Promovendo seu 2º EP Aparador de Saudades Que Ainda Não Existiram Ou Porta-Retratos, lançado em 2020, Joana Castanheira lançou um filme de 26 minutos com clipes que trazem um ar bucólico, delicado e extremamente emocional. No filme, a artista encena as 6 músicas que compõe seu EP em cenas que envolvem parcerias musicais – como o ator, cantor, poeta e escritor Rizzih – e sua própria equipe.
O primeiro clipe da produção corresponde a faixa À Mesa uma colaboração entre Joana e o cantor Rizzih. No vídeo, ambos encarnam um casal apaixonado que passa pelas diversas fases do amor e de seu relacionamento. Com pitadas de amor e muita delicadeza, o casal se diverte em momentos diversos, encena um momento à la Jack e Rose em Titanic, faz refeições, toca violão, briga e até faz sexo. Tudo em volta ou sobre a mesa de uma cozinha simples, mas que parece ser tão grande, aconchegante e confortável ao retratar o amor dos dois.
O segundo vídeo traz Joana entrando em uma igreja pequena, destas semelhantes as igrejas das novelas de época, em que a artista hora caminha, hora reza e em outras cenas narra Alumbramento, faixa do EP que soa como um poema sobre um amor vivido, que chegou ao fim e morreu, como ela mesmo diz, de morte morrida. Em seguida temos Volta, nele cantora aparece em três momentos: com um visual que lembra cantores do sertanejo raiz dos anos 80/90; Como uma boneca de ventríloquo guiada por cordas vermelhas e em uma floresta dançando ballet contemporâneo de forma sofrida e triste.
“E eu quis segurar na mão do amor e dizer: vem aqui, vem aqui comigo, eu quero te mostrar que o amor não dói. Mas o amor não ouviu…”
Alumbramento, Joana Castanheira.
Em Once In a Blue Moon, a catarinense perambula por um corredor cheio de portas em que cada uma corresponde a uma de suas canções. Vemos sua equipe passar, enquanto Joana está sentada triste, noutro momento temos novamente a aparição de Rizzih, saindo do banho e indo beijá-la na cama. Happy Place sucede este vídeo e traz a cantora como parte de sua própria equipe, montando um cenário de porta-retratos, vestindo e maquiando ela mesma (representada outra pessoa sentada de costas).
Antes da última canção, temos mais um poema de Joana Me Doeu, que ela tecla em uma máquina de escrever, ao lado de si mesma, falando sobre a dor da ausência de um alguém que amou. Finalizando a obra, temos Porta-Retratos, ainda no mesmo ambiente montado em Happy Place, a artista canta, toca piano e chora enquanto contempla quadros cheios de memórias afetivas sobre o amor que viveu durante todo o clipe.
Aparador de Saudades Que Ainda Não Existiram Ou Porta-Retratos é uma obra visual encantadora e apaixonante, não só pela qualidade visual, mas pelas escolhas de figurino, produção, ambientação e claro, as letras profundas e emocionais do EP. Joana Castanheira consegue contar uma linda, doída e verdadeira história de amor por meio de suas letras e seu filme, aquecendo o coração, inebriando o olhar e cativando os ouvidos, mesmo quem ainda não conhece seu trabalho, vai querer fazê-lo depois de assistir um material tão delicado e pessoal.
Um nome da nova MPB para não se esquecer
Joana Castanheira é uma cantora e compositora que já trilha o caminho musical há algum tempo. A artista que desde 2014 fazia covers no YouTube, participou do The Voice em 2016 e em 2019 lançou seu 1º EP Para, produzido por Pedro Altério (5 a Seco). Em seu 2º projeto ela traz ainda mais beleza e doçura, com nuances vocais e instrumentais que em alguns momentos podem lembrar a ternura das canções de Marisa Monte.
Joana consegue evocar um dos melhores aspectos da MPB, ela compõe e canta de forma pessoal, uma característica que comove e torna sua música muito mais crível. Sem dúvidas um nome para ficar de olho neste novo cenário da MPB e que vai encantar os corações do que apreciam canções emotivas e que carregam experiências e olhares sobres as diferentes formas de amar.
Ouça Aparador de Saudades Que Ainda Não Existiram Ou Porta-Retratos.