Inhaler prova que rock autêntico vai além de legado familiar

Com rock característico e muita imponência, banda vai muito além do ‘filho de peixe, peixinho é’

Pelo menos até o início dos anos 2000, o rock tinha força suficiente para ser o canalizador de toda a rebeldia adolescente. Do último terço do século XX e começo do século XXI, relatos de bandas que se formaram porque um dos membros tinha como referência uma lenda do gênero e decidiu iniciar a trajetória na música com um punhado de amigos da escola na garagem de alguém – uma vibe meio Escola do Rock mesmo, existiam aos montes.

Longe de decretar que o rock tenha morrido, mas esse tipo de cenário ficou bem mais escasso com o passar do tempo e a ascensão de outros gêneros. Também o modo de se catapultar no mundo da música não é o mais favorável para o gênero. Mesmo assim, o Inhaler decidiu se jogar pelo mundo e trazer novos ares para o estilo.

Originada em Dublin, o grupo surgiu em 2012, tendo como membros iniciais Elijah Hewson (guitarra e vocal), Robert Keating (baixo) e Ryan McMahon (bateria). O nome que eles adotaram e utilizam até hoje só veio em 2015, época em que Johan Jenkinson (guitarra) passou a integrar a banda. A princípio os nomes não são nem um pouco familiares, mas o talento do Inhaler vem de berço: Elijah é filho de Bono Vox,figura lendária da música e frontman do U2.

Originada em Dublin, o grupo surgiu em 2012, tendo como membros iniciais Elijah Hewson (guitarra e vocal), Robert Keating (baixo) e Ryan McMahon (bateria). O nome que eles adotaram e utilizam até hoje só veio em 2015, época em que Johan Jenkinson (guitarra) passou a integrar a banda. A princípio, os nomes não são nem um pouco familiares, mas o talento do Inhaler vem de berço: Elijah é filho de Bono Vox,figura lendária da música e frontman do U2.

Essa é uma informação importante demais para se perder assim no meio dos parágrafos, certo? Realmente. Mas, sem nem os próprios integrantes ligam para isso, porque temos que ligar?

Dentre as várias entrevistas que tiveram que dar sobre o tema, eles brincam com o assunto, assumem os privilégios e não demonstram nenhum medo da sombra da mais famosa banda irlandesa. Elijah disse ao Irish Indpendent que “Eu sou um mini nepobaby. Isso não me incomoda, cara. Isso não muda o fato de que eu quero fazer música, e que é isso que eu amo. Você só precisa usar suas vantagens na manga, porque há muitas delas. Mas elas não significam que as pessoas vão ouvir sua música ou ir aos seus shows”.

Mais do que terem uma gigantesca banda assombrando, o caso do Inhaler é ainda pior pois o U2 ainda está na ativa. Mas já em 2017, quando eles lançaram seu primeiro single “I Want You” eles já jogaram pra longe a alcunha de ‘banda do filho do Bono Vox’. Por mais que o som do grupo em certas partes se assemelhe ao U2 no começo de carreira, eles souberam pontualmente expandir suas referências, soando desde Echo & The Bunnymen até Oasis.

Explorando cada vez mais suas possibilidades no gênero, em 2021 a banda lança “It Won’t Always Be Like This”, seu primeiro álbum, quase 10 anos depois de sua criação. Eles já chegaram com o pé na porta: as guitarras carregadas e melodias que lembram os tempos áureos do indie mostram que eles vão contra a maré, que nada será sempre igual. É preciso sair da zona de conforto e o registro mostra que eles não querem estar debaixo do guarda-chuva do U2: eles estão na chuva é pra se molhar.

Provando que o marasmo não faz parte de seu DNA, seu segundo álbum, Cuts & Bruises, lançado em 2023, já mostra que o grupo sempre vai transitar em devaneios musicais. Aqui, eles parecem uma mistura de Arctic Monkeys com 5 Seconds of Summer, com uma sonoridade focada em se transformar em uma banda de arena, entregando grandes faixas como These Are The Days” e “Love Will Get You There”.

Para seu terceiro álbum, programado para fevereiro de 2025 e intitulado Open Wide”, novas mudanças a caminho, dessa vez não só de sonoridade, mas de ares também. Elijah contou ao NME que o novo registro sai de Dublin e é totalmente inspirado em Nova Iorque.

***

O show Inhaler no Lollapalooza 2025, primeira incursão da banda em terras brasileiras, promete, além de material fresco na cabeça dos fãs, toda a efervescência de quem não se acostuma com o lugar comum. Eles se apresentam na sexta-feira (28), mesmo dia dos headliners Olivia Rodrigo e Rüfüs du Sol.

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