A banda carioca Meu Funeral está de volta com um lançamento. O EP O Que Sobrou do Rio chega a todas as plataformas junto do que sobrar do carnaval, marcando um momento de transição na carreira do grupo. O EP funciona como um fechamento do ciclo do álbum anterior, RIO, reunindo canções dessa fase que foram guardadas com muito carinho.
“É o fim da fase RIO, mas tem também a dualidade com outro Rio, o de Janeiro, essa efervescência de beleza e decadência em grande intensidade que tanto amamos. E como todo fechamento, é também a abertura de uma nova fase, algo que nem sabemos qual é mas já sentimos que será produzido de uma forma diferente de tudo já feito até aqui”, explica o baixista Dan, também sinalizando uma nova etapa.
Um EP diverso e dançante
Segundo o guitarrista Pepe, O Que Sobrou do Rio não é apenas uma continuação de RIO: “Não se enganem: não é mais do mesmo. Temos também um tipo de transição e um spoiler do que podem vir a ser os novos trabalhos da banda. Tem guitarrada, tem balada acústica e tem dança. Tudo isso em apenas 5 músicas! Um prato cheio para quem acompanha a gente.”
O processo de composição dessas músicas também guarda histórias especiais. Vocalista e compositor da banda, Luquita explica que são faixas que foram compostas e gravadas na mesma época do álbum anterior, mas foram estrategicamente guardadas para um lançamento futuro. Um dos destaques é “A Fragilidade de Ser Um Machão”, parceria com a banda paulistana THE MÖNIC, que surgiu da necessidade de trazer um outro ponto de vista para a narrativa da canção:”Pedi pra Dani (guitarrista e vocalista) ajuda para colocar letra na segunda metade da canção e amei o resultado.”
Reflexão e energia
Para Luquita, o EP representa mais um passo na identidade que a banda tem construído ao longo dos anos: “Seguimos propondo canções que divertem ao mesmo tempo que estimulam reflexões enquanto dançamos e batemos cabeça.” Com músicas prontas há um tempo, a ansiedade para o lançamento só cresce, como comenta Tent (baterista e coreógrafo): “Foi muito difícil escolher qual ia para o álbum de 2023 e qual ia para o EP que sai agora. Então as expectativas estão lá em cima. Espero que geral curta como a gente curtiu fazer.” O álbum foi gravado em São Paulo, no estúdio Head Media, conhecido por produzir sucessos de grandes nomes do pop nacional. A produção ficou por conta do trio vencedor do Grammy LOS BRASILEROS, responsáveis por hits de artistas como Anitta, Karol G, Carol BIazin e Jão.
Segundo Dan, a colaboração com produtores de ampla bagagem no pop radiofônico destaca ainda mais a versatilidade da banda: “desde o início do projeto RIO, o trabalho com eles nos permitiu desbloquear ou traduzir o caldeirão de influências que somos. Eles são magos do pop, mas vêm todos do pop-punk; com eles o nosso som se expande para direções não saberíamos traduzir em palavras ou sons, mas sem perder a nossa raiz que é o punk rock. Um sonho.”
Clipe e presente para os fãs
Para acompanhar o lançamento, Meu Funeral também lançou o clipe do single “A Fragilidade de Ser Um Machão”. O vídeo foi dirigido por Raul Ibanez e gravado na Casa de Cultura Butantã (São Paulo), em dois momentos: no primeiro, a estética brinca com a ideia de um baile dos anos 60, que começa arrumadinho e engomado, mas vai se transformando em caos com a entrada da The Mönic, que salvam o dia.
Cenas do último show das bandas juntas também fazem parte do clipe, reforçando a conexão entre os dois grupos. As duas últimas faixas são um deleite para os fãs mais assíduos. A faixa 4 é uma versão acústica e delicada da a canção “Caminho Escolhido”, algo que vinha sendo pedido há um tempo pelos ouvintes da banda. O fechamento do EP se dá com “Cervezita Aquada (versão em Portunhol)”, uma tradução para lá de espirituosa de uma música que já existe para um idioma que não existe. “É a melhor coisa que já fizemos nesta banda” – assume aos risos o sempre divertido Luquita.
O Que Sobrou do Rio marca um novo momento na trajetória do Meu Funeral, misturando melodia, peso, reflexão e piadas – a intensidade que os fãs gostam.