo inteiro por conta do amor que possuem em fazer música. E não há melhor clichê no showbusiness para se identificar.

A euforia sempre passa, mas é o impacto que fica. Sabe se lá até quando essas mais de 40 mil pessoas lembrarão do que viveram nesta noite de terça-feira. Contudo, não há como negar: a memória de quem vive é um presente que nem os imaginários e mais poderosos dragões poderiam dar.

Próxima parada: Rio de Janeiro e Curitiba!

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