Lidar com criatividade nunca é uma tarefa fácil, seja qual for sua profissão. DAPPER, uma artista talentosa e inovadora, tem cativado os corações dos fãs com seu estilo único e voz envolvente.
No entanto, nos últimos meses, ela optou por se afastar da mídia e dos holofotes, para se dedicar a um período de criação e reflexão profunda. Movida por sua busca pela autenticidade artística, e além disso, lidar com autossabotagem, consistência criativa e equilíbrio mental, DAPPER mergulhou em novas sonoridades e explorou territórios musicais ainda desconhecidos para ela.
Agora, após um tempo de silêncio e experimentação, DAPPER parece estar pronta para fazer seu aguardado retorno à cena musical. Embora os detalhes sobre seu paradeiro e o conteúdo exato de seu novo projeto permaneçam envoltos em mistério, a antecipação só aumenta, pois todos aguardam ansiosos pela revelação de seu próximo passo.
Enquanto o movimento #OndeEstaDAPPER cresce ao redor desse mistério, a artista deixou uma carta pessoal aos fãs e amigos contando detalhes de como foi essa jornada de descobrimento desde “Chame O Steve”, seu primeiro e — por hora — único single.
Confira a carta completa:
“Colocar uma música no mundo gera um processo tão maior que ela própria. Mas que te preenche de maneiras que você não conseguia ver antes. Quando era “só” um sentimento dentro de uma melodia saindo da cabeça, sabe? É interessante pensar que não existe regra para as coisas acontecerem, ou para elaborar um lançamento e fazer os outros compreenderem a mensagem que você quer passar.
Às vezes a gente só entende nossas próprias criações depois que elas tomam proporções maiores.
Estou há mais de um ano e meio sem lançar minhas músicas. Não era o que eu planejava. Já tinha uma especial pré-produzida, mas acabou ficando mais tempo na geladeira do que o esperado. Mas por que, DAPPER? Parece que a gente vai descobrindo o tamanho da piscina à medida que vai nadando. Talvez ali na frente descubra que nem se tratava de uma piscina, mas de um rio, rs.
O que leva algumas coisas parecerem ser tão complexas de tirar do papel? Além de tempo e dinheiro — duramente falando —, tenho analisado que simplesmente a gente se perde nessa medida de análise por não contabilizar e credibilizar o tempo que a gente precisa pra crescer, virar adulto, ter mais responsabilidades, investir em trabalho, se relacionar, se reinventar, se virar… A vida em si já exige muitos processos, e em algum momento, essa conta chega com tudo junto. Ninguém disse que era fácil administrar o tempo — isso sem falar sobre questões de privilégio, que ainda assim, no meu caso, há.
É desafiador acompanhar a velocidade que o mundo corre. Na verdade é um pouco impossível em condições não surtáveis.
Nesse meio tempo, tive grandes oportunidades no trabalho (que hoje é paralelo, mas não distante da música, no audiovisual), que me mostraram uma outra ótica sobre o que eu havia escrito na minha música.
Mas às vezes pode parecer que está tudo bem. Você está no melhor lugar possível fisicamente, e mentalmente no pior deles. Se sentindo perdida, sem norte, atirando pra todos os lados na expectativa de acertar algo que nem se sabe o que é direito. Isso nos atrasa em vários quesitos. Nos faz gastar força, remove o nosso foco e precisão. A gente precisa estar bem pra conseguir bancar a energia que um projeto vai te pedir.
Tirar coisas do papel nesse quesito, sempre foi pra mim um ato de cura de alguma forma. Reencontrar peças suas que estavam faltando no quebra-cabeças, simplesmente por que isso te traz um movimento fora da curva. Aquela velha máxima: a cada escolha, uma renúncia.
Depois de um tempo me debatendo em processos pessoais, de fluxos naturais da vida, quando conseguia movimentar algo relacionado à música, outra coisa esperançosa acontecia, assim eu lia que estava indo pelo caminho certo.
Busquei recentemente situações que me trouxessem essa vontade de volta. Consegui ir ao meu festival favorito, e ainda experimentar um crossover fashion junto com meus amigos, que tivesse a ver com o que mais quero expressar com essa arte. Ir a shows de artistas locais, conversar com músicos, voltar a sair nesses ambientes…
Aos poucos essas vivências aqui e ali, foram me pondo de volta aos trilhos e com mais energia. Tive que abdicar de outras coisas para ir dando espaço a essas. É uma luta interna aceitarmos que não tem tempo pra tudo que a gente quer fazer. Mas existem períodos e ciclos. E não podemos esquecer de respeitar eles pra poder viver da forma certa.
Passei os últimos meses repetindo a frase “confia no processo”, e os acasos de atraso foram fazendo sentido à medida que as proporções e ideias aumentavam. O significado de estar fazendo um projeto novo mudou pra mim no seu cerne, e o que quero transmitir daqui pra frente.
E o que tenho aprendido com isso é ter paciência, dar tempo ao tempo, criar as vivências que vão te dar base pra viver o que você tem pra viver dentro do que não foi planejado.
Quando vi, havia embarcado na própria jornada que escrevi em música, mas ainda nem tinha entendido isso direito. Onde fui parar? Até agora, mais longe do que o previsto, pronta pra descobrir mais.
Mas uma coisa é certa: não subestimar a disciplina e a constância de fazer um pouco do que acredita a cada dia. Isso faz com que aquelas contas que comentei lá no início não cheguem tão juntas. Ou serem processadas com mais calmaria. Se comparar com outros artistas, ou pior, com pessoas que começaram a sua caminhada há muito mais tempo é um destruidor de energia. Não há receita pra ninguém ou de como os seus processos vão acontecer e serem digeridos.
Aceitar isso e desenvolver a partir da sua realidade é o melhor que você pode fazer por você. Suas características e qualidades são diferentes, assim como as dificuldades de cada um. Sempre se lembrar de escrever sua própria história, ela não é igual à deles.
O que posso dizer agora é: pega na minha mão e confia no processo, uma hora ele vai fazer sentido.”
Desde o sumiço de DAPPER, uma campanha se iniciou nas redes sociais com cartazes em diversos locais do Brasil (e do mundo). Como a própria artista narra em seu texto, é hora de confiar no seu próprio caminho e entender para onde ele está te levando. A pergunta que fica é: onde está DAPPER?