Crítica | Luta épica de titãs é foco principal de Godzilla vs. Kong

Filme foca no embate entre Godzilla e King Kong, tornando seu elenco humano apenas um artifício para que os monstros em CGI brilhem.

O grande duelo de monstros entre Godzilla e King Kong era muito esperado pelos fãs do universo desses gigantes e em meio a pandemia, o filme soube surfar nessa expectativa gerando discussões sobre quem seria o vencedor da batalha. Acompanhados das hashtags #TeamGodzilla e #TeamKong, inúmeros memes surgiram nas redes e intensificaram a promoção do filme. O resultado disso, refletiu principalmente na reabertura dos cinemas americanos, o filme bateu recorde de bilheteria e arrecadou US$ 50 milhões em 5 dias.  

Godzilla vs. Kong foi produzido em parceria entre a Warner Bros. e a Legendary Entertainment com direção de Adam Wingard. O longa dá sequência aos filmes solos das criaturas (Kong: A Ilha da CaveiraGodzilla II: Rei dos Monstros) que contemplam o MonsterVerse. Unindo as histórias, antes construídas separadamente, o filme traz duas linhas narrativas, um arco ligado ao monstro marítimo e outro ao gorila gigante.

De um lado temos Madison Russel (Millie Bobby Brown), filha da Dr. Emma Russel – presente apenas em Godzilla II –, uma jovem afixada no podcast investigativo de Bernie Hayes (Bryan Tyree Henry) que visa expor a verdade sobre a Apex Cybernetics, organização que deseja eliminar os titãs, como são chamados os monstros gigantes. Para ajudar Hayes, ela viaja ao encontro dele junto de seu melhor amigo Josh (Julian Dennison) e os três desvendam os planos da organização para destruir Godzilla e assim, retomar o controle da humanidade das mãos dos monstros.  

Do outro, temos o geólogo Nathan Lind (Alexander Skarsgård), que contratado por um dos empresários da Apex, se reúne a dra. Ilene Andrews (Rebecca Hall) e a pequena Jia (Kaylee Hottle) em uma missão para levar Kong ao centro da terra e provar a existência da Terra Oca – local de onde os titãs monstruosos saíram. 

Apresentando de forma rápida os dois arcos, a produção não se prende muito em florear ou enriquecer a narrativa dos humanos, estes personagens são definitivamente secundários a narrativa. Seu objetivo principal é a grande luta entre Godzilla e Kong, algo que já é servido aos espectadores em uma escala menor logo nos primeiros momentos do filme e já dá o tom para o grande confronto que está por vir.  

Um filme focado e que se entrega aquilo que propõe 

Godzilla vs. Kong é um filme que não faz rodeios e está focado em seus personagens principais. Os grandes titãs são de fato os protagonistas do longa, mesmo com personagens humanos carismáticos como Jia – personagem surda e muda, que traz uma ligação emocional muito bem explorada com o gorila gigante. O filme é sobre a grande luta entre os monstros e é isso que ele entrega de forma satisfatória e eletrizante. 

Outro fator de destaque da produção são os efeitos visuais, o filme tem grandes momentos não só entre Godzilla e Kong, mas também na Terra Oca que é inteiramente construída em CGI e efeitos de computação gráfica. Aliás, esta terra é algo que consagra o gorila gigante como um grande rei, assim como o réptil aquático. 

De modo geral, o filme cumpre seu papel e nos oferece uma grande batalha que define quem é o monstro mais poderoso entre os dois grandes titãs. De fato, há um soberano entre eles, mas o filme constrói isso de uma forma muito interessante, justa e bem elaborada. Entregando tudo o que se propõe: uma luta feroz, ação e ficção científica com boa qualidade visual. Além de homenagear e consagrar as grandes criaturas, que tiveram seu primeiro embate nas telas no filme King Kong vs. Godzilla de 1962, colocando-as em seu lugar de direito: o lugar de reis.  

Nota do autor: 87/100

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