“Olá, lindezas!”. Essa é a chamada do icônico musical, que estreou na Broadway em 1964, deu origem ao icônico filme protagonizado por Barbra Streisand em 1968, rendeu números consagrados em diversas temporadas da série “Glee” e que teve um revival aclamado na Broadway em 2022, com Lea Michelle no papel de Fanny Brice.
Nos palcos do Teatro Porto desde agosto, a versão brasileira traz Giulia Nadruz e Vânia Canto dividindo o protagonismo como Fanny, Eriberto Leão no papel de Nicky Arnstein e Stella Miranda como a mãe da protagonista.
O espetáculo, que se passa na época da Primeira Guerra Mundial, é regado de músicas jazzeadas e acompanha a trajetória da jovem judia Fanny Brice, que morava no Lower East Side e sonhava em ser uma atriz famosa. Ela consegue seu primeiro emprego no Vaudeville, mas sua tia, a Sra. Rose, tenta dissuadi-la da carreira no show business alegando que a sobrinha não tem uma beleza padrão. Ajudada e encorajada pelo jovem dançarino Eddie Ryan, ela logo vê sua carreira decolar, começa a explorar o humor em suas apresentações e se torna a estrela da companhia de teatro. Certo dia, ela conhece e se apaixona pelo jovem Nicky Arnstein, um jogador compulsivo. Mas quanto mais Fanny ascende em sua carreira, mais seu relacionamento com Nicky se deteriora.
Com desempenho incrível do elenco e principalmente de suas protagonistas, o musical reforça a importância da emancipação feminina e discute temas atuais como padrão de beleza, gênero e o espaço da mulher na sociedade e nas relações amorosas – mesmo tendo como plano de fundo o contexto dos anos 1910 a 1920.
Para os amantes de musical, a notícia ruim também vem acompanhado por uma boa nova: apesar da temporada paulista estar próxima do fim, com suas últimas apresentações acontecendo em outubro, o musical levará todo o encanto de Fanny para as terras cariocas no mesmo mês, estreando no dia 28 no Teatro Casa Grande.
O espetáculo é cativante, emocionante e muito bem feito nos mínimos detalhes. Giulia Nadruz diverte e encanta na mesma proporção, dominando as nuances da protagonista com o desenrolar da história e se apropriando da narrativa com maestria. Não seria injusto dizer que a atriz também é responsável por honrar e imortalizar Fanny, se entregando com excelência nos palcos, assim como Lea e Barbra fizeram outrora. Imperdível!