A banda mineira Lagum acerta, mais uma vez, na estética adolescente dos anos 2000. Esse apelo visual já era trilhado nos mais recentes trabalhos da banda – como no caso do videoclipe de “Musa do Inverno”, que contou com a participação do cantor Felipe Dylon. Agora, com o lançamento de seu mais novo clipe, “Eu e Minhas Paranóias”, o cenário e a sonoridade do trabalho evidenciam ainda mais o saudosismo da primeira década do segundo milênio.
“Eu e Minhas Paranóias” mostra, com os primeiros acordes, o verdadeiro comeback de duas décadas atrás, quando bandas como Blink-182, Charlie Brown Jr. e Jonas Brothers estavam no topo das paradas musicais – a bateria, inclusive, remete fortemente à canção “Year 3000” deste grupo que, embora fale do ano 3000, é mais 2000 do que nunca.
No âmbito visual, Lagum conquista os fãs com imagens da capital mineira, Belo Horizonte, e da região metropolitana, em eventos cheios de amigos e familiares envolvidos com o que se baseia a energia da banda: diversão. O clipe, em si, remete a outros realizados por bandas como The 1975, Wallows e Skegss, como é o caso das fitas cassetes espalhadas pelo chão, uso de câmeras e efeitos que remetem à tecnologia analógica, bem como do artifício trash dos esportes, das bebidas e dos beijos.
“Eu e Minhas Paranóias” é o terceiro single da banda lançado após a morte inesperada do baterista do grupo, Breno Braga – carinhosamente conhecido como Tio Wilson. O afeto pelo músico pode ser percebido logo no início do videoclipe, em que é mostrada uma foto completa da banda, com a presença do Tio em evidência. Ao longo do clipe também são mostrados excertos, os quais revelam gravações de sessões de tatuagem com “Tio” cravado entre corações – mais uma vez, em uma estética bem anos 2000.
Lagum é uma das bandas brasileiras que mais faz sucesso no país, principalmente entre os jovens, e não falha em entregar bons conteúdos – visuais e musicais – que nos lembram de quão boa e efêmera é a vida.