Se tem uma coisa que Katy Perry é famosa por fazer bem feito, são suas apresentações estonteantes, magnéticas e divertidas. Pela terceira vez no Palco Mundo do Rock In Rio e com uma evolução notável em seus vocais, a artista estreou o novo álbum, “143”, lançado 24h antes, e reviveu as dezenas de hits de sua carreira.
A borboleta inflável no teto do palco trazia parte do conceito que temos visto para a nova era: um renascimento, a saída do casulo, a evolução para o voo. Iniciando a apresentação com “WOMAN’S WORLD”, Katy se pendurou em um portal e deu o pontapé inicial na nova era mostrando que, apesar de seus inúmeros triunfos na carreira, o momento atual é tecnológico, futurista e eletrônico.
Embora tenha sido muito criticada, a faixa agitou o público presente, que pareceu urrar cada letra da canção para a artista. Na verdade, aquele era realmente só o começo, uma vez que se Katy é conhecida por suas superproduções, os fãs brasileiros são conhecidos por sua paixão e assiduidade: mais ingredientes presentes naquela noite.
Em um verdadeiro mergulho em sua carreira de quase 20 anos, Katy Perry vasculhou seu repertório de sucessos e fez o possível para encaixar o máximo de hits, fazendo com que seu show se tornasse um espetáculo inebriante de cores, efeitos e muita nostalgia. Mesmo nas canções antigas, todas apresentaram arranjos repaginados mais puxados para o eletropop, com um som mais tecnológico e futurista como os figurinos e o conceito da apresentação, que a todo momento nos colocava em dualidade com o real e o digital, o humano e o artificial, o orgânico e o tecnológico.
Mesmo com problemas técnicos —como o retorno que apresentou falhas por toda a apresentação e o figurino final que precisou ser reajustado às pressas—, a apresentação seguiu energética exceto por um momento de desânimo: a apresentação com Cyndi Lauper. A ideia de cantarem juntas a música “Time After Time” parecia boa, mas na prática causou estranheza e quase baixou o ânimo do público presente, que pareceu perceber a sintonia desarranjada das artistas.
Contudo, Katy Perry não é uma artista que se dá por vencida, e até um medley do icônico e incompreendido “Smile” fez parte da apresentação, agitando o coração dos fãs mais fervorosos e mostrando que, com mais esse fã-service, a cantora é uma artista que escuta os fãs, preza por suas opiniões e desejos e parece querer sempre satisfazê-los. Esse desejo de retribuição se mostrou muito presente ao longo da noite. Em cada segundo que a artista se agitava no palco e dizia querer se divertir, sabendo que o público presente fazia o mesmo.
Em quase 2h de uma apresentação hipnotizante Katy dançou, voou, tocou guitarra, interagiu com os fãs e mandou beijo para Orlando Bloom e Daisy, que a assistiam de casa, se mostrando confortável no palco e passeando entre o catálogo invejável de sucessos que a fizeram merecer como poucos o título de headliner do Palco Mundo.