Vinte anos se passaram desde que o duo Montage invadiu as pistas do Brasil e do mundo com sua música eletrônica de atitude punk. Muita coisa mudou nesse tempo, mas os beats atemporais e a irreverência do vocalista Daniel Peixoto atravessaram os anos mantendo o frescor que só o underground brasileiro pode oferecer.
“The Good Boys”, o primeiro disco da dupla formada por Peixoto e Leco Jucá, chegou ao mundo em janeiro de 2005. Agora, duas décadas depois, os artistas dão um novo passo na trajetória da banda que marcou gerações de clubbers. Com duas datas anunciadas e planos de lançamentos de remixes e faixas inéditas, o Montage está de volta às pistas.
Os shows de celebração dos 20 anos da banda vão acontecer em São Paulo e na cidade natal da dupla, Fortaleza. “Essas são só as primeiras das muitas novidades que estamos preparando no nosso caldeirão electropunk”, revela Daniel, que adianta ainda que clássicos como “Ode to My Pills”, “Raio de Fogo” e “I Trust My Dealer” não ficarão de fora.
Em São Paulo, o grupo se apresenta no dia 18 de janeiro, integrando a programação que celebra os 14 anos da festa de música eletrônica Carlos Capslock, ao lado de artistas como Jaloo, Jup do Bairro, Eli Iwasa e do alemão DJ Hell, nome fundamental do techno de Berlim. Os ingressos para o festival estão à venda.
Já em Fortaleza, o show acontece no dia 31 de janeiro como parte do Estação Férias, programação de verão do governo estadual com entrada gratuita. “Poder celebrar a nossa história no Ceará é muito especial. Nossa música criou novas possibilidades para a cena alternativa daqui e eu me sinto profundamente feliz com esse momento”, diz Daniel Peixoto.
O pioneirismo do Montage na cena musical queer causou revolução e foi responsável por abrir caminho para diferentes gerações de artistas brasileiros. Em 2007, um jornalista do The Guardian chamou Daniel de “David Bowie brasileiro do século XXI”. Na mesma época, a edição nacional da revista Rolling Stone definiu a banda como “Iggy Pop do semiárido”.
Entre tantos elogios, o Montage também foi eleito por duas vezes seguidas como dono do melhor show do país pela Folha de São Paulo, sendo apontado pela revista BIZZ como “banda que faltava no cenário musical há, pelo menos, 18 anos”, e dividiu line-ups com artistas como Björk, The Killers, Arctic Monkeys, Justice, Hot Chip, Digitalism.