Crítica | Lightyear resgata uma jornada narrativa emocionante para a Pixar

Dando vida a um dos personagens mais amados da franquia Toy Story, Lightyear aterrissa como um dos melhores filmes do estúdio.

Você provavelmente já conhece (e ama) os brinquedos de Andy. Apresentados ao mundo há quase vinte e sete anos, os personagens de Toy Story projetaram a Pixar como um dos estúdios mais promissores e interessantes da indústria do cinema. Agora, depois de 4 filmes aclamados na franquia, o estúdio traz Lightyear, o filme que, teoricamente, deu origem ao boneco astronauta que diverte as cenas da franquia ao lado de Woody.

No novo longa da Pixar, Buzz Lightyear surge em uma missão por um planeta desconhecido ao lado de Alisha Hawthorne (personagem importantíssima com representatividade inédita nos filmes da marca, sendo não apenas a primeira personagem da Disney abertamente lésbica, como a primeira protagonista de um beijo em outro personagem do mesmo sexo), em um universo inóspito.

Após uma manobra arriscada, Buzz acidentalmente colide a nave, fazendo com que ambos ficassem presos naquele planeta até descobrirem uma nova fonte de energia, capaz de servir de combustível para que a nave decole novamente.

Frente a esse desafio, os patrulheiros despertam outros seres humanos que hibernam na nave, e todos começam a trabalhar para sair dali, aplicando tecnologias futuristas para criarem um ambiente minimamente habitável durante as operações e tentativas de Buzz Lightyear para obter sucesso com a nova energia.

Sem nenhuma ligação ao universo Toy Story além de o amado patrulheiro espacial Buzz, Lightyear é uma espécie de “live action” para o universo da franquia anterior, divergindo das críticas à Disney e todos os seus remakes. Aqui temos um exemplo impecável de como se utilizar um personagem amado, sem se colocar às sombras do que já foi produzido antes.

Lightyear / Disney / Pixar (reprodução)

Com os visuais impecáveis — até mesmo para os padrões de qualidade impecável da Pixar —, o estúdio retorna com Michael Giacchino na trilha sonora (ele também assina a emocionante trilha de Divertida Mente, Up! e Os Incríveis) e Angus MacLane na direção, o longa surpreende, emociona e diverte com o roteiro arrojado e robusto, que não apenas introduz novos e convincentes personagens para a narrativa, como garante um novo universo que pode (e deve) ser explorado em filmes futuros.

A beleza e complexidade dos visuais animados tornam o filme um espetáculo visual que provavelmente fica incrível em 3D e IMAX. Confira se há alguma sessão perto de você com um desses recursos. As cenas que se passam no espaço, por exemplo, são um deleite visual, e com certeza vão ser ainda mais impactantes com a profundidade das novas tecnologias.

A dublagem de Marcos Mion, embora tenha sido alvo de polêmicas, não incomoda ou diminui o filme em absolutamente nada. Na verdade, talvez nem mesmo ouvindo a voz da dublagem atual junto com as anteriores, se sentiria tamanho estranhamento. O trabalho de dublagem de todo o elenco é feito de forma bastante satisfatória – como é o caso de quase todas as animações -, não fazendo necessário que você procure sessões legendadas.

Fato é que Lightyear se consagra como um dos melhores filmes do estúdio, não perdendo em nada para a franquia que o motivou, e sem sequer precisar fazer uso de referências óbvias ou apelativamente nostálgicas. O novo filme consegue não apenas agradar os fãs que cresceram com os personagens de Toy Story, mas introduzir sua origem de forma convincente e apaixonante para as novas gerações, que ganham agora um filme atualizado para os novos tempos, sem perder em nada o brilho que arrebatou multidões para o cinema com o sucesso da franquia.

Sem dúvidas, Lightyear nos fez sair do cinema emocionados, pensando em como o personagem que antes fez crianças sonharem em ter um brinquedo do patrulheiro espacial, se reapresenta aqui com força suficiente para fazer as novas audiências desejarem ser parte da própria equipe de patrulheiros.

Nota: 100/100

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