Curitiba viveu uma noite inesquecível na última terça-feira (16). Após dez anos de espera, Katy Perry retornou à cidade e transformou a Arena da Baixada (Ligga Arena) em um espetáculo que revisitou sua carreira com uma jornada musical e nostálgica. Na última passagem pela capital paranaense, em 2015, cerca de 20 mil pessoas lotaram a Pedreira Paulo Leminski. Agora, esse número praticamente dobrou: 40 mil vozes ecoaram em uníssono, provando que o tempo só fortaleceu o laço entre a cantora e o público curitibano.
Antes mesmo de desembarcar no Brasil, a The Lifetimes Tour já carregava polêmicas. A estrutura de palco — marcada pelo símbolo de infinito — não foi trazida integralmente. A justificativa foi a “dificuldade e investimento financeiro” para adaptar o show dos estádios internacionais às arenas latino-americanas. Na prática, a versão enxuta não comprometeu a experiência: Katy conseguiu adaptar o espetáculo sem perder impacto. No palco, ela mesma comentou de forma bem-humorada que sua equipe “brigou” com ela por insistir em trazer a turnê, mas reforçou: “os fãs brasileiros são meus melhores fãs”. Somos mesmo, Katy!
Quando se pensa em Katy Perry, logo vêm à mente grandes adereços coloridos, pop chiclete e uma nostalgia quase palpável. Mas a artista mostrou maturidade artística e clareza de discurso. Figurinos extravagantes, cenários planejados, coreografias ensaiadas e energia sem fim marcaram o espetáculo. Entre músicas e brincadeiras, ela conquistou Curitiba com leveza elogiando a cidade diversas vezes.
O show abriu com “ARTIFICIAL”, seguida de “Chained To The Rhythm”, “Teary Eyes”, “Dark Horse”, “WOMAN’S WORLD” e “California Gurls”, repetindo a mesma estrutura apresentada no The Town e em Brasília. Mas o ponto alto foi a sequência de clássicos: “Teenage Dream”, “Hot N Cold”, “I Kissed a Girl” e “E.T.” incendiaram a Ligga Arena, mostrando a força de seus hits atemporais. Outros destaques da setlist incluíram “Part of Me”, “Rise”, “Daisies” e a atemporal “Firework”, que encerra o espetáculo.
A interação com os fãs também trouxe surpresas. No bloco em que o público escolhe duas músicas extras, Curitiba ganhou performances especiais de “Daisies” (remix de Oliver Heldens) e “Lifetimes”. Um dos momentos mais emocionantes aconteceu em “Only Love” (Smile, 2020). A artista convidou o fã Christian Mewes ao palco após ler seu cartaz, no qual contava que havia perdido a mãe dez dias antes. Katy o abraçou e cantou ao seu lado, transformando o show em uma catarse coletiva. Ao finalizar, a artista ainda se emocionou e chorou em cima do palco. Depois, escreveu em suas redes sociais: “O amor vive para sempre e sua mãe te amou tanto que deixou essa mensagem direto pra você”.
Setlist completa
Katy Perry, The Lifetimes Tour em Curitiba © 2025
- Artificial
- Chained to the Rhythm
- Teary Eyes
- Dark Horse
- Woman’s World
- California Gurls
- Teenage Dream
- Hot n Cold
- Last Friday Night (T.G.I.F.)
- I Kissed a Girl
- Nirvana
- Crush (com elementos de “Crush” de Jennifer Paige)
- I’m His, He’s Mine
- Wide Awake
- All The Love
- E.T.
- Part of Me
- Rise
- Roar
- Daisies (remix de Oliver Heldens)
- Lifetimes
- Firework (com elementos de “Wonder”)